domingo, dezembro 14, 2008

Congresso de ciberjornalismo III - As notícias dos sites da rádio

No congresso apresentei a comunicação com o título “As notícias dos sites das rádios portuguesas - contributos para a sua compreensão” com a qual pretendi lançar um olhar sobre a relação entre a rádio dita tradicional e a sua presença na Internet, partindo do campo específico das notícias.

Analisei as notícias disponibilizadas nos sites das três principais rádios de informação portuguesas (Antena 1, RR e TSF) procurando identificar a relação com as notícias emitidas nos noticiários daquelas estações.

Eis algumas conclusões:

1º - Os sites dependem quase em exclusivo das notícias que a rádio tradicional difunde. Essa dependência verifica-se ao nível dos temas das notícias e das manchetes utilizadas no online. No período analisado, todos os temas de manchete do site da TSF foram igualmente temas de abertura nos noticiários da rádio. Na Renascença, essa correspondência situa-se acima dos 90 por cento.

2º Um olhar para a utilização dos recursos expressivos proporcionados pela Internet, permite observar o fraco uso nas notícias de recursos tais como o vídeo e até de hiperligações. Os sites das rádios RR e TSF utilizam sobretudo fotografia e ligações para notícias relacionadas. A Antena 1 é, neste aspecto menos interessante, uma vez que se limita a colocar online os sons que emitiu na rádio, sem qualquer modificação.

3º A análise ocorreu no chamado período da Manhã 1 da rádio, ou seja, consistiu na comparação das notícias dos sites com as dos noticiários da rádio hertziana entre as 7 e as 10 da manhã. Foi possível verificar o dinamismo evidenciado no que diz respeito à actualização. Em média, de 30 em 30 minutos, foram colocadas nos sites da RR e da TSF pelo menos uma notícia. É preciso notar, no entanto, que no mesmo período do dia, a rádio produz muitas notícias e como existe uma quase total dependência daquilo que é difundido na emissão hertziana, é normal que quem está responsável pela actualização do site tenha muito material disponível.

4º O mesmo já não se pode dizer da actualização das notícias, pois elas surgem no site na sua forma final, não sofrendo, na maior parte dos casos, qualquer modificação.

5º A Internet apresneta-se actualmente como um cenário emergente para o jornalismo radiofónico português. O estado actual é de complementaridade. A rádio hertziana tem as notícias (fruto de estruturas redactoriais mais compostas) e os sites acrescentam-lhes recursos que não fazem parte da expressividade radiofónica como sejam a fotografias, vídeos, infografia etc. Essa complementaridade verifica-se também ao nível da oferta de novos produtos como é o caso do Página UM (jornal em pdf da Renascença) ou da emissão de relatos de futebol online (caso da Antena 1).
Um dado que parece ir ao encontro de outros estudos sobre ciberjornalismo tem a ver com o fraco aproveitamento da interactividade. As notícias dos sites da RR, TSF e Antena 1 não permitem ao utilizador fazer comentários ou contactar com os jornalistas autores das peças.

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá. Passei aqui por acaso. Só queria chamar a sua atenção para um facto: a maior parte das notícas dos sites das rádios e das rádios são da Lusa. O resto é conversa.