Tempo para ouvir as ondas do mar.
Até breve e boas férias
sexta-feira, julho 31, 2009
quinta-feira, julho 30, 2009
Os novos tempos da informação !!!
Ora aqui está alguém que não usa as palavras "notícias" nem "jornalismo" e que se informa através do twitter!!!!
O editor da Wired, Chris Anderson, em entrevista.
O editor da Wired, Chris Anderson, em entrevista.
quarta-feira, julho 29, 2009
Vítor Moura dirige Rádio Clube
Há mais novidades no Rádio Clube: Vítor Moura, que apresentava o Grande Jornal à hora do almoço, passa a assumir a direcção da estação e Miguel Gil, administrador da Media Capital, nega que o Rádio Clube vá mudar o seu formato, passando a dar mais peso aos conteúdos musicais.
terça-feira, julho 28, 2009
NPR com novo site
A National Public Radio renovou o seu site.
Está mais atraente do ponto de vista gráfico, mais moderno e de fácil consulta.
Quero assinalar duas opções da NPR que me parecem acertadas e que não vejo na maior parte dos sites de rádios de informação em Portugal.
Em primeiro lugar uma aposta na interactividade com os cibernautas permitindo, por exemplo, que as notícias possam ser comentadas.
Em segundo lugar, uma visão que, se considerarmos as visões mais apaixonadas sobre a relação entre rádio e Internet, me parece arrojada. A NPR não faz vídeos só porque sim. A aposta da emissora é no som, mesmo no site, e isso parece-me relevante. Não que o vídeo não seja importante, mas é melhor não o fazer do que fazê-lo só porque está na moda.
Para ler sobre as alterações no site da NPR:
Vivian Schiller à Newsweek: Radio is our core, our heart and soul. It's where most of our audience is. But we have to make sure that we serve the audience wherever they want it. Of course, there's traditional radio with massive, massive audience. But where else is audio listening going? We need to own that space. We're the No. 1 most downloaded podcast in news and information.
Nota da NPR: On the new site, you should find it easier to combine listening and reading, to follow breaking news, to comment on our work and share it, and easier to find programming from your NPR station.
Está mais atraente do ponto de vista gráfico, mais moderno e de fácil consulta.
Quero assinalar duas opções da NPR que me parecem acertadas e que não vejo na maior parte dos sites de rádios de informação em Portugal.
Em primeiro lugar uma aposta na interactividade com os cibernautas permitindo, por exemplo, que as notícias possam ser comentadas.
Em segundo lugar, uma visão que, se considerarmos as visões mais apaixonadas sobre a relação entre rádio e Internet, me parece arrojada. A NPR não faz vídeos só porque sim. A aposta da emissora é no som, mesmo no site, e isso parece-me relevante. Não que o vídeo não seja importante, mas é melhor não o fazer do que fazê-lo só porque está na moda.
Para ler sobre as alterações no site da NPR:
Vivian Schiller à Newsweek: Radio is our core, our heart and soul. It's where most of our audience is. But we have to make sure that we serve the audience wherever they want it. Of course, there's traditional radio with massive, massive audience. But where else is audio listening going? We need to own that space. We're the No. 1 most downloaded podcast in news and information.
Nota da NPR: On the new site, you should find it easier to combine listening and reading, to follow breaking news, to comment on our work and share it, and easier to find programming from your NPR station.
segunda-feira, julho 27, 2009
Osório sai do Rádio Clube
Luís Osório deixa o Rádio Clube.
Não se pode dizer que seja uma medida inesperada. As audiências do Rádio Clube nunca foram as desejadas (e prometidas por Osório) e mais grave ainda, a rádio esteve sempre inconstante no que diz respeito à definição de uma programação.
Com excepção das manhãs informativas, a programação do Rádio Clube andou desde 2007 sempre à procura do melhor modelo.
Dois anos e meio mostraram que o projecto não era assim tão sólido como se poderia pensar motivando a saída de várias apostas da estação (Adelino Faria, Ana Sousa Dias, Artur Cassiano são alguns exemplos).
Aguardemos, pois, por mais desenvolvimentos.
A saída de Osório no Público.
Não se pode dizer que seja uma medida inesperada. As audiências do Rádio Clube nunca foram as desejadas (e prometidas por Osório) e mais grave ainda, a rádio esteve sempre inconstante no que diz respeito à definição de uma programação.
Com excepção das manhãs informativas, a programação do Rádio Clube andou desde 2007 sempre à procura do melhor modelo.
Dois anos e meio mostraram que o projecto não era assim tão sólido como se poderia pensar motivando a saída de várias apostas da estação (Adelino Faria, Ana Sousa Dias, Artur Cassiano são alguns exemplos).
Aguardemos, pois, por mais desenvolvimentos.
A saída de Osório no Público.
Ecos da Super (IV)
As rádios locais portuguesas começaram a emitir há 20 anos, em 1989, na sequência de um processo legislativo concluído no final de 1988. A liberalização do sector da rádio em Portugal modificou por completo a paisagem radiofónica portuguesa. O Rádio e Jornalismo está a publicar um conjunto de posts sobre a radiodifusão local, com especial enfoque na realidade portuguesa.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social aprovou a alteração da denominação da Rádio Eco, que agora passa a chamar-se Super FM.
Já há algum tempo que não dava por uma notícia destas que significa o fim de mais uma rádio local na Grande Lisboa.
Esta alteração representa o regresso às proximidades de Lisboa de uma rádio que originalmente começou por emitir nos anos 90 no Montijo e que assentava numa programação de música Rock. Passou depois por algumas mudanças que implicaram a sua ida para o Algarve, depois para o Barreiro (embora com estúdios nas Amoreiras, em Lisboa).
Agora regressa a Lisboa ocupando uma frequência (a única existente) no concelho de Alcochete.
O que mais me interessa neste caso, como noutros, é o caminho (inevitável ?!!) que as rádios locais portuguesas estão a tomar, desvirtuando-se de forma clara dos seus princípios: proximidade com as comunidades onde estão inseridas.
De facto, ninguém acredita que a Super FM, com uma programação estereotipada e assente em êxitos músicais, vá ter como preocupação "a produção e difusão de uma programação destinada especificamente à audiência do espaço geográfico a que corresponde a licença ou autorização"(lei da Rádio, artº 9, ponto 2).
É que, utilizando a única frequência de Alcochete, a Super FM será necessariamente classificada como rádio generalista local (Lei da Rádio, artº 27) e assim obrigada a difundir serviços noticiosos respeitantes à sua área geográfica (lei da rádio, artº 39).
Aguardemos, pois!
É claro que este é mais um exemplo de como o conceito de rádios locais em Portugal faliu. Se é verdade que a Super FM, regressando à Grande Lisboa, será obrigada por lei a cumprir disposições que nada têm a ver com os seus objectivos e que deste modo se perde um meio de comunicação local, não é menos verdade que a situação da Rádio Eco era insustentável há pelo menos cinco ou seis anos e que este cenário (ou outro ainda pior) seria inevitável.
Na Margem Sul do Tejo, para além de Alcochete, também Palmela, Barreiro, Almada e Moita deixaram de ter rádios locais pois nas suas frequências estão a ser emitidas rádios com outros objectivos.
Na mesma área geográfica restam: Rádio Popular FM (Montijo); Rádio Baia e RDS (Seixal) e Rádio Santiago (Sesimbra). A Pal FM (em Palmela) emite durante algumas horas a Rádio SIM (da Renascença).
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social aprovou a alteração da denominação da Rádio Eco, que agora passa a chamar-se Super FM.
Já há algum tempo que não dava por uma notícia destas que significa o fim de mais uma rádio local na Grande Lisboa.
Esta alteração representa o regresso às proximidades de Lisboa de uma rádio que originalmente começou por emitir nos anos 90 no Montijo e que assentava numa programação de música Rock. Passou depois por algumas mudanças que implicaram a sua ida para o Algarve, depois para o Barreiro (embora com estúdios nas Amoreiras, em Lisboa).
Agora regressa a Lisboa ocupando uma frequência (a única existente) no concelho de Alcochete.
O que mais me interessa neste caso, como noutros, é o caminho (inevitável ?!!) que as rádios locais portuguesas estão a tomar, desvirtuando-se de forma clara dos seus princípios: proximidade com as comunidades onde estão inseridas.
De facto, ninguém acredita que a Super FM, com uma programação estereotipada e assente em êxitos músicais, vá ter como preocupação "a produção e difusão de uma programação destinada especificamente à audiência do espaço geográfico a que corresponde a licença ou autorização"(lei da Rádio, artº 9, ponto 2).
É que, utilizando a única frequência de Alcochete, a Super FM será necessariamente classificada como rádio generalista local (Lei da Rádio, artº 27) e assim obrigada a difundir serviços noticiosos respeitantes à sua área geográfica (lei da rádio, artº 39).
Aguardemos, pois!
É claro que este é mais um exemplo de como o conceito de rádios locais em Portugal faliu. Se é verdade que a Super FM, regressando à Grande Lisboa, será obrigada por lei a cumprir disposições que nada têm a ver com os seus objectivos e que deste modo se perde um meio de comunicação local, não é menos verdade que a situação da Rádio Eco era insustentável há pelo menos cinco ou seis anos e que este cenário (ou outro ainda pior) seria inevitável.
Na Margem Sul do Tejo, para além de Alcochete, também Palmela, Barreiro, Almada e Moita deixaram de ter rádios locais pois nas suas frequências estão a ser emitidas rádios com outros objectivos.
Na mesma área geográfica restam: Rádio Popular FM (Montijo); Rádio Baia e RDS (Seixal) e Rádio Santiago (Sesimbra). A Pal FM (em Palmela) emite durante algumas horas a Rádio SIM (da Renascença).
quinta-feira, julho 23, 2009
E quando a marca nos troca as voltas...
Do ponto de vista das notícias que passam na rádio, um dos aspectos que acho mais interessantes na relação entre a rádio e a sua presença na net, é a questão relacionada com "o que é notícia?"
Em tempos, um professor meu dizia que a rádio não tem faits-divers. O que pretendia dizer é que o tempo em rádio é escasso e que por essa razão, a tendência era para condensar a informação em 10 ou 15 minutos e que por isso as "coisas menores", "o engraçadito" não cabiam na rádio. Até porque a rádio não tem imagem e muitos desses "happenings" vivem, sabemos bem, da força da sua imagem.
E com a net?
A imagem passou a fazer parte do universo expressivo dos jornalistas das empresas radiofónicas. Que implicações tem isso? Muitas, uma delas é que passámos a ver coisas nos sites das rádios que não esperamos escutar na rádio.
Por exemplo, uma notícia sobre um cowboy nú que quer ganhar Nova Iorque.
Relevante? Duvido. A TSF, como os apaniguados da convergência gostam de sublinhar, é uma marca e como tal transmite-nos uma determinada imagem. E esta notícia, como outras que surgem no espaço de vídeo do site da TSF, dificilmente entraria num noticiário da rádio.
Em tempos, um professor meu dizia que a rádio não tem faits-divers. O que pretendia dizer é que o tempo em rádio é escasso e que por essa razão, a tendência era para condensar a informação em 10 ou 15 minutos e que por isso as "coisas menores", "o engraçadito" não cabiam na rádio. Até porque a rádio não tem imagem e muitos desses "happenings" vivem, sabemos bem, da força da sua imagem.
E com a net?
A imagem passou a fazer parte do universo expressivo dos jornalistas das empresas radiofónicas. Que implicações tem isso? Muitas, uma delas é que passámos a ver coisas nos sites das rádios que não esperamos escutar na rádio.
Por exemplo, uma notícia sobre um cowboy nú que quer ganhar Nova Iorque.
Relevante? Duvido. A TSF, como os apaniguados da convergência gostam de sublinhar, é uma marca e como tal transmite-nos uma determinada imagem. E esta notícia, como outras que surgem no espaço de vídeo do site da TSF, dificilmente entraria num noticiário da rádio.
segunda-feira, julho 20, 2009
Doutoramentos sobre a rádio portuguesa
Lista de teses de doutoramento sobre a rádio portuguesa:
ALVES, Teresa (2017) Os sons da Lusofonia: contextos multiculturais do serviço público de rádio em Portugal e no Brasil. Universidade do Minho.
LEITE, Renato (2017. Antecedentes da Lealdade no Sector da Radiodifusão. ISEG.
WEIGELT, Diego (2016) A rádio e os jovens na cultura contemporânea: usos e hábitos em Portugal e Brasil. UNL.
Carvalho, Paulo Cezar Lepetri (2015) “A Radiodifusão no Brasil e em Portugal e a invasão dos brasucas: uma nova linguagem”. Universidade do Minho.
DAVID, Maria Inês Pereira Torcato (2015) "On and off air: an ethnographic exploration of minority radio in Portugal". Universidade Nova de Lisboa
GUIMARÃES, Valquíria (2015) "A Contribuição da Rádio para o desenvolvimento da Cidadania: um estudo comparado da atuação de rádios do Brasil e de Portugal (2011-2012)". UNL.
SANTOS, Susana (2012) "O processo de liberalização das emissões de rádio em Portugal entre estado, igreja católica e mercado". ISCTE.
REIS, Isabel (2011) "O Áudio no Jornalismo Radiofónico na Internet". Universidade do Minho.
SANTOS, Sílvio (2011) "Serviço Público de Radiodifusão em Portugal: do controlo ideológico ao fim da representatividade social". Universidade de Coimbra.
MOURA, Fernando (2010) A Construção da Identidade de uma comunidade imigrante portuguesa na Argentina (Escobar) e a comunicação social". Universidade Nova de Lisboa.
RIBEIRO, Nelson (2009) "Radio broadcasting in Portugal during War II". Universidade de Lincoln.
BONIXE, Luís (2009) "A Informação Radiofónica: rotinas e valores-notícia da reprodução da realidade na rádio portuguesa. A Internet como cenário emergente". Universidade Nova de Lisboa.
MENEZES, João Paulo (2008) “O consumo activo dos novos utilizadores na Internet: ameaças e oportunidades para a rádio musical (digitalizada)”. Universidad de Vigo.
CORDEIRO, Paula (2007) "Estratégias de programação na rádio em Portugal: o caso da RFM na transição para o digital". Universidade Nova de Lisboa.
REIS, Filipe (2006) "Comunidades radiofónicas: um estudo etnográfico sobre a radiodifusão local em Portugal". ISCTE.
MELO, Rui de. "O Digital Audio Broadcasting e as implicações nos conteúdos radiofónicos". Universidad Pontificia de Salamanca. Publicado pela Universidade Fernando Pessoa sob o título "A Rádio e a Sociedade de Informação" (2001).
MEDITSCH, Eduardo (1996) "A especificidade do rádio informativo: um estudo da construção, discurso e objectivação da informação jornalística no rádio, a partir de emissoras especializadas de Portugal e do Brasil em meados da década de 90". Universidade Nova de Lisboa - Publicada pela Minerva (1998) sob o título "A Rádio na Era da Informação".
ALVES, Teresa (2017) Os sons da Lusofonia: contextos multiculturais do serviço público de rádio em Portugal e no Brasil. Universidade do Minho.
LEITE, Renato (2017. Antecedentes da Lealdade no Sector da Radiodifusão. ISEG.
WEIGELT, Diego (2016) A rádio e os jovens na cultura contemporânea: usos e hábitos em Portugal e Brasil. UNL.
Carvalho, Paulo Cezar Lepetri (2015) “A Radiodifusão no Brasil e em Portugal e a invasão dos brasucas: uma nova linguagem”. Universidade do Minho.
DAVID, Maria Inês Pereira Torcato (2015) "On and off air: an ethnographic exploration of minority radio in Portugal". Universidade Nova de Lisboa
GUIMARÃES, Valquíria (2015) "A Contribuição da Rádio para o desenvolvimento da Cidadania: um estudo comparado da atuação de rádios do Brasil e de Portugal (2011-2012)". UNL.
PORTELA, Pedro (2015) "A Voz do Utilizador na Mediamorfose da Rádio: A Interactividade e os Consumos Radiofónicos no início do século XXI". Universidade do Minho.
SANTOS, Susana (2012) "O processo de liberalização das emissões de rádio em Portugal entre estado, igreja católica e mercado". ISCTE.
REIS, Isabel (2011) "O Áudio no Jornalismo Radiofónico na Internet". Universidade do Minho.
SANTOS, Sílvio (2011) "Serviço Público de Radiodifusão em Portugal: do controlo ideológico ao fim da representatividade social". Universidade de Coimbra.
MOURA, Fernando (2010) A Construção da Identidade de uma comunidade imigrante portuguesa na Argentina (Escobar) e a comunicação social". Universidade Nova de Lisboa.
RIBEIRO, Nelson (2009) "Radio broadcasting in Portugal during War II". Universidade de Lincoln.
BONIXE, Luís (2009) "A Informação Radiofónica: rotinas e valores-notícia da reprodução da realidade na rádio portuguesa. A Internet como cenário emergente". Universidade Nova de Lisboa.
MENEZES, João Paulo (2008) “O consumo activo dos novos utilizadores na Internet: ameaças e oportunidades para a rádio musical (digitalizada)”. Universidad de Vigo.
CORDEIRO, Paula (2007) "Estratégias de programação na rádio em Portugal: o caso da RFM na transição para o digital". Universidade Nova de Lisboa.
REIS, Filipe (2006) "Comunidades radiofónicas: um estudo etnográfico sobre a radiodifusão local em Portugal". ISCTE.
MELO, Rui de. "O Digital Audio Broadcasting e as implicações nos conteúdos radiofónicos". Universidad Pontificia de Salamanca. Publicado pela Universidade Fernando Pessoa sob o título "A Rádio e a Sociedade de Informação" (2001).
MEDITSCH, Eduardo (1996) "A especificidade do rádio informativo: um estudo da construção, discurso e objectivação da informação jornalística no rádio, a partir de emissoras especializadas de Portugal e do Brasil em meados da década de 90". Universidade Nova de Lisboa - Publicada pela Minerva (1998) sob o título "A Rádio na Era da Informação".
Tese de doutoramento em rádo
Nelson Ribeiro defendeu no dia 16 na Universidade de Lincoln a sua tese de doutoramento intitulada "Radio broadcasting in Portugal during War II".
O autor, que é o director de programas da Renascença, explica aqui quais são os principais objectivos do seu trabalho.
Via Indústrias Culturais.
O autor, que é o director de programas da Renascença, explica aqui quais são os principais objectivos do seu trabalho.
Via Indústrias Culturais.
quarta-feira, julho 15, 2009
A voz da economia
Os jornais radiofónicos de economia (e suas variações: negócios, financeiros, etc) são em regra pouco atractivos do ponto de vista da expressividade radiofónica. Raramente há sons de protagonistas, os géneros utilizados são quase sempre os mesmos e as notícias resumem-se, em muitos casos, a informações das empresas e dos grandes negócios.
Aliás, é estranho que, tendo a temática "economia" cada vez mais peso nas notícias, o número de jornalistas da rádio portuguesa ocupados em exclusivo dessa área seja, por vezes, resídual.
É preciso ir um pouco mais longe.
Lembrei-me disto depois de ouvir esta manhã o Negócios e Empresas da TSF. Não sei se foi um acaso, ou se a agenda do dia o proporcionou,mas as notícias foram complementadas com sons dos protagonistas e houve peças com desenvolvimento dado por um segundo jornalista, aproveitando o "jogo de vozes" que a rádio pode proporcionar.
O conteúdo até pode ser o mesmo mas assim, em rádio, funciona muito melhor.
Aliás, é estranho que, tendo a temática "economia" cada vez mais peso nas notícias, o número de jornalistas da rádio portuguesa ocupados em exclusivo dessa área seja, por vezes, resídual.
É preciso ir um pouco mais longe.
Lembrei-me disto depois de ouvir esta manhã o Negócios e Empresas da TSF. Não sei se foi um acaso, ou se a agenda do dia o proporcionou,mas as notícias foram complementadas com sons dos protagonistas e houve peças com desenvolvimento dado por um segundo jornalista, aproveitando o "jogo de vozes" que a rádio pode proporcionar.
O conteúdo até pode ser o mesmo mas assim, em rádio, funciona muito melhor.
sábado, julho 11, 2009
Sobre o jornalismo radiofónico
Algumas leituras:
- BOURGADE, Frédéric (2006), L’Info Rádio … Recto Verso, Paris: L’ Harmattan
- CEBRIÁN HERREROS, Mariano (1992), Generos Informativos Audiovisuales, Madrid: Editorial Ciencia.
- CROOK, Tim (1998), International Radio Journalism, Routledge: New York.
- FAUS BELAU, Angel (1981), La Radio – Introduccion a un Medio Desconocido, Madrid: Editorial Latina.
- GOLDING, Peter & ELLIOT, Phillip (1979), Making the News, London: Longman.
- MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (2002), “El proceso de escritura de la información radiofónica”, in MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (coord.), Información Radiofónica, Barcelona: Ariel, pp. 97-120.
- MERAYO PÉREZ, Arturo(2002), “La Construcción del relato informativo radiofónico”, in MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (coord.), Información Radiofónica, Barcelona: Ariel, pp. 59-96.
- SOENGAS, Xosé (2003), Informativos Radiofónicos, Madrid: Cátedra.
- STEPHENS, Mitchell (1980), Broadcast News - Radio Journalism and an Introduction to television, New York: Holt, Rinehart and Winston.
- VILLAFAÑÉ, J. et al. (1987), Fabricar Noticias – las rutinas productivas en radio y televisión, Barcelona: Editorial Mitre.
E sobre o caso português:
- CASSIANO, Artur (2005), “Time-Setting: Estudo de Caso sobre a TSF Rádio-Notícias”, in CARDOSO, Gustavo e ESPANHA, Rita (Orgs.), Comunicação e Jornalismo na Era da Informação, Lisboa: Campo das Letras, pp. 273-302.
- GONÇALVES, Rui Fernando Mendes (1999), Jornalismo e Valores. O Projecto Informativo TSF-Rádio Jornal (1988-1993), Lisboa: Edinova.
- MEDITSCH, Eduardo (1999), A Rádio na Era da Informação, Coimbra: Minerva.
- MENESES, João Paulo (2003), Tudo o Que se Passa na TSF, Porto: Jornal de Notícias.
- PROENÇA, Luís (2005), “A rádio porta-estandarte: a TSF e o pós-referendo em Timor Leste”, in CARDOSO, Gustavo e ESPANHA, Rita (Orgs.), Comunicação e Jornalismo na Era da Informação, Lisboa: Campo das Letras, pp. 237-271.
- BOURGADE, Frédéric (2006), L’Info Rádio … Recto Verso, Paris: L’ Harmattan
- CEBRIÁN HERREROS, Mariano (1992), Generos Informativos Audiovisuales, Madrid: Editorial Ciencia.
- CROOK, Tim (1998), International Radio Journalism, Routledge: New York.
- FAUS BELAU, Angel (1981), La Radio – Introduccion a un Medio Desconocido, Madrid: Editorial Latina.
- GOLDING, Peter & ELLIOT, Phillip (1979), Making the News, London: Longman.
- MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (2002), “El proceso de escritura de la información radiofónica”, in MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (coord.), Información Radiofónica, Barcelona: Ariel, pp. 97-120.
- MERAYO PÉREZ, Arturo(2002), “La Construcción del relato informativo radiofónico”, in MARTINEZ-COSTA, Maria del Pilar (coord.), Información Radiofónica, Barcelona: Ariel, pp. 59-96.
- SOENGAS, Xosé (2003), Informativos Radiofónicos, Madrid: Cátedra.
- STEPHENS, Mitchell (1980), Broadcast News - Radio Journalism and an Introduction to television, New York: Holt, Rinehart and Winston.
- VILLAFAÑÉ, J. et al. (1987), Fabricar Noticias – las rutinas productivas en radio y televisión, Barcelona: Editorial Mitre.
E sobre o caso português:
- CASSIANO, Artur (2005), “Time-Setting: Estudo de Caso sobre a TSF Rádio-Notícias”, in CARDOSO, Gustavo e ESPANHA, Rita (Orgs.), Comunicação e Jornalismo na Era da Informação, Lisboa: Campo das Letras, pp. 273-302.
- GONÇALVES, Rui Fernando Mendes (1999), Jornalismo e Valores. O Projecto Informativo TSF-Rádio Jornal (1988-1993), Lisboa: Edinova.
- MEDITSCH, Eduardo (1999), A Rádio na Era da Informação, Coimbra: Minerva.
- MENESES, João Paulo (2003), Tudo o Que se Passa na TSF, Porto: Jornal de Notícias.
- PROENÇA, Luís (2005), “A rádio porta-estandarte: a TSF e o pós-referendo em Timor Leste”, in CARDOSO, Gustavo e ESPANHA, Rita (Orgs.), Comunicação e Jornalismo na Era da Informação, Lisboa: Campo das Letras, pp. 237-271.
terça-feira, julho 07, 2009
Rádios livres – a tipologia de Cazenave (III)
As rádios locais portuguesas começaram a emitir há 20 anos, em 1989, na sequência de um processo legislativo concluído no final de 1988. A liberalização do sector da rádio em Portugal modificou por completo a paisagem radiofónica portuguesa. O Rádio e Jornalismo está a publicar um conjunto de posts sobre a radiodifusão local, com especial enfoque na realidade portuguesa.
A Europa viu nascer um sem-número de rádios piratas a partir da década de 60, cenário que se prolongou nos anos seguintes. Em Itália, Espanha, Portugal (já no final dos anos 70) e em França, o fenómeno atingiu um nível que deve ser assinalado porquanto acarretou consequências ao nível social, cultural e político.
O entusiasmo verificado impede o rigor na determinação do número de rádios livres surgidas na Europa. Uma certa anarquia do movimento impossibilita uma caracterização concreta dos vários projectos criados.
François Cazenave, no seu livro Les Radios Libres, de 1984, propõe uma tipologia a partir do caso francês, mas que, com as devidas adaptações, pode enquadrar também os vários cenários europeus.
Cazenave sublinhou o carácter de passa-palavra (porte-parole) das rádios livres. E, com base nesse pressuposto, determinou a seguinte tipologia das rádios livres francesas:
- Rádios passa-palavra das lutas sociais: aquelas que apareceram ligadas a grupos com determinados interesses, desde a luta dos homossexuais, dos emigrantes ou dos ecologistas.
- Rádios passa-palavra de lutas políticas: Foram as que apareceram em maior número em França. Cazenave adverte que se tratam de estações que podem ter uma vida efémera e que isso torna difícil determinar com exactidão o seu número, a sua audiência e a duração das suas emissões. O exemplo dado pelo autor é o da Rádio Sorbonne que foi criada por estudantes universitários em Maio de 1968 e que servia para difundir a voz dos alunos. O autor enquadra ainda nesta categoria as rádios livres ligadas a grupos de ecologistas, que utilizam o meio radiofónico para mobilizar militantes, por exemplo na luta contra a proliferação de centrais nucleares. A rádio mais conhecida e que se pode enquadrar nesta classificação é a Rádio- Verte-Fessenheim, na Álsácia francesa. Em França surgiram ainda rádios eleitorais, que apareceram em 1979 aquando das eleições para o Parlamento Europeu. Esta emissora servia para que os pequenos partidos se pudessem expressar. Não faltam ainda rádios ligadas ao partido socialista, ao comunista e a uma ala apelidada de “giscardienne”.
- Rádio pela rádio. Esta terceira categoria engloba, segundo o autor, todas as emissoras que se dedicam quase em exclusivo a passar música. Aparentemente, nada move os criadores destas rádios a não ser o prazer de fazer mais uma rádio. O conteúdo da sua programação é ocupado 100% por música. Seja ela jazz, pop ou outro estilo musical qualquer. O que interessa verdadeiramente é passar música.
A Europa viu nascer um sem-número de rádios piratas a partir da década de 60, cenário que se prolongou nos anos seguintes. Em Itália, Espanha, Portugal (já no final dos anos 70) e em França, o fenómeno atingiu um nível que deve ser assinalado porquanto acarretou consequências ao nível social, cultural e político.
O entusiasmo verificado impede o rigor na determinação do número de rádios livres surgidas na Europa. Uma certa anarquia do movimento impossibilita uma caracterização concreta dos vários projectos criados.
François Cazenave, no seu livro Les Radios Libres, de 1984, propõe uma tipologia a partir do caso francês, mas que, com as devidas adaptações, pode enquadrar também os vários cenários europeus.
Cazenave sublinhou o carácter de passa-palavra (porte-parole) das rádios livres. E, com base nesse pressuposto, determinou a seguinte tipologia das rádios livres francesas:
- Rádios passa-palavra das lutas sociais: aquelas que apareceram ligadas a grupos com determinados interesses, desde a luta dos homossexuais, dos emigrantes ou dos ecologistas.
- Rádios passa-palavra de lutas políticas: Foram as que apareceram em maior número em França. Cazenave adverte que se tratam de estações que podem ter uma vida efémera e que isso torna difícil determinar com exactidão o seu número, a sua audiência e a duração das suas emissões. O exemplo dado pelo autor é o da Rádio Sorbonne que foi criada por estudantes universitários em Maio de 1968 e que servia para difundir a voz dos alunos. O autor enquadra ainda nesta categoria as rádios livres ligadas a grupos de ecologistas, que utilizam o meio radiofónico para mobilizar militantes, por exemplo na luta contra a proliferação de centrais nucleares. A rádio mais conhecida e que se pode enquadrar nesta classificação é a Rádio- Verte-Fessenheim, na Álsácia francesa. Em França surgiram ainda rádios eleitorais, que apareceram em 1979 aquando das eleições para o Parlamento Europeu. Esta emissora servia para que os pequenos partidos se pudessem expressar. Não faltam ainda rádios ligadas ao partido socialista, ao comunista e a uma ala apelidada de “giscardienne”.
- Rádio pela rádio. Esta terceira categoria engloba, segundo o autor, todas as emissoras que se dedicam quase em exclusivo a passar música. Aparentemente, nada move os criadores destas rádios a não ser o prazer de fazer mais uma rádio. O conteúdo da sua programação é ocupado 100% por música. Seja ela jazz, pop ou outro estilo musical qualquer. O que interessa verdadeiramente é passar música.
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