quinta-feira, agosto 03, 2006

Portugueses ouvem menos rádio

De acordo com o Bareme Rádio da Marktest, os portugueses estão a ouvir menos rádio. Segundo o estudo a Audiência Acumulada de Véspera no segundo trimestre de 2006 caiu 6,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Onde não há novidades é em relação à rádio mais ouvida em Portugal que continua a ser a RFM com 12,7% de AAV, apesar da queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2005. No segundo posto continua a Renascença (9,6%), depois a Comercial (7,6%), a Cidade FM (5,2%), a TSF (4,8%)e a Antena 1 com 4,5% de AAV. De referir ainda o Rádio Clube Português que registou a maior quebra (36,1%) - apesar das alterações verificadas na sua programação - em relação ao mesmo período do ano passado, situando-se agora nos 2,3% de AAV.

Regista-se, claro está, a quebra de ouvintes na rádio em Portugal.

4 comentários:

Anónimo disse...

Viva.
Comecei a acompanhar o seu blog desde que o vi participar no Clube de Jornalistas. Gostaria de lhe fazer umas perguntas, para uma investigação que estou a fazer.
Como não encontrei um contacto seu no blog, peço-lhe que me contacte para rcouceiro@clix.pt
Obrigado!

Maria Fernanda Lima disse...

Meu caro,

Antes de mais, permita-me dois lugares comuns:

* A Rádio de Serviço Público não deve ser refém dos níveis de audiência, mas a sua principal preocupação tem de assentar no efectivo (e cabal) cumprimento das suas obrigações de Serviço Público;
* Mas, como só existe Serviço Público se existirem destinatários/consumidores desse Serviço, a Rádio de Serviço Público tem de assegurar uma eficaz difusão e níveis de adesão que garantam a validade/utilidade do Serviço prestado.


Dito isto, passemos à questão dos estudos de audiência do meio rádio e do modo como são efectuados.

Tenho sistematicamente vindo a defender (e a escrever) que o estudo que trimestralmente é divulgado sobre as audiências da Rádio não dispõe de qualquer credibilidade científica ou técnica. Nem me vou preocupar sequer com o modo de formulação das questões que dele constam (pensado já para responder às necessidades das centrais de publicidade e favorecendo as rádios que veiculam mensagens publicitárias), mas vou ater-me, tão-somente, ou modo como é efectuada a recolha dos dados.

Quando (nos finais dos anos 90) a Radiodifusão Portuguesa se desvinculou do estudo da Marktest, agiu de forma acertada e correcta. Seria uma farsa (para não dizer uma burla) pactuar com um arremedo de estudo estatístico que enferma de vício que deturpam totalmente os resultados. Fiquemos pelos mais importantes:

* A definição da amostra (manifestamente insuficiente)
* O modo como é efectuada a recolha dos dados (inquéritos telefónicos para telefones da rede fixa).


Nessa altura, a RDP pagou caro uma atitude que, sendo corajosa, deveria ter sido louvada e acarinhada: Buscava (em cooperação com outras rádios) avançar para a implementação de modos de análise da audiência do meio rádio mais rigorosos e passíveis de validação científica e técnica. Nesse sentido foram dados passos junto de sectores universitários com trabalho desenvolvido na esfera da investigação dos consumos e do mercado das mensagens. O Resultado imediato saldou-se no seu quase imediato desaparecimento (assassinato???) no que aos números da Marktest dizia respeito.
E a RDP passou a apresentar níveis quase residuais de audiência.

Foi com a chegada da nova administração da RDP (nomeada por Morais Sarmento), e com a necessidade urgente de apresentar (a qualquer preço) números de subidas de audiências, que o operador público negociou o seu regresso à Marktest – pretendendo credibilizar aquilo que já não tinha crédito nenhum. Porque, se as reservas que a RDP formulara em 1998 tinham toda a razão de ser, em 2002 estavam mais do que comprovadas:

* O número de telemóveis aumentara exponencialmente;
* O número de utilizadores da rede fixa sofrera um rombo gigantesco;
* Os escalões etários abaixo dos 35 anos quase só já utilizavam os serviços de redes móveis.


Mas como Morais Sarmento precisava de números favoráveis...

Assim, chegámos à realidade dos dias de hoje... com o meio rádio a não dispor de indicadores fiáveis e seguros para questionar a sua actividade e a eficácia de opções e estratégias.

E ninguém acredita já naqueles números da Marktest.

NOTA DE RODAPÉ:
Apesar do que já atrás se afirmou acerca da "pulverização" dos resultados da RDP (a partir do momento em que ela teve a ousadia de abandonar o estudo da Marktest) e apesar de o (então) director de Programas da Antena 1 ter abandonado a empresa e aquela estação ter ficado seis meses sem Direcção, na 3ª Vaga de 2002 (Outubro) a Antena 1 surgia em 5º lugar, à frente da TSF. Nos resultados agora divulgados surge em 6º, atrás da TSF.


Maria Fernanda Lima
(A Nossa Rádio)

Elkinha disse...

é uma tragédia...
temos q começar a campanha desligue a tv e ligue o rádio!

=T

Anónimo disse...

Mas onde estão as 370 rádios regionais e locais nessas audiências?