Às oito da manhã, toda a redacção da TSF em Lisboa está nos lugares da notícia. Todos cultivam o hábito de ouvir logo a partir da manhã as notícias na sua rádio, que ainda nem tem seis meses de vida, e todos avançaram à primeira notícia do incêndio. Os que estavam de férias em lugares mais longe trataram de aparecer em Lisboa o mais depressa que conseguiram.
Franscisco Sena Santos (2008) in "Tão Perto do Mundo – 20 Acontecimentos em 20 anos da Rádio que mudou a rádio"
Para o jornalismo radiofónico, o incêndio do Chiado cujos 20 anos hoje se assinalaram, marca um ponto de viragem, em especial devido à cobertura que a TSF fez do acontecimento.
Foi o primeiro teste real para os então jovens jornalistas da rádio de Lisboa, chegados de um curso único em Portugal que partiu da iniciativa de Emidio Rangel e que foi pensado e coordenado por Adelino Gomes. Curso, aliás, inspirado nas ideias deixadas em Portugal por Edouard Guibert, do Institut National de l'audiovisuel francês.
O curso, tal como a própria TSF o viria a ser, tinha como bandeira a ideia de uma rádio feita em directo. Uma rádio dita e não lida e foi isso que os jornalistas da TSF souberam interpretar naquele dia 25 de Agosto de 1988.
Vinte anos depois, a TSF não esqueceu a data e colocou no ar, para além dos normais trabalhos que recolocam o problema da baixa lisboeta no século XXI, alguns dos sons que se escutaram na altura.
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