José Sócrates esteve no Fórum TSF de ontem. Depois do programa surgiram vários comentários na Internet pelo facto de praticamente todos os ouvintes que participaram terem elogiado o Primeiro-Ministro. Efectivamente, foi impossível não reparar que a José Sócrates não foram colocadas questões, digamos, mais incómodas.
O debate que se seguiu divide-se entre a crítica à TSF e a hipótese de ter sido a máquina socialista a mobilizar-se para participar no programa.
No facebook estão vários comentários e a explicação do director da TSF: Paulo Baldaia
Esta questão volta a trazer o debate, que já não é novo e não se limita ao caso português, sobre este tipo de programas e o modo como funcionam.
Em 2006 quando era provedor da NPR, Jeffrey Dvorkin, partindo de um caso semelhante, abordou o tema e explicou que o programa Talk of the Nation funciona com um ligeiro "atraso" face ao que vai para o ar possibilitando que os editores impeçam que determinadas opiniões cheguem, efectivamente a ser emitidas.
A estratégia pode ser válida quando se trata de evitar que entrem em antena insultos ou expressões menos próprias, mas neste caso do Fórum da TSF talvez não fosse a melhor estratégia a seguir.
sexta-feira, abril 29, 2011
terça-feira, abril 26, 2011
Na manhã da rádio...
... um excelente conjunto de pequenas reportagens a partir da aldeia de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro. Uma excelente viagem até ao país real onde a rádio cada vez menos vai. O trabalho é de Virgílio Castelo e ainda pode ser escutado na página da rádio pública.
segunda-feira, abril 04, 2011
Os provedores e o serviço público de rádio
Na última semana decorreu em Sevilha o I Congreso Internacional de Ética de la Comunicación.
O programa do congresso incluiu um conjunto de comunicações relacionadas com o estudo da rádio. Interessante foram as contribuições e testemunhos da rádio enquanto plataforma para a cidadania e educação.
Contribui com uma comunicação intitulada: "A auto-regulação no serviço público de rádio português - o caso do provedor do ouvinte".
Algumas notas:
Com base na análise dos relatórios elaborados pelos dois primeiros provedores da rádio pública portuguesa (José Nuno Martins e Adelino Gomes) verificámos o seguinte:
- O provedor da rádio pública caracteriza-se por ser um provedor de largo espectro. Significa dizer que quem ocupa o cargo debruça-se sobre uma enorme vastidão de temas (programação, informação, questões técnicas, tecnológicas, etc) e de canais de serviço público, incluindo a Internet. Não se trata, pois, de um provedor apenas para a área do jornalismo ou da programação, por exemplo, como sucede noutros países.
- O conceito de serviço público é central enquanto enquadramento para a análise dos temas. Ou seja, quando o provedor recebe uma queixa dos ouvintes em relação a matérias jornalísticas, na resposta, o provedor não invoca com a mesma frequência argumentos sustentados na ética e deontologia do jornalismo, preferindo recorrer às normas que constam do contrato de concessão do serviço público de rádio.
- A acção do provedor, para além de representar um mecanismo de auto-regulação, contribui para a crítica e doutrina sobre o serviço público de rádio. Não raras vezes, o provedor critica o normativo do contrato de concessão sugerindo alterações e propondo outras normas.
- Num ambiente como o português, onde escasseiam estudos académicos sobre a rádio em geral e sobre o serviço público de radiodifusão em particular, o papel do provedor representa um excelente contributo para a discussão e reflexão destas temáticas contribuindo para a compreensão do papel de uma rádio de serviço público.
O programa do congresso incluiu um conjunto de comunicações relacionadas com o estudo da rádio. Interessante foram as contribuições e testemunhos da rádio enquanto plataforma para a cidadania e educação.
Contribui com uma comunicação intitulada: "A auto-regulação no serviço público de rádio português - o caso do provedor do ouvinte".
Algumas notas:
Com base na análise dos relatórios elaborados pelos dois primeiros provedores da rádio pública portuguesa (José Nuno Martins e Adelino Gomes) verificámos o seguinte:
- O provedor da rádio pública caracteriza-se por ser um provedor de largo espectro. Significa dizer que quem ocupa o cargo debruça-se sobre uma enorme vastidão de temas (programação, informação, questões técnicas, tecnológicas, etc) e de canais de serviço público, incluindo a Internet. Não se trata, pois, de um provedor apenas para a área do jornalismo ou da programação, por exemplo, como sucede noutros países.
- O conceito de serviço público é central enquanto enquadramento para a análise dos temas. Ou seja, quando o provedor recebe uma queixa dos ouvintes em relação a matérias jornalísticas, na resposta, o provedor não invoca com a mesma frequência argumentos sustentados na ética e deontologia do jornalismo, preferindo recorrer às normas que constam do contrato de concessão do serviço público de rádio.
- A acção do provedor, para além de representar um mecanismo de auto-regulação, contribui para a crítica e doutrina sobre o serviço público de rádio. Não raras vezes, o provedor critica o normativo do contrato de concessão sugerindo alterações e propondo outras normas.
- Num ambiente como o português, onde escasseiam estudos académicos sobre a rádio em geral e sobre o serviço público de radiodifusão em particular, o papel do provedor representa um excelente contributo para a discussão e reflexão destas temáticas contribuindo para a compreensão do papel de uma rádio de serviço público.
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