quarta-feira, junho 14, 2006

Relatos e imparcialidade. É possível ?

Os acontecimentos desportivos, em particular o futebol, representam bons momentos de reflexão sobre a prática dos jornalistas, em concreto aqueles que se dedicam à informação desportiva.

Com o Mundial de futebol a decorrer emerge a questão - já antiga - de saber como deve o jornalista agir no tratamento noticioso da selecção nacional do seu país, neste caso a Portuguesa.

Uma visão apaixonada, reverente do estilo brasileiro ou uma perspectiva mais distante, próxima dos valores jornalísticos de objectividade e imparcialidade.

Se falamos em relatos, a questão é outra. E os argumentos também. A emoção, o directo, o ambiente do estádio condicionam o "português" que também é jornalista. Talvez isso possa justificar a frequência de expressões como "Vamos lá Portugal", "A nossa selecção" etc. Mesmo tratando-se de um jogo de Portugal contra Angola. Mesmo tendo em conta que em Portugal residem vários angolanos que também ouvem rádio. Quantos deles suportaram um relato assim ?!!!

Se falamos em noticiários, mesmo os temáticos, a emoção deveria ter um peso menor. A distância e o rigor jornalístico seriam mais importantes. Ou nem por isso?
Como explicar então, que se ouçam coisas como esta: "Esperemos que o Irão não voe tão alto contra Portugal".

O jornalismo desportivo será mesmo um caso à parte ?

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