Aqui há tempos, alguém me chamava a atenção para o facto de já não haver personalidades no jornalismo radiofónico. Referia-se às vozes.
E perguntava: quem hoje liga a rádio para ouvir as notícias só porque são ditas por um jornalista em concreto? Ninguém. Respondia.
Sena Santos foi o último que chamava ouvintes para a sua rádio. Ouviam-se as notícias de manhã na TSF porque estava lá o Sena. E depois na Antena 1.
Era por causa do estilo, claro está, mas também da informação, obviamente. E era também pela manutenção da mesma voz durante anos. As rádios (informativas) fidelizavam os ouvintes.
Hoje os tempos são outros. As manhãs, período nobre da rádio, e das notícias, conhecem pivots de forma rotativa. Pedro Pinheiro, depois Helena Vieira, depois Pedro Pinheiro e depois... Na Renascença era o Arsénio Reis, depois o José Pedro Frazão. A Antena 1 depois de Sena Santos, José Guerreiro, que era dos que mais tempo ficou, prolongando o estilo do seu mestre.
Agora Eduarda Maio. Ouvi hoje pela primeira vez.
Começou um novo ciclo nas manhãs da rádio pública.
Tenho que ouvir mais vezes.
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7 comentários:
Entao sugiro o "Questoes de Moral", na Antena 2, segundas das 12 as 13, ou das 23 as 00 ou em podcast. Para quem gosta de ouvir bem falar bem.
Pareceu-me interessante o dinamismo da Eduarda Maio esta manhã. Fico também na expectativa de perceber que caminho vai levar a manhã informativa da Antena 1
Abraço
Ainda é cedo para julgar mas o que me parece é que há cada vez menos explicação dos acontecimentos o que na minha opinião é o oposto ao que deve ser uma Antena que não é comercial mas de serviço à população. O Antena Aberta, em contrapartida, afigura-se-me com mais correcta selecção de temáticas - Victor Mota
Belo exemplo, esse "Questoes de Moral"... um programa gravado pleno de enganos não editados. Isto, claro, deixando de lado questões mais subjectivas, como o tom pomposo e bolorento.
A Eduarda Maio é uma grande senhora da informação. Infelizmente, a rádio tem fechado algumas portas a quem gosta dela e tem voz. Ficando com as "cunhas". O que me parece um grande erro! Num mundo globalizado, a rádio deve deixar que as pessoas que tem o bichinho o ponham a trabalhar!
Caro anónimo de dia 4 do 10, pelas 10.15
Falava-se de voz e não tenho dúvidas que o "questões de moral" é um bom programa de voz. Sobre o conteúdo, as opiniões pode-se discordar. Sobre o tom, aceito-lhe a critica, cada um com a sua, mas a mim fascina-me esse mesmo tom. Penso que não deve andar longe dos primórdios da republica. Infelizmente não encontro outros programas em que alguém pegue num assunto e o dirima durante uma hora, mostrando ter seriamente pesquisado sobre ele. Admito uma visão parcial da rádio portuguesa, fico à espera de sugestões.
Quando aos enganos, são humanos e humanizadores e tem o seu lugar na rádio. Claro que tudo isto são têm a haver com concepções de rádio, a escola de vistas curtas do "como deve ser" e uma ideia mais lata do "como pode ser".
Estar na rádio é estabelecer uma relação com o ouvinte, a cada um a sua técnica (ou, nalguns casos, ausência dela).
São noticiários de rádio-sensacionalismo. Como é que com o mundo em crise grave o que põem no começo do noticiário é uma reportagem com 17 grevistas que não quiseram assinar um acordo e fazem o sensacionalismo de dizer que um foi para o hospital porque se sentiu mal. quando eu me sentir mal tambem serei notícia na Antena 1? E grite menos.
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