terça-feira, dezembro 30, 2008

domingo, dezembro 14, 2008

Congresso de ciberjornalismo III - As notícias dos sites da rádio

No congresso apresentei a comunicação com o título “As notícias dos sites das rádios portuguesas - contributos para a sua compreensão” com a qual pretendi lançar um olhar sobre a relação entre a rádio dita tradicional e a sua presença na Internet, partindo do campo específico das notícias.

Analisei as notícias disponibilizadas nos sites das três principais rádios de informação portuguesas (Antena 1, RR e TSF) procurando identificar a relação com as notícias emitidas nos noticiários daquelas estações.

Eis algumas conclusões:

1º - Os sites dependem quase em exclusivo das notícias que a rádio tradicional difunde. Essa dependência verifica-se ao nível dos temas das notícias e das manchetes utilizadas no online. No período analisado, todos os temas de manchete do site da TSF foram igualmente temas de abertura nos noticiários da rádio. Na Renascença, essa correspondência situa-se acima dos 90 por cento.

2º Um olhar para a utilização dos recursos expressivos proporcionados pela Internet, permite observar o fraco uso nas notícias de recursos tais como o vídeo e até de hiperligações. Os sites das rádios RR e TSF utilizam sobretudo fotografia e ligações para notícias relacionadas. A Antena 1 é, neste aspecto menos interessante, uma vez que se limita a colocar online os sons que emitiu na rádio, sem qualquer modificação.

3º A análise ocorreu no chamado período da Manhã 1 da rádio, ou seja, consistiu na comparação das notícias dos sites com as dos noticiários da rádio hertziana entre as 7 e as 10 da manhã. Foi possível verificar o dinamismo evidenciado no que diz respeito à actualização. Em média, de 30 em 30 minutos, foram colocadas nos sites da RR e da TSF pelo menos uma notícia. É preciso notar, no entanto, que no mesmo período do dia, a rádio produz muitas notícias e como existe uma quase total dependência daquilo que é difundido na emissão hertziana, é normal que quem está responsável pela actualização do site tenha muito material disponível.

4º O mesmo já não se pode dizer da actualização das notícias, pois elas surgem no site na sua forma final, não sofrendo, na maior parte dos casos, qualquer modificação.

5º A Internet apresneta-se actualmente como um cenário emergente para o jornalismo radiofónico português. O estado actual é de complementaridade. A rádio hertziana tem as notícias (fruto de estruturas redactoriais mais compostas) e os sites acrescentam-lhes recursos que não fazem parte da expressividade radiofónica como sejam a fotografias, vídeos, infografia etc. Essa complementaridade verifica-se também ao nível da oferta de novos produtos como é o caso do Página UM (jornal em pdf da Renascença) ou da emissão de relatos de futebol online (caso da Antena 1).
Um dado que parece ir ao encontro de outros estudos sobre ciberjornalismo tem a ver com o fraco aproveitamento da interactividade. As notícias dos sites da RR, TSF e Antena 1 não permitem ao utilizador fazer comentários ou contactar com os jornalistas autores das peças.

Congresso de ciberjornalismo II - A rádio

Não se falou muito, mas assinalo alguns aspectos que me parecem importantes.

Na comunicação apresentada por Pedro Caeiro, editor multimédia da Renascença, foi feito um percurso da presença da emissora católica na Web, destacando o processo claramente evolutivo desde o seu início até hoje. Se a página da RFM complementa o carácter de entretenimento da estação, já a Renascença faz uma clara aposta no domínio da informação e do uso das ferramentas online, com particular destaque para a infografia e vídeo. Neste último aspecto, Caeiro referiu que no próximo ano o site avançará com a webtv. O Página Um, jornal em pdf da RR, parece também ter sido uma boa aposta da estação pois segundo os dados anunciados no congresso já tem 66 mil assinantes.

Fernando Zamith apresentou os dados da sua investigação sobre o aproveitamento das potencialidades pelos ciberjornais portugueses. Os dados, referentes a 2008, colocam a TSF como o site de rádios que melhor uso faz das potencialidades online e na 3ª posição no total dos ciberjornais portugueses. A Renascença surge em sexto lugar e o Rádio Clube na 14º. Quanto ao aproveitamento de cada potencialidade em particular, os dados apresentados revelaram que a RR é o site português que melhor aproveitamento faz da multimedialidade (uso de vários recursos multimédia: vídeo, áudio etc) e que é o segundo (atrás do jornal Académico Jornalismo Porto Net) no que diz respeito à hipertextualidade.

Uma nota final para o site da Renascença que teve trabalhos nomeados para várias categorias dos prémios de Ciberjornalismo, atribuídos por um júri do congresso, no entanto, acabaria por não vencer nenhum deles.

sábado, dezembro 13, 2008

Congresso de ciberjornalismo I

Os últimos dois dias foram passados no Porto, no I Congresso Internacional de Ciberjornalismo, promovido pela Universidade do Porto.

Das várias e interessantes sessões e comunicações apresentadas destacaria três eixos que me parecem ter sido transversais às várias intervenções:

1ª O jornalista do futuro. Que profissional e perfil serão necessários para enfrentar todos os desafios que se vão colocar (e já se colocam) aos jornalistas. As intervenções nesta matéria andaram entre a polivalência (o jornalista capaz de dominar todas as técnicas próprias do ambiente do ciberjornalismo) e a especialização (domínio especifico de algumas dessas técnicas – vídeo, infografia – mas não todas). Anexadas a estas duas perspectivas, emerge a questão da própria formação dos jornalistas não apenas em ambiente académico, mas também profissional.
Por outro lado, a questão da polivalência questiona a própria função dos jornalistas que entre tantas ferramentas que necessitam dominar, lhes restará pouco tempo para fazer aquilo que é realmente a sua função: informar.
Bem a propósito, Mark Deuze, falava na sua intervenção (videoconferência) que o poder cultural do jornalismo e dos jornalistas nas sociedades está a diminuir, transferindo-se para dois outros campos: o das audiências (que agora também são produtores) e o dos empregadores dos media. Deuze concluiu que provavelmente continuaremos a precisar de jornalistas, mas não do actual tipo de jornalistas, aludindo à necessidade de uma nova cultura profissional.

2º O jornalismo do futuro. Está inerente à questão anterior. A tecnologia tem mostrado ser demasiado rápida em função do aproveitamento que dela se consegue fazer. O surgimento de novas ferramentas coloca ao jornalismo (e às empresas de media) frequentes questões. Disso falou a professora e investigadora brasileira Beth Saad Corrêa que colocou o jornalismo num contexto de uma parafernália de funcionalidades. O ciberjopnalismo Web 2.0 convoca também um jornalista com um perfil distinto daquele que conhecemos. Saad Corrêa propõe o “jornalista estrategista” que vai para além da simples produção de texto e que é capaz de usar e gerenciar todas as ferramentas disponíveis no contexto da Web 2.0.
Por outro lado, num tal cenário é importante não perder de vista as próprias empresas, o ensino do jornalismo e sobretudo o utilizador dos novos media na medida em que num tal contexto revela-se muito importante a adopção de estratégias tendentes à aproximação dos cibernautas.

3º A convergência. Foi o tema transversal a praticamente todas as intervenções. Convergência na narrativa, no perfil do jornalista e nas organizações jornalísticas. Para Ramón Salaverria a convergência é um processo inevitável. Aquele que é considerado um dos mais prestigiados investigadores nesta matéria sublinhou que essa convergência passa pelo multimédia em vez do many media, que é o cenário actual, ou seja a junção dos vários media e não a criação de um verdadeiro novo conceito. Aliás, Mário Táscon sublinharia na sua intervenção que a internet é muito mais do que a soma das suas partes aludindo à precaução que é preciso ter com os modelos híbridos.
A convergência tem subjacente um novo conceito e cultura para os media bem como para os seus profissionais o que passa, uma vez mais, pela formação, pela colocação em prática de novas narrativas e práticas discursivas que resultam do uso de uma nova linguagem. Tascón apresentou, ainda que sucintamente, um novo modelo de organização da redacção que se caracteriza pela sua estruturação em rede, na qual todos os seus elementos estão em condições de comunicar uns com os outros.
Aliás, no plano da organização jornalística, o termo comunicação parece ser a chave para a convergência. Salaverria sublinhou que o mais importante não é que as redacções se reúnam, mas sim que comuniquem entre si.
A ideia de convergência convoca ainda a dimensão da narrativa. Ou seja, se os jornalistas têm hoje ao seu dispor um conjunto de ferramentas várias (hipertextuais, multimédia, interactivas etc) e partindo do pressuposto que as sabem usar, como se deve contar uma estória? Neste campo foram enunciadas várias experiências levadas a cabo pelos vários meios de comunicação social e que demonstram alguma actividade neste domínio, mesmo no contexto português, quanto ao uso de vídeo, áudio, infografia etc.


Mais sobre o congresso aqui.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Doutoramento em rádio

João Paulo Menezes defende no dia 11, na Universidade de Vigo, a sua tese de doutoramento com o título “O consumo activo dos novos utilizadores na Internet: ameaças e oportunidades para a rádio musical (digitalizada)”.

A investigação de JPM junta-se a outras teses de doutoramento sobre a rádio portuguesa e das quais destaco as seguintes:

MEDITSCH, Eduardo (1996) "A especificidade do rádio informativo: um estudo da construção, discurso e objectivação da informação jornalística no rádio, a partir de emissoras especializadas de Portugal e do Brasil em meados da década de 90". Universidade Nova de Lisboa - Publicada pela Minerva (1998) sob o título A Rádio na Era da Informação.

MELO, Rui de. "O Digital Audio Broadcasting e as implicações nos conteúdos radiofónicos". Universidad Pontificia de Salamanca. Publicado pela Universidade Fernando Pessoa sob o título A Rádio e a Sociedade de Informação (2001).

REIS, Filipe (2006) "Comunidades radiofónicas: um estudo etnográfico sobre a radiodifusão local em Portugal". ISCTE.

CORDEIRO, Paula (2007) "Estratégias de programação na rádio em Portugal: o caso da RFM na transição para o digital". Universidade Nova de Lisboa.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

Dodge Journey

Um repórter pelo país.
Um projecto interessante e um exemplo mais de como a rádio informativa pode potenciar a sua presença na Internet.
Ontem passou um mês desde o início do trabalho levado a cabo pelo jornalista Rui Miguel Silva.
Para seguir aqui.

quarta-feira, dezembro 03, 2008

Rádio e Jornalismo

O Rádio e Jornalismo assinala hoje três anos de existência.
Obrigado aos que por aqui têm passado.