Quem ainda duvidasse do peso do futebol na agenda mediática portuguesa certamente que a "Operação Mourinho - Scolari" contribui para os esclarecer.
Primeiro Mourinho e depois Scolari preencheram a maior parte do tempo dos principais noticiários da TSF, Antena 1 e Rádio Clube. A Renascença, apesar de não ter ignorado o assunto, longe disso, foi mais contida.
A manhã começou com a notícia que já não era novidade em Inglaterra. Como durante a manhã não houve desenvolvimentos sobre o tema “Mourinho”, as rádios foram a reboque da imprensa e das televisões inglesas. E também da CNN.
Ficou demostrada a dimensão mundial do evento.
Para além das constantes notícias em forma de revista de imprensa internacional, recorreu-se à história (Mourinho ganhador. Mourinho arrogante. Mourinho conflituoso) e à Futurologia (Mourinho no Real Madrid. Mourinho na selecção. Mourinho de férias!). E construíram-se cenários: Mourinho foi despedido. Mourinho despediu-se.
Não havia factos, mas havia que preencher os noticiários. E houve opinião. Muita opinião. Demasiada opinião.
Os programas com participação dos ouvintes acentuaram ainda mais o carácter de tema do dia. A Antena Aberta e Fórum TSF convidaram os ouvintes a falar do assunto. Alguns recusaram-se. “Há mais com que o país se deve preocupar”, disseram.
Mas o tema do dia foi mesmo “Mourinho”. Em exclusivo. Até à chegada, por volta das 11h30, da notícia do castigo a Scolari.
2 comentários:
Luis,concordo com a oportunidade do teu comentario. Mas um espectador e radiouvinte critico,reparará que as televisões deram um destaque desmesurado ao Special One;os primeiros 25 minutos dos telejornais,nesse dia foram preenchidos com Mourinho.Enfim...
Ao invés de darem destaque a noticias muito mais importantes para o país,desse mesmo dia,nao,deram-nos uma overdose de um homem que sabe apenas dar umas tacticas e que é bom na bola.
Cito apenas isto:"muitos
jornalistas vivem submersos na espuma dos dias e são absolutamente insensíveis à realidade social do país em que vivem".
De facto, se a rádio, do meu ponto de vista, exagerou no tratamento dado ao assunto, a televisão ultrapassou os limites do razoável.
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