quarta-feira, fevereiro 18, 2009

O provedor da RDP em 2008

Já está disponível o relatório de actividade de 2008 do Provedor do Ouvinte da RDP. Do documento sublinho as considerações feitas a propósito da informação.

Adelino Gomes recebeu 116 mensagens que abordam questões relacionadas com a informação. A Antena 1, tal como já sucedera com o seu antecessor, foi a estação mais visada pelos ouvintes, seguindo-se a Antena 2.

Apesar de no total ter recebido menos queixas dos ouvintes, a área da informação registou uma subida de 10 por cento em relação ao ano anterior.

A maior parte das mensagens recebidas pelo Provedor em relação à informação teve a ver com o alinhamento e critérios jornalísticos utilizados. Este item recebeu sobretudo queixas negativas. O mesmo sucedeu com a qualidade da informação.
"O alinhamento dos noticiários e a qualidade da informação em geral estão no centro de quase metade das mensagens recebidas nesta área temática" (p.42).

O programa Antena Aberta recebeu várias mensagens “a maioria com apreciações negativas mas mais de um terço com elogios” (p.42). Este programa, com a participação dos ouvintes, volta a estar no centro da actuação do provedor, tal como já tinha sucedido com José Nuno Martins. Adelino Gomes, nas suas reflexões finais dedica-lhe algum espaço e recorda a interpelação feita por um elemento do Conselho de Opinião da RDP:


“O mesmo conselheiro quis saber de mim se iria defender ou não o fim de programas do género da Antena Aberta, sobre o qual teceu considerações frontalmente desfavoráveis. Aproveitei esta questão polémica para lhe responder que, pelo contrário, considerava este tipo de programa como o perfeito exemplo de empowerment da cidadania propiciado pela rádio e cuja manutenção (com as ressalvas óbvias em relação a vulnerabilidades conhecidas mas evitáveis do modelo) eu defenderia com grande convicção” (p.69).


O programa Contraditório recebeu mais mensagens negativas do que positivas enquanto que o Conselho Superior recebeu “mais elogios do que manifestações de desagrado”.
O programa de informação local “Portugal em Directo” só recebeu mensagens positivas.


Leitura: Relatório do Provedor do Ouvinte.

1 comentário:

Batista disse...

Deixam-me estarrecido muitas das observações que são apontadas pelos ouvintes ou mesmo pelos telespectadores àquilo que é praticado na RTP. Não quero dizer que não sejam legitimas as observações, a liberdade de expressão conquistou-se para isso mesmo e, naturalmente, são opiniões. Nem tão pouco vou considerar que tudo é perfeito no serviço público de radiodifusão.

Mas parece que toda a gente agora tem já uma opinião sobre o que deve ser a rádio e a televisão pública. Tal como no caso da discussão em torno do traçado do TGV, onde a opinião pública dava opiniões sobre engenharia, parece que somos todos especialistas.

Programas como a Antena Aberta são do melhor que tem surgido no panorama radiofónico no que concerne a dar voz ao povo, a quem raramente é ouvido em matérias sensíveis. Nem sempre as opiniões são consensuais ou das mais "acutilantes" do ponto de vista da prosa utilizada, mas que outro modelo é mais "democrático" ?? Era melhor que não houvesse nada? É melhor que haja mensagens filtradas?

A qualidade da informação é também alvo de atenções. Mas essa é uma discussão que vem do tempo em que se discutia "o aparecimento do ovo ou da galinha". Na internet começam a surgir modelos de apresentação de conteúdos informativos sem que haja uma hierarquização da importância. Ou seja, a hierarquia é personalizada, pelo próprio leitor à sua medida, numa teoria a que chamam de "skimmer"! E na rádio? como é?

Um dos últimos programas do provedor do ouvinte versava sobre a programação da Antena 2! Foi de chorar a rir...parecia uma conversa de surdos, em que se discutia a integração de concertos, sinfonias, addagios, sonatas e afins...