segunda-feira, abril 30, 2007

Relatos

Para o Benfica-Sporting, as rádios apostaram forte, à medida do acontecimento, mas as diferenças entre a TSF, Antena 1, RR e Rádio Clube são quase inexistentes. Dois repórteres de pista, para o detalhe das jogadas. Comentadores para enquadrar o ouvinte na táctica e estratégia do jogo (a Antena 1 e o Rádio Clube acrescentaram comentadores de abrbitragem). E, claro, o relato. Emotivo, espontâneo e vivo.

O que distingiu as diferentes emissões?

A TSF apostou num relato a duas vozes, fazendo lembrar o tempo (que pelas piores razões já não volta) de Fernando Correia e Jorge Perestrelo.

O relato a duas vozes (cada uma acompanha o ataque de uma das equipas) tem a vantagem de conferir à narração uma dinâmica e vivacidade que apenas um relator não consegue imprimir, ainda para mais tratando-se de um jogo de futebol que, se for intenso, proporciona excelentes momentos de rádio.

A Antena 1 adoptou o mesmo sistema: duas vozes. E com o mesmo objectivo. Mas Paulo Sérgio já andou pela TSF no tempo de Correia e Perestrelo.

Antena 1 e TSF foram iguais, também, na utilização de elementos sonoros com o objectivo de aumentar, no ouvinte, a sensação de intensidade do jogo. Numa e noutra emissora, os últimos cinco minutos do encontro foram relatados sobre uma trilha sonora rápida que, uma vez mais, proporciona a impressão de ritmo e ajuda a criar o espectáculo e a transferir a emoção para o ambiente do ouvinte.

Raramente, o relato questiona o próprio espectáculo e quando o faz é no sentido de o incentivar. Qual adepto empolgado.

Os repórteres de pista que procuram a reacção dos protagonistas e a introdução de comentadores, que explicam e enquadram o acontecimento, contribuem para a informação. A utilização de efeitos sonoros potencia o espectáculo.

No relato radiofónico convergem espectáculo e informação em registos cujas fronteiras são muito ténues e por isso alvo de discussão em torno da sempre renovada questão do relato de futebol ser ou não um “acto jornalístico”.

Já não é fácil andar pelas ruas e encontrar adeptos de radiozinho colado ao ouvido. Os tempos são outros. Os relatos de futebol na rádio são, nos dias que correm, para quem não pode, de todo, ver o jogo na televisão.

Ainda há quem veja na TV e ouça na rádio, mas já nem isso é eficaz, por causa do desfasamento do som. É que o golo chega primeiro na rádio !

1 comentário:

Anónimo disse...

"Numa e noutra emissora, os últimos cinco minutos do encontro foram relatados sobre uma trilha sonora rápida que, uma vez mais, proporciona a impressão de ritmo"

Não há maneira de arranjar esta trilha sonora?