terça-feira, março 28, 2006

É preciso ser jornalista para ser provedor ?

Vai uma discussão interessante no blogue de João Paulo Menezes acerca da nomeação de José Nuno Martins para provedor do ouvinte na RDP. Diz JPM que preferiria “alguém do jornalismo, com os olhos abertos para a programação, ou alguém das ciências da comunicação, com capacidade para problematizar (como penso que acontecerá com Paquete de Oliveira, na RTP)”.

Confesso que também fiquei surpreendido com a nomeação de José Nuno Martins, não pelo facto de ser quem é, mas pela natureza da figura de provedor, que tem como função receber queixas/sugestões dos ouvintes/leitores ou telespectadores e de boa parte dessas interpelações remeterem para a análise do trabalho dos jornalistas.

Não sendo jornalista, será uma vantagem ou uma desvantagem?
Julgo pertinente lembrar alguns aspectos:
1º O provedor é, segundo Claude-Jean Bertrand, uma figura que tem a vantagem de “ser menos ameaçador para os profissionais, visto que, geralmente, ele também é jornalista, sendo bem conhecido na redacção” (Mesquita, 1998:27)
2º Ou seja, os jornalistas aceitam mais facilmente eventuais críticas que possam receber de um dos seus pares;
3º No audiovisual, as competências do provedor extravasam as questões meramente jornalísticas.
4º A France 2 e a France 3 tiveram em tempos (confesso que não sei se ainda mantêm esta prática) um provedor para a programação e outro para a informação. Não seria descabido a mesma prática na RTP e RDP. Um provedor de informação para a RTP e RDP e outro de programação.
5º Por fim, é preciso não esquecer que a figura do provedor só resulta na conjugação da acção dos leitores (ouvintes ou telespectadores), dos jornalistas e do próprio ombudsman e por isso não é excessivo recordar o que escreve Mário Mesquita – primeiro provedor do DN – no seu livro “O jornalismo em Análise – a coluna do provedor dos leitores” sobre a sua experiência.
“Que sentirá quando verifica, ao fim de cinquenta e duas semanas de presença nestas páginas, que, se a memória não o trai, nem um só jornalista da casa – à excepção do próprio Director – reconheceu ter escrito uma frase menos feliz, um título pouco rigoroso ou assumiu a responsabilidade por uma investigação insuficientemente aprofundada?” (Mesquita, 1998:39).

segunda-feira, março 27, 2006

Uma ordem dos jornalistas

Emídio Rangel defendeu esta manhã, na TSF, a criação de uma Ordem dos Jornalistas. Na espaço "Mel com Fel" (ainda não está online), Rangel referiu que esta seria uma estrutura importante para tratar de questões relacionadas com a deontologia jornalística.
Desde já é de salutar que o tema saia da gaveta e entre na agenda da classe para que se discuta a viabilidade da criação de um organismo com estas características. Parece-me igualmente importante referir que a implementação de regras do foro deontológico aos jornalistas, supervisionadas pelos seus pares, é não só uma forma de credibilização da profissão como um mecanismo saudável de auto-regulação evitando assim excessivas medidas de regulação externa.
Uma estrutura - chamada Ordem ou outra coisa qualquer - poderia ter funções ainda noutros domínios da profissão como a atribução de títulos profissionais ou no ensino do jornalismo.

Ainda a tradução de sons em língua estrangeira

Duas notas sobre o debate que começou neste espaço, mas que foi para aqui.
João Paulo Menezes colocou um post sobre a tradução ou não dos sons dos protagonistas das notícias emitidas pela rádio, a propósito de um comentário meu sobre o programa "Nós Europa" da TSF.
Concordo genericamente com JPM e com os seus activos leitores quando referem que os declarações em língua estrangeira devem ser traduzidas, mesmo aquelas que são produzidas em língua espanhola.
Não concordo, contudo, quando se diz que apenas os sons com mais de 10 segundos devem ser traduzidos (dobrados). Do meu ponto de vista devem ser todos independentemente da língua estrangeira em que são produzidos. É que nunca se sabe bem quem é que nos está a ouvir!!!
Há ainda uma outra nota sobre esta matéria, que passa, é certo, ao lado do comum dos ouvintes. Na rádio, as mensagens difundidas têm quase sempre dois significados: aquele que o conteúdo nos dá e outro que é perceptível através da forma como é dito. Por vezes é importante ouvir a forma como algo é dito, ou seja o tom que o sujeito utiliza ao dizer o que diz. Colocar uma voz "por cima" da declaração do interlocutor pode prejudicar a percepção desse segundo significado.
Dois exemplos recentes: a declaração da ETA anunciando tréguas e a de Hugo Chavez dando a conhecer o que pensa (!!!) de George W. Bush.
São, de qualquer forma, excepções à regra. E a regra, do meu ponto de vista, deve ser a tradução.

terça-feira, março 21, 2006

Provedores II

José Nuno Martins será, segundo a Lusa o primeiro provedor da Rádio em Portugal.
Depois de Paquete de Oliveira ter sido o escolhido para ombudsman da televisão pública, a administração do grupo deu a conhecer, durante a tarde de hoje, o nome do radialista para exercer as mesmas funções na emissora pública.
Na quarta-feira, os dois nomes serão entregues ao Conselho de Opinião que dará um parecer. Se for positivo, José Nuno Martins e Paquete de Oliveira iniciarão as funções já em Maio.

Provedores

O DN escreve hoje que o professor Paquete de Oliveira foi convidado para ocupar o cargo de provedor do telespectador na televisão pública. O texto refere que o docente foi convidado, mas não diz se o convite foi aceite. De acordo com a mesma notícia, o nome do provedor da rádio também já está escolhido, mas ainda se encontra no segredo dos deuses. Aguardemos, pois...

sexta-feira, março 17, 2006

Indústrias Culturais de parabéns

Parabéns a Rogério Santos e ao Indústrias Culturais que hoje completa três anos na blogosfera. É para mim uma passagem diária obrigatória. Votos de continuação do excelente trabalho que tem desenvolvido. Vale a pena passar pelo post de hoje no qual o seu autor faz um balanço dos três anos de vida do blogue.

quinta-feira, março 16, 2006

Traduzir ou não traduzir ...

O programa "Nós Europa" da TSF é, quanto a mim, um espaço radiofónico interessante pelo tratamento de acontecimentos referentes ao espaço comunitário que regra geral não passam nos noticiários.
O que não se percebe é a razão para que os sons dos protagonistas (registos magnéticos -RM-) sejam difundidos na sua língua original, sem, portanto, a necessária tradução. Sejam eles em inglês, francês, espanhol, italiano etc.
É certo que o pivot nos dá a ideia principal, à entrada do som, daquilo que é dito pelo protagonista, mas num meio tão vulnerável como é a rádio no que diz respeito à captação da atenção, não será arriscada esta prática ? Para além disso, a informação fica seguramente mais pobre, uma vez que um dos objectivos da colocação do som dos protagonistas dos acontecimentos é precisamente complementar e credibilizar a informação veiculada.

quarta-feira, março 15, 2006

A língua na rádio

Merecem referência os textos dos provedores da Radio y Televisión de Andalucia e da Rádio Bandeirantes. Ambos posicionam-se face a queixas dos seus ouvintes quanto à utilização da língua por parte dos jornalistas e apresentadores daquelas emissoras.
No caso brasileiro, os ouvintes questionam-se sobre a melhor forma de pronunciar determinadas palavras como porcentagem ou percentagem. A provedora responde.
O caso espanhol é mais interessante. Patricio Gutiérrez debruça-se sobre uma queixa de uma telespectadora sobre o pouco uso que é dado às "modalidades linguísticas andaluzas".
Vale a pena passar pelo texto do provedor da RTVA

A rádio é um excelente veículo de difusão e promoção da língua materna bem como das suas especificidades regionais e locais. Esta é também uma das funções da radiodifusão local, mas ao invés de uma afirmação nesse sentido, por cá ainda não é bem visto falar com a pronúncia algarvia numa rádio do Algarve, utilizar expressões portuenses numa emissora do Porto ou falar alentejano numa rádio do Alentejo.

Debate sobre blogues em Portalegre

Já aqui me referi às Jornadas da Comunicação que decorrem na ESE de Portalegre. Ontem a tarde foi dedicada à discussão em torno dos blogues. Apesar de não ter havido rádio (este blogue é sobretudo para falar deste meio) merece a referência pelo painel de peso: Rogério Santos, Paulo Querido e Luís Santos.
Sobre o debate podem-se encontrar refências aqui, aqui e também aqui.

Já agora ficam também os parabéns (atrasados) ao blogue de Luís Santos pelos seus dois anos de existência. Ainda este mês haverá mais comemorações ...

domingo, março 12, 2006

Recordar Alice

Passam hoje 29 anos desde que a polícia entrou pelos estúdios da Rádio Alice e encerrou as suas emissões. O encerramento desta emissora significa muito mais do que simplesmente o fim de uma rádio, ainda para mais no contexto da chamada cacofonia italiana (expressão atribuída ao caso italiano por ter sido cenário para o aparecimento de milhares de emissoras piratas durante a “febre” das rádios livres na Europa).

A Rádio Alice representa um ícone da liberdade de expressão que o movimento das rádios livres significou. Assumiu-se sempre com um discurso alternativo e de confronto, como aliás se pode perceber a partir do texto lido na primeira emissão da Rádio Alice em Janeiro de 1976.

“Radio Alice emite: música, notícias, jardins em flor, conversas que não vêm ao caso, inventos, descobrimentos, receitas, horóscopos, filtros mágicos, amor, partes de guerra, fotografias, mensagens, massagens e mentiras”.

A emissora, que emitia para Bolonha, foi criada por um grupo de intelectuais denominado A/Travesso. Alice significava para muitos a representação simbólica de um absurdo que deveria vir à superfície no país das maravilhas, numa clara alusão à obra de Lewis Carroll.

Foi este discurso de confronto permanente que acabaria por ditar o encerramento das suas emissões.
A Rádio Alice anunciara a morte de Francesco Lorusso, um militante de extrema-esquerda. Por causa deste homicídio ocorreram várias manifestações em Bolonha. A Rádio Alice guiava os contestatários, recorrendo a um caricaturista de nome Bonvi, ouvinte da emissora, e que em directo dava indicações sobre a forma como a polícia tentava controlar os manifestantes.

“Bien, escuchen pues; la situación es todavia confusa, pêro lo magnifico es que la ciudad está reaccionando muy bien contra la provocación ...” (Parte da intervenção de Bonvi, citada por Umberto Eco)

Esta acção da emissora foi considerada pelas autoridades como subversiva e no dia 12 de Março de 1977 acabaria por encerrar as emissões da Rádio Alice.

O dia em que a polícia entrou nos estúdios da emissora e a encerrou pode ser recordado aqui.

sábado, março 11, 2006

Quais rádios de proximidade ?!

A Associação Portuguesa de Radiodifusão promoveu na última quinta-feira um debate sobre as "Rádios de Proximidade na Internet". Sobre a iniciativa já aqui tinha feito referência, e na altura surgiram-me algumas dúvidas: No contexto português, quais são as rádios de proximidade? O que as define? São as locais? Todas as locais? A Radar? A Mega FM? ou a Capital?
Não pude estar presente no referido encontro e por isso não sei se alguém explicou isto, mas julgo que era importante perceber o conceito.

O blogue Netfm tem um resumo sobre o debate.

Blogue do defensor do ouvinte da RTVA

O acesso aos conteúdos do provedor da RTVA está mais facilitado e dinâmico, após a criação de um blogue, onde agora é possível acompanhar as principais queixas dos telespectadores e ouvintes bem como a opinião e os pareceres do ombudsman. Na mesma página está também disponível um pequeno vídeo com a intervenção do "defensor".

terça-feira, março 07, 2006

Podcast para além da rádio

O Podcasting começa a deixar de ser um exclusivo para a difusão de conteúdos de rádio. Pelo Mundo começam a aparecer cada vez mais exemplos disso mesmo. Em Portugal, esta semana foi a vez do
Jornal Expresso
apostar nesta forma de difusão de conteúdos.
Já antes a SIC tinha colocado programas como o “Expresso da Meia Noite” em podcast.

Para ver ainda o The Guardian aqui e também aqui

Radio Critica

Uma referência (mais uma) ao blogue do Francisco Mateus pela recordação de outros tempos.

domingo, março 05, 2006

As rádios de Proximidade e a Internet

A Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) promove, na próxima quinta-feira, mais um de uma série de debates sobre rádio que aquela organização tem previstos para este ano. O tema desta vez é "As Rádios de Proximidade na Internet". Das várias questões subjacentes ao tema, a APR destaca as seguintes:

- Qual a Importância de garantir uma presença na Internet?
- Que Investimentos devem ser feitos?
- Que tipo de Retornos (financeiros ou outros), devem ser esperados?
- Quais os Conteúdos que devem ser disponibilizados?
- Qual a melhor Formatação para as páginas das rádios?

Os convidados são:

- Eng.º Carlos Marques, da Media Capital Rádio, Director Geral do Cotonete;
- Sr. Abel Sousa, da Rádio Santiago, de Guimarães (projecto Guimarães Digital);
- Professor Manuel Fonseca, da Rádio Clube de Monsanto;
- representante da Link Consulting, empresa responsável pela elaboração do Portal do ROLI

O debate está marcado para o dia 9 de Março pelas 14h30 no Auditório do Departamento de Ciências da Comunicação da Universidade Autónoma de Lisboa.

sexta-feira, março 03, 2006

Leituras

Uma perspectiva sobre as rádios culturais em Espanha para ler no número de Janeiro da revista Eptic online. (Via Irrealtv)

Las radios culturales en España: una vida en tierra de nadie aunque con esperanzas de legalización, Fernando Sabés Turmo

Kiss FM em Lisboa

Ora aí está mais uma frequência inicialmente atribuída a uma rádio local que deixa de o ser.A Kiss FM, que em Portugal iniciou as suas emissões em Albufeira, chega agora a Lisboa na frequência da antiga rádio local da Amadora. Trata-se de uma rádio virada para um público mais jovem e que aposta nos hits musicais, por isso não seria de esperar outra coisa a não ser o que o Diário Económico escreve:
A Kiss FM Lisboa vai apostar em grandes êxitos da música nacional e internacional, com uma ‘playlist’ cuidadosamente estudada pela consultora, tal como na informação curta de hora a hora. Não admitindo com que estações pretende concorrer directamente, Jorge Correia acredita que a Kiss FM Lisboa pode “ganhar ouvintes a todas as rádios".

A notícia vem também no Público (só para assinantes).

Jovens ouvem mais rádio


Segundo o Bareme Rádio da Marktest, os jovens entre os 15 e os 35 anos foram os maiores consumidores de rádio em 2005. De acordo com aquele estudo, os jovens com idades entre os 15 e os 24 anos representam 74,6% de audiência acumulada de véspera e a faixa etária entre os 25 e os 34 anos situa-se nos 73,8%. Curiosamente foi entre os individuos com mais de 65 anos de idade que se registou a maior subida em relação a 2004.
Os jovens ouvem rádio sobretudo no período da tarde, descendo o seu consumo a partir das 20 horas, quando a televisão começa a ditar leis (acrescento eu).

Um bom sinal para os que acreditam que o podcasting é uma ameaça para a rádio, se tivermos em linha de conta que são os jovens que mais utilizam a audição de programas de audio neste novo formato.

quinta-feira, março 02, 2006

(Act) Jornadas da Comunicação em Portalegre

Os alunos do curso de Jornalismo e Comunicação da Escola Superior de Educação de Portalegre organizam entre os dias 13 e 16 de Março a 10ª edição das Jornadas da Comunicação. Trata-se do evento mais antigo daquela escola e que, por ser organizado por alunos de um estabelecimento de ensino superior no interior do país merece os meus parabéns.
Este ano assinalam a década de edições, sem qualquer interrupção. Criaram um espaço interessante de debate e reflexão sobre os media, o jornalismo, a publicidade e as relações públicas.

Por se tratar do 10º ano, a edição terá como tema central "A comunicação em Portugal nos últimos 10 anos". Trata-se efectivamente de uma década cheia de marcos importantes no cenário dos media nacionais. A consolidação das televisões privadas em Portugal, consubstanciada pela luta pelas audiências, emergência de determinado tipo de programção (reality shows etc), o aparecimento da televisão por cabo, que alterou significativemente o sector, as transformações no cenário da radiodifusão local, o papel cada vez mais relevante dos grupos de comunicação social no panorama nacional, o aparecimento dos provedores de leitor e claro a emergência da Internet com tudo o que isso acarretou (blogues, podcasting, jornalismo online etc). Enfim, não falta matéria para os alunos do curso discutirem com os seus convidados.

Aqui fica o programa (ainda provisório)

Dia 13 - 15h. Sessão de Abertura

Dia 14 - 10h. Os bastidores do Marketing Político (Edgar Correia, ISCTE, Luís Rasquilha, Marketeer e Luís Rodrigues, PSD)
15h. blogsemdiscussão.na.esep. (Luís Santos, Atrium, Rogério Santos, Blog “Industrias Culturais”), Paulo Querido, blog “ mas certamente que sim!”)

Dia 15 - 10h. As crianças e o jornalismo (Felicia Cabrita, Expresso e Miguel Martins, Correio da Manhã)
15h. Indústria Farmacêutica: O Marketing além do produto (Cândido Barnabé, Pfizer e Fernando Siborro, médico, Ana Beatriz Gaminha, Laboratório Farmacêutico “Azevedos”)
21h30. Uma década de Jornalismo (Emidio Rangel, David Borges e Virgilio Azevedo)

Dia 16 - 10h. Encontro: Aqui há dez anos (Ex-alunos que organizaram as jornadas)
12h. Inauguração de uma exposição de trabalhos de Eduardo Gageiro
15h. Tributo a Eduardo Gageiro
Encerramento das Jornadas

À organização das jornadas votos para que tudo corra bem.

quarta-feira, março 01, 2006

TSF e RUC de parabéns

A imprensa de hoje faz referência a dois aniversários. O jornal Público lembra os 20 anos da Rádio Universidade de Coimbra (RUC) criada no dia 1 de Março de 1986 ( o alvará só viria em 1988 ao contrário do que o jornal escreve). Trata-se seguramente de uma das rádios universitárias mais emblemáticas do país e que ocupou o seu lugar na história da radiodifusão nacional, particularmente pelos profissionais que formou e pela irreverência que ainda hoje a caracteriza.

O DN faz referência aos 18 anos que a TSF hoje comemora, (ou melhor que comemora no dia 29 de Fevereiro).
Para esta quarta-feira a emissora tem estado a passar uma série de sons da sua história. Sons que nos recordam momentos da história nacional e mundial que foram alvo de cobertura por parte da emissora.

Surgida na vaga das rádios piratas em Portugal, a TSF cedo se destacou das restantes emissoras que apareceram na mesma altura. Com um projecto arrojado, particularmente no campo da informação, a rádio que começou a emitir das Amoreiras, em Lisboa, destacou-se pela inovação dos seus formatos noticiosos.
"De repente aparece uma rádio que desata a fazer noticiários de meia em meia hora, a acordar ministros às 6 ou 7 da manhã, a ir aos restaurantes esperar os políticos” (Público, 1 Março de 1998).

Ainda durante o período da "pirataria" destacou-se por ter estado na linha da frente da pressão ao governo para a legalização das emissoras locais. Já em Novembro de 1988 foi dos seus estúdios nas Amoreiras que foi emitida uma emissão em cadeia com cerca de duas centenas de rádios em protesto contra a imposição legal das rádios piratas terem de suspender a emissão enquanto decorria a avaliação do concurso público para a atribuição dos alvarás de cobertura local.
Em 1990 acabaria por perder o concurso para a atribuição de uma frequência regional, a favor do Correio da Manhã Rádio. Um concurso que ficou marcado por muita controvérsia.Cobertura regional que acabaria por conseguir com a aquisição da Rádio Press em 1992.