Da Europa chegavam notícias que davam conta da velocidade com que as rádios livres se expandiam em países como a Itália ou França. Em Portugal, desde o final dos anos 70, que alguns pioneiros tinham começado a emitir programas de rádio de cobertura local.
A Rádio Juventude, surgida em 1977 na Grande Lisboa, terá sido a primeira rádio pirata portuguesa. Apesar da enorme simpatia com que boa parte da população, associações locais e alguns autarcas viam o surgimento do fenómeno, a verdade é que o processo que conduziu à legalização das rádios locais em Portugal foi demorado e complexo.
A isso faz referência este artigo publicado no Jornal de Notícias em 1983. As intenções de descentralização do discurso radiofónico contrastavam com as dificuldades sentidas no plano legal para a implementação destas pequenas emissoras.
Nesta altura, discutia-se também o conceito que deveria enquadrar as rádios que começavam a aparecer um pouco por todo o país.
No artigo do JN pode ler-se: “(…) nem todas as rádios livres se consideram estritamente «locais». Há quem tenha um entendimento diferente do fenómeno Rádio (livre?), quem sonhe (?) com a liberalização das ondas do espectro radioeléctrico para instalar não um posto emissor, mas uma cadeia de emissores, numa dada região do território nacional”.
3 comentários:
Já havia, na altura, quem sonhasse com aquilo que só nos nossos dias se tornou possível... através da agregação de frequências locais.
RC
Mais do que isso. As rádios locais sofriam a pressão dos partidos políticos locais, ou seja, dos senhores caciques locais que tentavam apoderar-se das estações emissoras e criar uma rede de contactos essenciais à luta autárquica.
Depois de tudo isto... e passados tantos anos... acho que o verdadeiro proposito das rádios locais está a perder-se devido ás aquisições em cadeia dos grandes grupos de comunicação.
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