quinta-feira, setembro 20, 2012

A vida difícil do provedor do ouvinte da rádio pública


Ao ler a entrevista de Mário Figueiredo, ex-provedor do ouvinte da rádio pública, à revista JJ fica-se com a certeza que muito há a mudar no modo como esta figura é vista dentro da empresa pública de rádio, em particular pelas administrações.
Depois de Adelino Gomes, e em particular José Nuno Martins, ex-provedores do ouvinte, terem tecido fortes críticas à administração da rádio pública, agora é Mário Figueiredo que segue no mesmo caminho.
Mário Figueiredo não tem dúvidas que os casos do fim das emissões em Onda Curta (em que assumiu uma posição totalmente contra) e da extinção da rubrica “Este Tempo” afetaram o seu relacionamento com a administração da rádio pública. Aliás, tal como os seus antecessores, em particular José Nuno Martins, Mário Figueiredo sai em clara discordância com a administração da RTP: “quando o presidente do Conselho de Administração, para justificar a não renovação, me disse discordar de mandatos de provedor superiores a dois anos e alegou que as nossas relações “eram insustentáveis”, estive para lhe perguntar: “Mas que tipo de relações, se não houve relações nenhumas”.
Para Mário Figueiredo a utilidade do Provedor acaba por ficar comprometida: “(…) se a opinião do provedor, que tem de ser justificada e abalizada, oficialmente não tem efeito nenhum junto de quem tem a decisão máxima, é de questionar a existência desta figura”. Tal como José Nuno Martins e Adelino Gomes, também Mário Figueiredo se ficou por apenas um mandato.
Na entrevista concedida à revista JJ, Mário Figueiredo retoma ainda outras críticas enunciadas pelos seus antecessores. Uma delas tem a ver com o programa “Em Nome do Ouvinte” que a seu ver deveria ter outro tipo de tratamento nas antenas da rádio pública para que não fosse escutado apenas por “acaso ou por militância”.

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