sexta-feira, julho 28, 2006

Programas de antena aberta, uma vez mais

A revista Visão publica na edição desta semana um interessante artigo sobre os programas de antena aberta da Rádio portuguesa. No texto, assinado por Paulo Pena, são referidas várias "estórias" dos bastidores deste tipo de programas.

Visões, várias, de apresentadores, directores e participantes nos programas. A peça tem como título "A Voz do Povo" e no superlead pode ler-se: "Os fóruns da rádio e da televisão estão cheios de cidadãos com opinião. A Visão foi conhecer os bastidores destes «programas de cidadania»".

Merece também uma atenção o artigo de opinião de José Carlos de Vasconcelos, na mesma revista. O texto não é sobre estes programas, mas o autor refere-se a eles por terem sido palco para uma série de opiniões sobre as notícias que davam conta da reforma que Manuel Alegre recebe da RDP.

Diz José Carlos de Vasconcelos:

"Alegre foi o «bombo da festa» em numerosas intervenções nos habituais «fóruns» radiofónicos da TSF e da Antena 1 (um tipo de programa, (...) com muito de positivo, mas também algo de negativo, misturando num formato que creio necessitar de ajustamentos, em especial para não haver opiniões emitidas a partir de pressupostos errados e para proteger a honra de «inocentes»)".

Os programas de antena aberta serão, provavelmente, daqueles que mais complexidade encerram na rádio moderna, pelo menos naquelas emissoras que ainda cultivam o discurso e a palavra. O desafio é encontrar o equilíbrio entre um espaço que possibilite o acesso dos ouvintes ao debate, contribuindo com opiniões válidas, e o controlo do próprio programa mantendo a elevação do discurso e garantindo o rigor possível na discussão.

O blogue NetFM fez recentemente alusão a um fórum sem moderador (!!!) Seria, do meu ponto de vista, pior a emenda ...
Também neste blogue já se escreveu sobre o assunto. Relembro esta experiência.

segunda-feira, julho 24, 2006

quinta-feira, julho 20, 2006

O jornalismo hoje, segundo o Obercom

A Newsletter do Obercom (renovada e muito mais atractiva) destaca o estudo "Jornalismo Hoje. Análise de 14 redacções de Jornais, Rádio e Televisão". Sob a coordenação científica de Gustavo Cardoso, com este trabalho pretende-se "compreender as transformações suscitadas na actividade regular dos media após a integração e utilização da internet pelos jornalistas nas redacções de rádio, televisão e jornais generalistas e desportivos. Foram inquiridos neste estudo 340 jornalistas durante o ano de 2005".

Através dos dados divulgados na newsletter, verifica-se que 44,74% dos jornalistas de rádio das redacções da TSF, RDP e Rádio Renascença consideram que "face ao jornalismo praticado há cinco anos, o jornalismo actual está "Um pouco melhor". Curiosamnete, a mesma percentagem de profissionais considera que está "Um pouco pior".
Na totalidade dos três meios de comunicação, verifica-se que a maior parte dos jornalistas respondentes (43,31%) considera que o jornalismo está "Um pouco pior".
Os mais cépticos são mesmo os da rádio. Os mais optismistas são os da televisão.

51,35% dos jornalistas das emissoras estudadas, consideram ainda que "Com a Internet, o número de peças de minha autoria utilizadas" manteve-se, enquanto que 48,65% acha que aumentou.

sexta-feira, julho 14, 2006

Uma carta ao provedor do ouvinte

Julgo ser interessante acompanhar a actividade do primeiro provedor do ouvinte em Portugal. Não sei se é a primeira carta que lhe é dirigida, mas aqui está um exemplo daquilo que José Nuno Martins irá receber no seu mail nos próximos tempos.

Vamos aguardar pela resposta.

Uma nota: Esta carta chegou até ao provedor ? É que no site da RDP ainda não está disponível a prometida informação que lhe permitirá o envio das suas mensagens de críticas, dúvidas, sugestões ou de satisfação. Estava prometido para o início de Julho.

(via A Nossa Rádio)

quinta-feira, julho 13, 2006

Rádios locais no CJ e no CM

Não é muito comum, mas ontem as rádios locais estiveram, em dois momentos, em discussão nos media nacionais. No programa Clube de Jornalistas e no Correio da Manhã que publicou uma notícia com base em declarações de José Faustino, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão.

A perspectiva de Faustino é a de que as rádios locais enfrentam hoje problemas económicos graves que colocam em causa a autonomia destas estações radiofónicas.
Lê-se no Correio da Manhã:
O dirigente afirma que, “desde o licenciamento das rádios locais, há 20 anos, apenas foram criadas situações desfavoráveis”. Segundo Faustino, a taxa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é uma delas: “É um mau precedente. A lei já prevê que recebam um valor por serviço prestado. Portanto, não se percebe o porquê de pagar uma taxa de regulação quando não se recebe nada em contrapartida.


Para José Faustino, o novo Estatuto dos Jornalistas vai colocar ainda mais problemas às emissoras locais nomeadamente por prever que os jornalistas devem ter formação superior. Esta ideia foi aliás referida também por Faustino no programa Clube de Jornalistas.

Não concordo com a posição do presidente da APR, e muito menos com os argumentos, em particular quando afirma que "Quem está fora, não vai para o Interior com os ordenados que se pagam.”

Não é essa a realidade que conheço. No interior também há cursos superiores de comunicação social e por isso há licenciados dispostos a trabalhar. Os ordenados pagos a jornalistas nas rádios locais do interior são semelhantes aos que são pagos em rádios (ainda locais) do litoral.

No programa Clube de Jornalistas, António Faustino, jornalista da Rádio NO AR, de Viseu, deixou a ideia de que existem muitas rádios locais em Portugal. Demasiadas acrescento eu, tendo em conta o mercado publicitário existente e os objectivos das rádios locais que muitas delas, aliás, não cumprem. As condições para a perda de autonomia das Rádios Locais são, em primeiro lugar estas, e não outras.

domingo, julho 09, 2006

Leituras

Sobre a rádio portuguesa sugiro dois artigos publicados recentemente no livro coordenado por Gustavo Cardoso e Rita Espanha (Edição Campo das Letras).

O primeiro chama-se "A rádio porta-estandarte: a TSF e o pós-referendo em Timor Leste", e é da autoria de Luís Proença.

O segundo tem por título "Time-setting: estudo de caso sobre a TSF Rádio-Notícias" de Artur Cassiano.

Tratam-se de dois excelentes contributos que nos ajudam a perceber como a rádio portuguesa, em particular a TSF, faz a cobertura noticiosa dos acontecimentos, seja em espaços regulares de informação ou através da abertura da emissão aos chamados "especiais".

terça-feira, julho 04, 2006

O Mundial na Bandeirantes

É curioso constatar o tipo de comentários dos ouvintes brasileiros em relação à cobertura do Mundial de Futebol realizada pela Rádio Bandeirantes.
Enquanto que por cá se fala do exagero dos jornalistas no tratamento da selecção portuguesa, querendo isto significar, uma fronteira ténue entre jornalista e adepto, no Brasil, pelo menos de acordo com as críticas que chegaram à provedora do ouvinte, as questões têm mais a ver com a emissão online ou a passagem em excesso de anúncios publicitários ou "comerciais".