Já aqui fiz referência à inexistência de informações sobre o provedor do ouvinte da rádio pública portuguesa. Parecia-me estranho que depois de ter tomado posse, com alguma visibilidade mediática, ter ficado um vazio sobre questões fundamentais como por exemplo o que deve um ouvinte fazer para contactar com José Nuno Martins.
Pois bem, o ombudsman da rádio pública portuguesa tem finalmente um espaço no site da RDP. Contém informações sobre José Nuno Martins, o estatuto do provedor, o programa a emitir e os propósitos do provedor.
Pena é que ainda não seja possível aos ouvintes colocar questões a José Nuno Martins. Também no site podemos ficar a saber que: Logo que estejamos em condições logísticas para tratar todas as mensagens recebidas indicaremos nas emissões do Serviço Público de Rádio e nesta Página, os modos de contacto - Fax ou Correio Postal – sendo também então activado o modelo de contacto por e-mail.
Ficamos a aguardar
sexta-feira, junho 30, 2006
segunda-feira, junho 26, 2006
Referências
Um fim de semana alargado (para mim) e perde-se uma série de "novas" na blogosfera. Com atraso, mas com sinceridade aqui vão os parabéns ao blogouve-se de João paulo Meneses e ao A Rádio em Portugal de Jorge Guimarães Silva.
Os meus parabéns ainda ao JPM pela excelente ideia de compilar os seus posts produzidos nos três anos de existência do blogue.
Os meus parabéns ainda ao JPM pela excelente ideia de compilar os seus posts produzidos nos três anos de existência do blogue.
quarta-feira, junho 21, 2006
Jeffrey A. Dvorkin termina funções de provedor da NPR
A última coluna do provedor de rádio da National Public Radio. Aqui.
Ainda o Mundial de futebol
O International Journalist's Network está a promover uma discussão em torno da forma como está a ser feita a cobertura jornalística do Mundial de futebol. Vale a pena espreitar e já agora participar.
Via jornalismo e Comunicação.
Via jornalismo e Comunicação.
terça-feira, junho 20, 2006
Relatos de futebol e comunidades estrangeiras
Ainda sobre a cobertura que a rádio portuguesa está a fazer ao Mundial de futebol e em particular à selecção nacional.
No blogouve-se, João Paulo Meneses coloca a questão de saber se a transmissão dos relatos de futebol da selecção brasileira (e Angolana) pela Antena 1 pode ser classificado como serviço público de radiodifusão.
JPM considera que não. Do meu ponto de vista, o principal canal da rádio do Estado português não pode ocupar duas (mais?) horas da sua emissão com o relato de um jogo do Brasil - não é adversário de Portugal, não é a meia final, não é a final.
Julgo que a rádio portuguesa, na sua generalidade, tal como o país, enfrenta uma nova realidade, consubstanciada no facto de Portugal se ter tornado num país acolhedor de estrangeiros. É por isso normal, que no leque de novos ouvintes da rádio portuguesa se encontrem muitos brasileiros, tal como já há algum tempo encontramos angolanos, moçambicanos etc.
Entre as funções do serviço público de radiodifusão destaco estas duas:
Difundir uma programação agregadora, acessível a toda a população, tendo em conta os seus estratos etários, ocupações e interesses;
d) Difundir uma programação que exprima a diversidade social e cultural nacional, combatendo todas as formas de exclusão ou discriminação, e que responda aos interesses minoritários das diferentes categorias do público;
Transmitir os relatos daquelas selecções é uma forma que a Antena 1 encontrou para integrar aquelas comunidades. Se não for a Antena 1 quem o fará?
Ser a rádio pública portuguesa a transmitir os relatos das selecções do Brasil ou de Angola é uma consequência do alheamento que a Lei da Rádio em Portugal insiste em cultivar, ao não prever uma série de formas alternativas de comunicação que a rádio poderia disponibilizar.
Uma delas é a criação da figura de Rádio Comunitária. Não existe em Portugal. Se existisse poderia proporcionar aos emigrantes do Brasil, de Angola da Ucrânia (e por aí fora), os relatos e a informação das respectivas selecções.
"Nem comerciais nem estatais, estas rádios e as televisões de natureza idêntica (...) constituem um elemento novo e um contributo original para a radiodifusão pública. Sensíveis às necessidades das comunidades que servem, os media comunitários favorecem o acesso dos cidadãos ao sistema de radiodifusão e a sua participação na vida pública" (Unesco: Televisão qualidade e serviço público, in Observatório (2002), 6: 51-66.
Com tantas rádios locais por este país fora, que hoje apenas servem de meros retransmissores, e que por essa razão não cumprem a sua função, constatamos que se perdeu mais uma oportunidade para regulamentar o sector no âmbito das alterações recentes produzidas à Lei da Rádio.
No blogouve-se, João Paulo Meneses coloca a questão de saber se a transmissão dos relatos de futebol da selecção brasileira (e Angolana) pela Antena 1 pode ser classificado como serviço público de radiodifusão.
JPM considera que não. Do meu ponto de vista, o principal canal da rádio do Estado português não pode ocupar duas (mais?) horas da sua emissão com o relato de um jogo do Brasil - não é adversário de Portugal, não é a meia final, não é a final.
Julgo que a rádio portuguesa, na sua generalidade, tal como o país, enfrenta uma nova realidade, consubstanciada no facto de Portugal se ter tornado num país acolhedor de estrangeiros. É por isso normal, que no leque de novos ouvintes da rádio portuguesa se encontrem muitos brasileiros, tal como já há algum tempo encontramos angolanos, moçambicanos etc.
Entre as funções do serviço público de radiodifusão destaco estas duas:
Difundir uma programação agregadora, acessível a toda a população, tendo em conta os seus estratos etários, ocupações e interesses;
d) Difundir uma programação que exprima a diversidade social e cultural nacional, combatendo todas as formas de exclusão ou discriminação, e que responda aos interesses minoritários das diferentes categorias do público;
Transmitir os relatos daquelas selecções é uma forma que a Antena 1 encontrou para integrar aquelas comunidades. Se não for a Antena 1 quem o fará?
Ser a rádio pública portuguesa a transmitir os relatos das selecções do Brasil ou de Angola é uma consequência do alheamento que a Lei da Rádio em Portugal insiste em cultivar, ao não prever uma série de formas alternativas de comunicação que a rádio poderia disponibilizar.
Uma delas é a criação da figura de Rádio Comunitária. Não existe em Portugal. Se existisse poderia proporcionar aos emigrantes do Brasil, de Angola da Ucrânia (e por aí fora), os relatos e a informação das respectivas selecções.
"Nem comerciais nem estatais, estas rádios e as televisões de natureza idêntica (...) constituem um elemento novo e um contributo original para a radiodifusão pública. Sensíveis às necessidades das comunidades que servem, os media comunitários favorecem o acesso dos cidadãos ao sistema de radiodifusão e a sua participação na vida pública" (Unesco: Televisão qualidade e serviço público, in Observatório (2002), 6: 51-66.
Com tantas rádios locais por este país fora, que hoje apenas servem de meros retransmissores, e que por essa razão não cumprem a sua função, constatamos que se perdeu mais uma oportunidade para regulamentar o sector no âmbito das alterações recentes produzidas à Lei da Rádio.
sábado, junho 17, 2006
David Borges e o provedor de rádio (e não só)
David Borges assina um artigo disponível no site do Clube de Jornalistas no qual faz uma análise sobre a sua passagem enquanto ombudsman do jornal Record e lança alguns dasafios ao provedor do ouvinte da RDP (sublinhado meu: a propósito por onde anda José Nuno Martins? Os ouvintes já podem interpelá-lo ? Há alguma indicação para isso na emissão, no site da estação ? É que já passou algum tempo desde a sua tomada de posse.
Diz David Borges: (...)a Antena 1 é um canal de rádio para portugueses bacteriologiamente puros, ou para a representação de uma sociedade global, de que uma fatia importante é constituída por imigrantes luso-falantes, brasileiros e africanos? Se é para todos, onde está, então, a representação de uma música que traduza, por exemplo, o conceito de serviço público no quadro da chamada CPLP, ou no quadro da tão proclamarada lusofonia no principal canal de rádio da empresa pública de rádio e televisão?
Diz David Borges: (...)a Antena 1 é um canal de rádio para portugueses bacteriologiamente puros, ou para a representação de uma sociedade global, de que uma fatia importante é constituída por imigrantes luso-falantes, brasileiros e africanos? Se é para todos, onde está, então, a representação de uma música que traduza, por exemplo, o conceito de serviço público no quadro da chamada CPLP, ou no quadro da tão proclamarada lusofonia no principal canal de rádio da empresa pública de rádio e televisão?
quarta-feira, junho 14, 2006
Relatos e imparcialidade. É possível ?
Os acontecimentos desportivos, em particular o futebol, representam bons momentos de reflexão sobre a prática dos jornalistas, em concreto aqueles que se dedicam à informação desportiva.
Com o Mundial de futebol a decorrer emerge a questão - já antiga - de saber como deve o jornalista agir no tratamento noticioso da selecção nacional do seu país, neste caso a Portuguesa.
Uma visão apaixonada, reverente do estilo brasileiro ou uma perspectiva mais distante, próxima dos valores jornalísticos de objectividade e imparcialidade.
Se falamos em relatos, a questão é outra. E os argumentos também. A emoção, o directo, o ambiente do estádio condicionam o "português" que também é jornalista. Talvez isso possa justificar a frequência de expressões como "Vamos lá Portugal", "A nossa selecção" etc. Mesmo tratando-se de um jogo de Portugal contra Angola. Mesmo tendo em conta que em Portugal residem vários angolanos que também ouvem rádio. Quantos deles suportaram um relato assim ?!!!
Se falamos em noticiários, mesmo os temáticos, a emoção deveria ter um peso menor. A distância e o rigor jornalístico seriam mais importantes. Ou nem por isso?
Como explicar então, que se ouçam coisas como esta: "Esperemos que o Irão não voe tão alto contra Portugal".
O jornalismo desportivo será mesmo um caso à parte ?
Com o Mundial de futebol a decorrer emerge a questão - já antiga - de saber como deve o jornalista agir no tratamento noticioso da selecção nacional do seu país, neste caso a Portuguesa.
Uma visão apaixonada, reverente do estilo brasileiro ou uma perspectiva mais distante, próxima dos valores jornalísticos de objectividade e imparcialidade.
Se falamos em relatos, a questão é outra. E os argumentos também. A emoção, o directo, o ambiente do estádio condicionam o "português" que também é jornalista. Talvez isso possa justificar a frequência de expressões como "Vamos lá Portugal", "A nossa selecção" etc. Mesmo tratando-se de um jogo de Portugal contra Angola. Mesmo tendo em conta que em Portugal residem vários angolanos que também ouvem rádio. Quantos deles suportaram um relato assim ?!!!
Se falamos em noticiários, mesmo os temáticos, a emoção deveria ter um peso menor. A distância e o rigor jornalístico seriam mais importantes. Ou nem por isso?
Como explicar então, que se ouçam coisas como esta: "Esperemos que o Irão não voe tão alto contra Portugal".
O jornalismo desportivo será mesmo um caso à parte ?
quinta-feira, junho 08, 2006
Blogue da Radar
A Rádio Radar tem, desde o final de Maio, um blogue onde apresenta posts sobre programas da estação e informações sobre concertos. O blogue da rádio representa ainda um espaço de interacção com os ouvintes.
quinta-feira, junho 01, 2006
Encontro de podcasting
As vantagens do podcasting, a sua aplicação aos campos da comunicação, da educação e da publicidade foram os principais temas abordados no encontro de podcasters que decorreu hoje na Escola Superior de Educação de Portalegre, com a presença de Edgard Costa, autor do podcast Gavez Dois, Andreia Alonso do Podcomer e David Rodrigues do Sixhat-agridoce. Eu apresentei os dados do inquérito que realizei junto dos podcasters nacionais.
O tema mais discutido foi as potencialidades do podcasting como ferramenta pedagógica que poderá passar por duas situações distintas: a colocação integral das aulas teóricas em podcast (e assim serem subscritas pelos alunos) ou por um suporte complementar às sessões leccionadas pelos professores, por exemplo através da disponibilização de tópicos para a realização de trabalhos.
A utilização do podcasting na educação poderia auxiliar os alunos em diversas situações. São os exemplos dos estudantes em Erasmus que assim poderiam continuar a ter acesso a alguns conteúdos leccionados na sua escola de origem, ou dos trabalhadores estudantes quando necessitam faltar às aulas.
Um dos aspectos referidos, e que está a ser desenvolvido na Escola Superior de Educação de Portalegre por um grupo de alunas, é a possibilidade do podcasting poder representar uma ferramenta pedagógica facilitando a inclusão de alunos invisuais, que assim poderiam ter acesso à totalidade ou a parte dos conteúdos das aulas.
Edgard Costa referiu ainda a possibilidade do podcasting poder representar um espaço para que os ex-alunos continuem ligados à escola onde se formaram.
Andreia Alonso considera que "não é fácil implementar o podcasting em educação pois os professores são muito fechados às novas tecnologias".
Quanto ao futuro cenário do podcasting nacional, o autor do podcast GavezDois, considera que não haverá o domínio de um podcast sobre os restantes como sucede com os blogues e considera normal que pessoas com "voz nos media tradicionais se sintam atraídos por esta ferramenta"
"As pessoas dos media tradicionais vêm para o podcasting porque isso lhes proporciona uma liberdade que os seus media não lhes possibilita", disse Edgard Costa. A mesma ideia foi sublinhada por David Rodrigues: "com o aumento dos ouvintes, certamente que vão aparecer outras pessoas mais conhecidas".
A relação entre o podcasting e a rádio foi também abordada. Para Edgard Costa "o podcasting só poderá ser uma ameaça à rádio se houver disputa da fatia de publicidade. Neste momento já há alguma deslocação de investimento de publicidade da rádio para a Internet", referiu o podcaster que acrescentou: "Já houve agências de publicidade que nos contactaram pedindo informações sobre o podcasting". Um sinal de que é provável, num futuro próximo, vir a ser incluida publicidade nos podcasts portugueses.
O encontro de hoje fez parte de um conjunto de sessões que os podcasters nacionais estão a realizar pelo país. Este, contudo, integrou um projecto realizado por alunas do curso de Jornalismo e Comunicação da ESE de Portalegre. O próximo encontro de podcasters será no dia 6 de Junho no Porto na Fnac de Santa Catarina, pelas 17 horas.
O tema mais discutido foi as potencialidades do podcasting como ferramenta pedagógica que poderá passar por duas situações distintas: a colocação integral das aulas teóricas em podcast (e assim serem subscritas pelos alunos) ou por um suporte complementar às sessões leccionadas pelos professores, por exemplo através da disponibilização de tópicos para a realização de trabalhos.
A utilização do podcasting na educação poderia auxiliar os alunos em diversas situações. São os exemplos dos estudantes em Erasmus que assim poderiam continuar a ter acesso a alguns conteúdos leccionados na sua escola de origem, ou dos trabalhadores estudantes quando necessitam faltar às aulas.
Um dos aspectos referidos, e que está a ser desenvolvido na Escola Superior de Educação de Portalegre por um grupo de alunas, é a possibilidade do podcasting poder representar uma ferramenta pedagógica facilitando a inclusão de alunos invisuais, que assim poderiam ter acesso à totalidade ou a parte dos conteúdos das aulas.
Edgard Costa referiu ainda a possibilidade do podcasting poder representar um espaço para que os ex-alunos continuem ligados à escola onde se formaram.
Andreia Alonso considera que "não é fácil implementar o podcasting em educação pois os professores são muito fechados às novas tecnologias".
Quanto ao futuro cenário do podcasting nacional, o autor do podcast GavezDois, considera que não haverá o domínio de um podcast sobre os restantes como sucede com os blogues e considera normal que pessoas com "voz nos media tradicionais se sintam atraídos por esta ferramenta"
"As pessoas dos media tradicionais vêm para o podcasting porque isso lhes proporciona uma liberdade que os seus media não lhes possibilita", disse Edgard Costa. A mesma ideia foi sublinhada por David Rodrigues: "com o aumento dos ouvintes, certamente que vão aparecer outras pessoas mais conhecidas".
A relação entre o podcasting e a rádio foi também abordada. Para Edgard Costa "o podcasting só poderá ser uma ameaça à rádio se houver disputa da fatia de publicidade. Neste momento já há alguma deslocação de investimento de publicidade da rádio para a Internet", referiu o podcaster que acrescentou: "Já houve agências de publicidade que nos contactaram pedindo informações sobre o podcasting". Um sinal de que é provável, num futuro próximo, vir a ser incluida publicidade nos podcasts portugueses.
O encontro de hoje fez parte de um conjunto de sessões que os podcasters nacionais estão a realizar pelo país. Este, contudo, integrou um projecto realizado por alunas do curso de Jornalismo e Comunicação da ESE de Portalegre. O próximo encontro de podcasters será no dia 6 de Junho no Porto na Fnac de Santa Catarina, pelas 17 horas.
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