Já está disponível o Anuário da Comunicação 2005-06 publicado pelo Obercom.
No sector da rádio assinalo três artigos.
No primeiro, são expostos os dados relativos à audiência de rádio com base no Bareme Rádio da Marktest e o cenário da radiodifsão portuguesa (número de rádios existentes, de postos emissores, rádios por distrito etc). (pp. 104-110).
Destaco também o artigo de Rogério Santos "A Rádio em Portugal - estado da arte em 2006" no qual o autor faz uma retrospectiva do sector e projecta o ano de 2007. Diz Rogério Santos:
"(...)espera-se, para 2007, a realização de concurso para frequências ainda livres para cobertura local. (...) a rádio irá distribuir crescentemente os seus conteúdos áudio pela Internet, aos leitores de mp3, à Mobile TV, ao cabo, em Triple Play e noutras plataformas, em contínua reinvenção de um meio que começou há mais de oitenta anos".
(pp. 220-223)
E por fim, o artigo de João Porto (Grupo Renascença) "Medir o quê? Quando? e para Quê? Como se medem as audiências em Portugal? Como se medirão no futuro?".
Escreve o autor:
"(...) resta esperar e acompanhar de perto as diferentes experiências de implementação do sistema de audimetria PPM, já em curso em diversos países, cuja divulgação nacional permitirá aprender mais e melhor, o caso português. Porque não há dúvida de que, mais cedo ou mais tarde, a evolução para o sistema de audimetria medido por PPM será um facto". (pp. 258-261)
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Há 12 horas
1 comentário:
Numa primeira leitura do Anuário da Comunicação 2005-06, os três artigos do sector da rádio merecem-me as seguintes notas críticas:
1 - Imprecisões factuais no artigo "A Rádio em Portugal-Estado da Arte em 2006":
a) A alteração do perfil do RCP de "rádio de êxitos antigos para emissora com forte incidência informativa" ocorreu em 29 de Janeiro de 2007 e não no período considerado no Anuário.
b) Em bom rigor, não se pode dizer que "com o incêndio do Chiado, em Agosto de 1988, a TSF fez a primeira cobertura jornalística em directo". Para não irmos mais longe basta evocarmos as reportagens do RCP, em 1967, por ocasião das grandes cheias que assolaram a região de Lisboa. A referência a esse e a outros acontecimentos que tiveram uma cobertura radiofónica inovadora, como a utilização de um helicóptero no circuito automóvel de Vila Real, pode ser encontrada em http://pagina.vizzavi.pt/~nc22723a/radio.htm
onde também se dá conta do papel precursor na reportagem radiofónica que tiveram, nos anos 60 e 70, alguns programas do RCP e da RR: "PBX", "Tempo Zip", "Página 1" e "Movimento".
c) Também me parece uma expressão pouco canónica, para uma publicação deste tipo, dizer que a TSF emitiu experimentalmente em 1984 e "a sério em 1988".
2 - Para além dos aspectos qualitativos dos textos, no capítulo "Olhares sobre a Comunicação", não posso deixar de referir a diminuta dimensão atribuída ao meio rádio no capítulo da caracterização dos diferentes sectores da comunicação. Embora sabendo que a rádio é vista como o parente pobre dos média convém assinalar a desproporção quantitativa da análise: 7 páginas para a rádio, onde se colige e reformata informação já produzida anteriormente pela Marktest; 10 páginas para a televisão; 63 páginas para o cinema; 13 páginas para o vídeo; 16 páginas para o áudio; 10 páginas para as consolas e videojogos; 15 páginas para a imprensa; 11 páginas para as telecomunicações; 31 páginas para as TIC's; e 35 páginas para a publicidade.
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