Não é muito comum, mas ontem as rádios locais estiveram, em dois momentos, em discussão nos media nacionais. No programa Clube de Jornalistas e no Correio da Manhã que publicou uma notícia com base em declarações de José Faustino, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão.
A perspectiva de Faustino é a de que as rádios locais enfrentam hoje problemas económicos graves que colocam em causa a autonomia destas estações radiofónicas.
Lê-se no Correio da Manhã:
O dirigente afirma que, “desde o licenciamento das rádios locais, há 20 anos, apenas foram criadas situações desfavoráveis”. Segundo Faustino, a taxa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é uma delas: “É um mau precedente. A lei já prevê que recebam um valor por serviço prestado. Portanto, não se percebe o porquê de pagar uma taxa de regulação quando não se recebe nada em contrapartida.
Para José Faustino, o novo Estatuto dos Jornalistas vai colocar ainda mais problemas às emissoras locais nomeadamente por prever que os jornalistas devem ter formação superior. Esta ideia foi aliás referida também por Faustino no programa Clube de Jornalistas.
Não concordo com a posição do presidente da APR, e muito menos com os argumentos, em particular quando afirma que "Quem está fora, não vai para o Interior com os ordenados que se pagam.”
Não é essa a realidade que conheço. No interior também há cursos superiores de comunicação social e por isso há licenciados dispostos a trabalhar. Os ordenados pagos a jornalistas nas rádios locais do interior são semelhantes aos que são pagos em rádios (ainda locais) do litoral.
No programa Clube de Jornalistas, António Faustino, jornalista da Rádio NO AR, de Viseu, deixou a ideia de que existem muitas rádios locais em Portugal. Demasiadas acrescento eu, tendo em conta o mercado publicitário existente e os objectivos das rádios locais que muitas delas, aliás, não cumprem. As condições para a perda de autonomia das Rádios Locais são, em primeiro lugar estas, e não outras.
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Há 5 horas
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