segunda-feira, junho 25, 2007

Revista JJ


Saiu o númeo 30 da revista JJ do Clube de Jornalistas. Nesta edição encontro vários artigos que têm a rádio como tema principal ou que a abordam de forma indirecta.

O tema de abertura "Cooperativismo: Desafio ou Utopia ?" da autoria de Helena de Sousa Freitas faz uma viagem ao mundo das cooperativas de jornalistas. A autora dá especial enfoque ao caso da TSF.
É de lembrar, ainda, que a maior parte das rádios locais portuguesas possui aquele modelo de gestão, ou seja, são cooperativas de radiodifusão.
Sobre a TSF, pode ler-se no artigo:
"(...) o modelo de uma cooperativa era o mais democrático, pois cada um dava a sua opinião e o seu voto em todas as decisões".

Destaco a crónica de João Paulo Guerra "Ainda me lembro ..." na qual o jornalista faz um percurso por eventos que vivenciou na Renascença e no Rádio Clube (então ainda Português).
Escreve JPG:
"Lembro-me, na noite de 25 de Novembro de 1967, quando já havia umas centenas de mortos contados nas inundações de Lisboa e arredores, a Censura decidir que a partir daquele momento não morria mais ninguém".

Por fim, refiro o texto que assino intitulado "O referendo ao aborto na rádio - O olhar da classe política".

sexta-feira, junho 22, 2007

A rádio vai morrer?

No Diário de Notícias faz-se referência a um seminário sobre a sobrevivência da rádio que decorreu na Sociedade Portuguesa de Autores.

A principal conclusão do seminário, segundo o DN, é catastrófica: A Rádio vai morrer muito em breve.

Mas, apesar de tal determinação, a verdade é que não encerra nada de novo. Há muito que se sentencia a morte da rádio. Contudo, confesso a minha preocupação ao ver tal unânimidade entre pessoas com um peso tão significativo na rádio em Portugal como são os casos de António Sala ou Luís Filipe Costa.

Entre os argumentos invocados para a morte da rádio sublinho os seguintes:

Luís Filipe Costa:
- "A rádio vai morrer muito em breve e só a publicidade é que decidirá por quanto tempo é que ela se mantém."
- Para Luís Filipe Costa o actual estado de coisas deve-se "às novas tecnologias, como a Internet ou o iPod".

Luís Osório:
- "(...) as receitas publicitárias não param de descer - muito mais se forem vistas à escala da Europa. Por outro, falta a ousadia de pensar que não existem desafios". Para Osório, actualmente, "todas [rádios] se parecem imitar umas às outros."

António Sala:
- "A televisão esmaga a rádio, é uma luta desleal"

Segundo o DN, só Luís Montez se mostrou mais optimista: "Com a chegada da Internet, a rádio ganhou imenso".

Uma nota final:
A rádio tem demonstrado ser o meio de comunicação que melhor se tem adaptado às novas tecnologias de informação e isso, parece-me ser, pelo menos, um sinal de que poderá (e está) encontrar novos caminhos.


quinta-feira, junho 14, 2007

O provedor de rádio segundo o provedor de rádio

Da entrevista que José Nuno Martins deu à revista Aprender, sublinho as seguintes passagens:


Expectativas – “Não estava à espera de uma participação tão qualificada. Não é tanto pela quantidade, mas é pela qualidade da análise do ouvinte português. Isso sim surpreende-me.”

Só na rádio pública? – “O trabalho reflexivo e de debate sobre a imprensa é muito sólido e portanto parece-me natural que tudo tenha começado pela imprensa e depois se tenha aplicado mais à televisão e que na rádio, por arrastamento tenha acontecido também. O próximo movimento será inevitavelmente as televisões privadas e as rádios privadas por toda a Europa adoptarem o provedor.”

Acerca do convite – “Tenho 42 anos de profissão, como lhe disse eu estava num impasse profissional e achei que foi um desafio muito interessante. Fartei-me de estudar durante os primeiros seis meses e ainda hoje estudo para recuperar tempo perdido. Os profissionais de rádio e os de televisão também, não têm tempo para pensar. É tudo demasiado rápido. Era importante que alguém começasse e quando surgiu o convite eu achei honroso.”

O perfil do provedor – “Eu se tivesse que escolher, não teria chamado o José Nuno Martins. Eu teria ido buscar um académico como o professor Paquete de Oliveira. Porque faz falta. Eu vejo-me aflito para fundamentar, às vezes, as decisões porque não existe matéria fixada. São muito raros os estudos. E as investigações, então, raríssimas. (...) é bom que o próximo provedor seja um académico.”

Defensor ou mediador ? – “A convicção é que ele é um defensor do ouvinte. Usei na altura uma expressão que sei que foi muito mal recebida na empresa. Eu disse que tinha mudado de trincheira. É que isto é uma batalha. Para fazer passar o conceito de que o consumidor tem direitos, é uma coisa completamente inédita na cabeça dos profissionais.”

Sobre o serviço público de rádio – “Tem que ser uma coisa que seja consensual. Que seja gostosa de ouvir. Que seja um referencial em termos de padrões de equidade informativa. Mas que tenha que ser também verdadeira, a verdade acima de tudo. Tem que ser contundente, apesar de se tratar de uma coisa com raiz, se quiser, política.”

terça-feira, junho 12, 2007

Tese sobre rádio

Paula Cordeiro defendeu, com sucesso, a sua tese de doutoramento no passado dia 11 de Junho na Universidade Nova de Lisboa.

A tese tem por título Estratégias de programação na rádio em Portugal: o caso da RFM na transição para o digital e teve a orientação do prof. doutor Francisco Rui Cádima.

Não pude assisitir às provas da Paula, mas no blogue Indústrias Culturais, Rogério Santos, que foi um dos arguentes, colocou um post sobre o que lá se passou.

Parabéns para a nova doutora.


Rádios universitárias em debate

As rádios universitárias vão estar em debate na Maia na próxima sexta-feira. O debate contará com as presenças de Isidro Lisboa (Rádio Nova), Francisco José Oliveira (Associação Portuguesa de Radiodifusão), Luís Mendonça (Rádio Universitária do Marão) e do Prof. Doutor Pedro Alexandre Reis (Universidade Fernando Pessoa). Esta conferência contará ainda com a presença de representantes das diversas Rádios Universitárias do país e será moderada pelo jornalista Daniel Catalão (RTP).

O debate está integrado na Prova de Aptidão Profissional que Marco Ribeiro, aluno do
Curso Técnico de Comunicação/Marketing, Relações Públicas e Publicidade da Escola Profissional de Comércio Externo, no Porto, está a desenvolver.

As entradas são gratuitas e o debate decorrerá no auditório Venepor.

Tratando-se da prestação de provas para a finalização de um curso, o blogueiro saúda a iniciativa e deseja boa sorte ao aluno finalista.

Aguardo ainda que o debate possa ser disponibilizado em podcast.


sexta-feira, junho 08, 2007

Revista

A revista Aprender da Escola Superior de Educação de Portalegre dedicou pela primeira vez o seu tema central à Comunicação.
O número 32 contém três textos sobre rádio:
- Uma entrevista ao Provedor do Ouvinte, José Nuno Martins;
- "O discurso da publicidade na rádio - uma proposta de leitura", de Cláudia Pacheco (ESEP);
- "O dispositivo informativo na rádio - temas e estrutura do noticiário radiofónico português", artigo do qual sou autor.

A edição da Aprender contém ainda outros artigos enquadrados no tema central, nomeadamente:
- "Uma experiência pessoal no Mundial da Alemanha", de Carlos Ferro (editor de Desporto do Diário de Notícias)
- "A blogosfera como palco para a discussão pública - o caso dos blogues de professores" (Sónia Pacheco, Educadora de Infância).
- "Las lenguas peninsulares: «continuum» comunicativo" (Cordélia Santiño - ESEP)
- "Estratégias linguísticas de distanciamento no discurso jornalístico" (Teresa Oliveira - ESEP e Janete Bessa Neves - Universidade Católica do Rio de Janeiro)
- "Comunicação e Desenvolvimento" (Sara Pina - ESEP)
- "A globalização do conceito de direitos humanos - o contributo das ONG" (Sónia Lamy - ESEP).
- "As categorias temáticas dominantes nos telejornais" (Nuno Brandão - texto originalmente publicado na revista Trajectos nº1, do ISCTE.)
- "O ESEPJornal - Estrutura e organização de um projecto de jornalismo escolar" (Lopo Pizarro e Luís Bonixe - ESEP).

Num dos próximos posts darei algumas notas sobre a entrevista a José Nuno Martins.