sexta-feira, março 26, 2010

O congresso e o jornalismo radiofónico

Do congresso sobre rádio que se realizou em Lisboa, destaco o debate sobre "A convergência multimédia como um desafio técnico e humano" por ter sido o único em que as questões relacionadas com o jornalismo radiofónico foram abordadas.

Sublinho algumas ideias ali deixadas por João Barreiros (Antena 1), Pedro Leal (Renascença), Arsénio Reis (TSF) e Paulo Querido.

1) a convergência nas redacções da rádio portuguesa é um fim desejável, mas ainda longe de atingir. Ainda assim, têm sido dados alguns passos nesse sentido que encontram, entretanto, algumas resistências ao nível da formação de profissionais, de uma nova forma de encarar a rádio, já não apenas sonora, do emagrecimento das redacções que impede a contratação de novos profissionais e de equipamento não sonoro para a necessária construção multimédia;

2) a rádio, contínua, simultânea e sonora, não vai desaparecer. Haverá, pois, lugar para os dois tipos de escuta: a fragmentada (podcasts, etc) e a contínua (sem interferência do ouvinte).

3) relacionada com a anterior, o jornalista multifunções não existe. Em determinados momentos e perante determinados acontecimentos jornalísticos, é normal que um jornalista recolha sons, imagens (vídeo e fotografia), escreva no blogue e actualize o twitter. Mas essas serão as excepções.

Ideias que ficaram num congresso interessante e útil para a rádio, carente deste tipo de iniciativas. Estão por isso de parabéns os organizadores do evento.

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