quinta-feira, setembro 21, 2006
As rádios piratas na imprensa nacional II
O aparecimento das rádios piratas em Portugal pode ser dividido em dois períodos distintos. O primeiro, situado entre 1977 e 1984, caracteriza-se pelo surgimento de pequenas emissoras sem grande expressão e com o objectivo principal de marcar um território. Afirmavam-se como uma nova forma de expressão.
Imperava o gosto pela rádio, sem outras ambições (com raras excepções) e com projectos de “vão de escada”. O Jornal “O Ponto”, em 1981, reproduz um diálogo curioso que, inadvertidamente, saiu pelo microfone e que demonstra a forma como as rádios emitiam.
Voz de mulher – Vai apagar o lume
Voz de homem (que conduzia o programa) – Agora não, estou no ar.
No segundo período, que situaria entre 1985 e 1989, encontramos já emissoras com outras pretensões, muitas delas com investimentos consideráveis, como foram os casos do Correio da Manhã Rádio ou da Rádio Geste.
A Revista do Expresso fez, em 1987, uma viagem ao mundo das rádios livres e encontrou 419 emissoras. No artigo, assinado por Fernanda Barão, traça-se o seguinte cenário em relação aos que, na altura, davam voz aos programas das rádios piratas:
“(…) do padeiro ao barman, do polícia ao magistrado, do militar ao funcionário municipal, do teólogo ao filósofo, passando pelo químico, pelo fotógrafo, pelo cabeleireiro”.
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1 comentário:
nunca se fez tanta e tão boa rádio como no tempo das emissoras "piratas". Havia diversidade... comunicação... Rádio.
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