segunda-feira, abril 30, 2007

Disponível anuário da comunicação

Já está disponível o Anuário da Comunicação 2005-06 publicado pelo Obercom.

No sector da rádio assinalo três artigos.

No primeiro, são expostos os dados relativos à audiência de rádio com base no Bareme Rádio da Marktest e o cenário da radiodifsão portuguesa (número de rádios existentes, de postos emissores, rádios por distrito etc). (pp. 104-110).

Destaco também o artigo de Rogério Santos "A Rádio em Portugal - estado da arte em 2006" no qual o autor faz uma retrospectiva do sector e projecta o ano de 2007. Diz Rogério Santos:
"(...)espera-se, para 2007, a realização de concurso para frequências ainda livres para cobertura local. (...) a rádio irá distribuir crescentemente os seus conteúdos áudio pela Internet, aos leitores de mp3, à Mobile TV, ao cabo, em Triple Play e noutras plataformas, em contínua reinvenção de um meio que começou há mais de oitenta anos".
(pp. 220-223)

E por fim, o artigo de João Porto (Grupo Renascença) "Medir o quê? Quando? e para Quê? Como se medem as audiências em Portugal? Como se medirão no futuro?".
Escreve o autor:
"(...) resta esperar e acompanhar de perto as diferentes experiências de implementação do sistema de audimetria PPM, já em curso em diversos países, cuja divulgação nacional permitirá aprender mais e melhor, o caso português. Porque não há dúvida de que, mais cedo ou mais tarde, a evolução para o sistema de audimetria medido por PPM será um facto". (pp. 258-261)

Relatos

Para o Benfica-Sporting, as rádios apostaram forte, à medida do acontecimento, mas as diferenças entre a TSF, Antena 1, RR e Rádio Clube são quase inexistentes. Dois repórteres de pista, para o detalhe das jogadas. Comentadores para enquadrar o ouvinte na táctica e estratégia do jogo (a Antena 1 e o Rádio Clube acrescentaram comentadores de abrbitragem). E, claro, o relato. Emotivo, espontâneo e vivo.

O que distingiu as diferentes emissões?

A TSF apostou num relato a duas vozes, fazendo lembrar o tempo (que pelas piores razões já não volta) de Fernando Correia e Jorge Perestrelo.

O relato a duas vozes (cada uma acompanha o ataque de uma das equipas) tem a vantagem de conferir à narração uma dinâmica e vivacidade que apenas um relator não consegue imprimir, ainda para mais tratando-se de um jogo de futebol que, se for intenso, proporciona excelentes momentos de rádio.

A Antena 1 adoptou o mesmo sistema: duas vozes. E com o mesmo objectivo. Mas Paulo Sérgio já andou pela TSF no tempo de Correia e Perestrelo.

Antena 1 e TSF foram iguais, também, na utilização de elementos sonoros com o objectivo de aumentar, no ouvinte, a sensação de intensidade do jogo. Numa e noutra emissora, os últimos cinco minutos do encontro foram relatados sobre uma trilha sonora rápida que, uma vez mais, proporciona a impressão de ritmo e ajuda a criar o espectáculo e a transferir a emoção para o ambiente do ouvinte.

Raramente, o relato questiona o próprio espectáculo e quando o faz é no sentido de o incentivar. Qual adepto empolgado.

Os repórteres de pista que procuram a reacção dos protagonistas e a introdução de comentadores, que explicam e enquadram o acontecimento, contribuem para a informação. A utilização de efeitos sonoros potencia o espectáculo.

No relato radiofónico convergem espectáculo e informação em registos cujas fronteiras são muito ténues e por isso alvo de discussão em torno da sempre renovada questão do relato de futebol ser ou não um “acto jornalístico”.

Já não é fácil andar pelas ruas e encontrar adeptos de radiozinho colado ao ouvido. Os tempos são outros. Os relatos de futebol na rádio são, nos dias que correm, para quem não pode, de todo, ver o jogo na televisão.

Ainda há quem veja na TV e ouça na rádio, mas já nem isso é eficaz, por causa do desfasamento do som. É que o golo chega primeiro na rádio !

quinta-feira, abril 26, 2007

Leitores de notícias com fim anunciado

A BBC vai acabar com os newsreaders. Até aqui a leitura de notícias no universo da BBC - rádio e televisão - estava atribuída a alguns profissionais da área da comunicação, mas que não eram necessariamente jornalistas. O director-geral da corporação anunciou, entretanto, que esse tempo terminou:

BBC News, News 24, the radio networks ... have changed over the years and the traditional role of the news reader, as opposed to a correspondent or presenter, has virtually died out over the services.

Fica o registo, apesar de em Portugal o cenário não ser esse, pois quem apresenta os boletins informativos na rádio e na televisão são sempre jornalistas.

sábado, abril 21, 2007

A rádio no Rádio Clube

O presente e o futuro. A informação e a programação. A organização empresarial. As audiências e o que delas se diz. Enfim, falou-se de rádio na manhã deste Sábado no Rádio Clube.

Foi no programa Fim-de-Semana conduzido, excepcionalmente na edição desta semana, por Nuno Domingues e Nuno Costa Santos a quem agradeço o convite feito a este blogueiro para estar presente na agradável conversa que contou ainda com a Paula Cordeiro, do NetFM, João de Sousa, professor de rádio na Universidade Autónoma de Lisboa e coordenador do projecto Radiolab e Alexandra Fernandes, docente no ISCTE.

A conversa começou por assinalar a reduzida atenção noticiosa que os jornais dão ao sector da rádio, quando é feita a comparação com os outros media, mas durante três horas o Rádio Clube quis contrariar essa tendência e julgo que em boa hora.

sexta-feira, abril 20, 2007

Franceses procuram mais informação

Segundo o Le Monde as presidenciais em França estão a levar os franceses a consumir mais informação. O aumento verifica-se em todos os media, incluindo na rádio.

L'intérêt du public pour l'élection présidentielle rend le sourire aux radios généralistes. La dernière vague de mesure d'audience de la radio, opérée par Médiamétrie pour la période janvier-mars 2007, montre en effet une hausse générale de l'écoute des grandes stations d'information.

La présidentielle stimule l'écoute des radios généralistes

Prémios ACIME

Está disponível até ao próximo dia 11 de Maio a votação on-line para a atribuição do Prémio de Jornalismo pela Tolerância do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME). O prémio pretende reconhecer os melhores trabalhos jornalísticos de 2006 sobre a temática da Imigração e das Minorias Étnicas.
A monotorização feita pelo ACIME encontrou apenas trabalhos das rádios Renascença, Antena 1 e TSF.


Os candidatos do sector da rádio estão aqui.

Via Indústrias Culturais.

quinta-feira, abril 19, 2007

Nova rádio da Renascença e novo programa no Rádio Clube

Da newsletter do Meios&Publicidade retiro duas notícias sobre rádio:

A primeira dá conta dos estudos que a Renascença está a efectuar para o lançamento de uma nova rádio, que deverá ser uma estação - tal como os responsáveis da RR anunciaram há algum tempo atrás - destinada a um público mais idoso. A mesmo notícia fala da mudança de instalações da Renascença que deverá acontecer dentro de dois anos.

A segunda notícia tem a ver com o novo espaço na programação do Rádio Clube. Chama-se Toda a Tarde e vai para o ar entre as 16h e as 20h de Sábado.
Diz Luís Osório:
A ideia de que todas as histórias poderão ser grandes histórias vão, neste programa, ser provadas ao máximo

segunda-feira, abril 16, 2007

Mais um passo para a dança...

Uma prova mais do dinamismo empresarial da radiodifusão local portuguesa!!!

Paula Cordeiro faz referência ao desaparecimento da Quimica FM, uma rádio que surgiu em Setembro de 2006 e terminou as emissões no final de Janeiro. Esteve no ar quatro meses !!!

Ouvia-se em 105.4, frequência inicialmente atribuída ao Rádio Clube de Cascais.

Danças no éter

A Mega FM, música para a malta jovem, ouve-se em 92.4, onde em tempos se ouviu a Rádio Energia, que agora não se ouve em lado nenhum.

A Romântica já se sintonizou em 101.1, que era antes da Rádio Arremesso, mas agora lá sintoniza-se a Best Rock que também já se ouviu em 96.6, a tal onde agora se ouve a M80, frequência que, por sua vez, já serviu os sons do Rádio Clube Português e a desaparecida Radiogeste. A Cidade FM, que agora se ouve em 91.6, já se ouviu em 107.2, mas, quem por lá passar nos dias que correm, vai ouvir a Romântica que substituiu a Foxx.

E a Foxx? Foi-se.

A Mix FM ouve-se em 103.0 mas por lá já se ouviu a Rádio Margem Sul e depois a Nostalgia, que é agora passado. Ainda na “outra banda”, nos 96.2 da MFM já foi possível sintonizar a Metropolitana FM e a Rádio Sul e Sueste, sem esquecer a Super FM depois de ter estado nos 106.2 onde agora se ouve outra FM: a Classe.

Ainda falta a rádio mais latina das latinas: a Tropical FM, que se ouve em 95.3 depois de ali se ter ouvido, em tempos idos, o Rádio Clube da Moita. E a Radar que se ouve em 97.8, depois da Voz de Almada. E a Kiss FM Lisboa que se sintoniza em 93.7 depois da Rádio Mais. E a Mega FM Sintra em 88.0 depois da Rádio Ocidente…

O blogueiro confessa a sua incapacidade para acompanhar todos os passos desta dança. Quem se lembrar de outros, faça favor…

sexta-feira, abril 13, 2007

Más notícias para o Rádio Clube

O Bareme Rádio da Marktest para o primeiro trimestre de 2007 não trouxe grandes novidades: a RFM continua líder. A Renascença logo a seguir e a Comercial depois.
A nota que sublinho diz respeito ao Rádio Clube. A Audiência Acumulada de Véspera relativa ao primeiro trimestre de 2007 (que inclui a nova linha de programação da estação) revela uma quebra significativa.

Na newsletter da Meios e Publicidade pode ler-se o seguinte:

A Antena 3 com uma AAV de 3,8% (crescimentos de 5,6% e 8,6%, homólogo e última vaga, respectivamente), surge à frente do
RCP, que neste período, que já engloba o seu novo posicionamento (a estação iniciou esta fase a 29 de Janeiro), obtém quedas significativas. A AAV de 2,2% significa uma perda de 8,3% em relação ao último trimestre de 2006 e de 31,3% quando a comparação é feita com os mesmos meses do ano transacto.


quinta-feira, abril 12, 2007

A M80, a Best Rock e outros delírios

Sobre a M80, a mais recente rádio da Media Capital Rádios, não encontro, naquilo que já ouvi, uma programação com grande dose de originalidade. Parece-me a reedição da Nostalgia. A M80 vive sobretudo dos hits musicais das décadas de 70,80 e 90.

Mas interessa-me, sobre esta nova aposta da MCR, sublinhar as modificações entretanto verificadas no espaço radiofónico da Grande Lisboa e na tendência que as rádios, ditas locais, estão a seguir nesta região do país.

Com a M80, que emite em 96.6, uma das cinco frequências do concelho de Lisboa, a Best Rock FM, também do grupo Media Capital, passou a ouvir-se em 101.1, uma frequência que não pertence a Lisboa, apesar da rádio se projectar para a capital.

A frequência 101.1 está atribuída ao concelho da Moita, onde funcionou em tempos a Rádio Arremesso. Recentemente ouvia-se a Romântica FM, que agora se ouve em 107.2, substituindo a Foxx. A frequência de 107.2 pertence à Amadora e nela emitia, há uns bons anos, a Rádio Cidade.

Perante este novo quadro, parece-me importante sublinhar dois aspectos que mostram a tendência das rádios locais na Área Metropolitana de Lisboa:

1- A inexistência de frequências disponíveis no concelho de Lisboa está a fazer com que as empresas de radiodifusão, que pretendem chegar à capital, adquiram frequências dos concelhos limítrofes para assim poderem disputar um mercado mais apetecível.

Vejam-se algumas alterações recentes que ilustram esta tendência:

Rádio Mais (Amadora) é hoje a Kiss FM.Lisboa.

Rádio Ocidente (Sintra) é hoje Mega FM Sintra

Rádio Voz de Almada é hoje a Radar FM

Rádio Arremesso é agora Best Rock FM.

E outras modificações mais antigas:

Rádio Sul e Sueste (Barreiro) – MFM

Rádio Margem Sul (Barreiro) – Mix FM

Rádio Clube da Moita – Tropical FM

Rede A (Almada) – Rádio Capital

Quase todas estas mudanças implicaram a mudança dos estúdios de emissão para Lisboa, afastando-se, por essa razão, das localidades às quais foram atribuídas as frequências.

Actualmente, concelhos como Amadora, Barreiro, Almada ou Moita, apesar de terem duas frequências locais, não possuem verdadeiramente uma rádio local, o que nos leva ao segundo ponto.

2 – Informação.

Com estas alterações, verificou-se também a redução de espaços informativos dedicados à informação local, pois muitas destas rádios estão classificadas como temáticas musicais e as que não estão (porque não podem) também não apostam na informação local.

O que diz a lei da rádio (artº 39)

1 - Os operadores radiofónicos que forneçam serviços de programas generalistas ou temáticos informativos devem produzir, e neles difundir, serviços noticiosos regulares.
2 - Os serviços de programas referidos no número anterior devem, recorrendo a produção própria, difundir um mínimo de três serviços noticiosos respeitantes à sua área geográfica, obrigatoriamente transmitidos entre as 7 e as 24 horas, mediando entre eles um período de tempo não inferior a três horas.

Perante isto, cabe, por exemplo, à Radar FM informar sobre Almada. À M80 sobre Lisboa e à Kiss FM Lisboa sobre a Amadora, uma vez que todas estas emissoras estão classificadas como Generalistas.

Será que o fazem?

Há três décadas foi criada aquela que terá sido a primeira rádio pirata portuguesa: A Rádio Juventude surgida em 1977.

Ainda faz sentido falar em rádios locais?

quarta-feira, abril 04, 2007

Audiências de rádio


A Marktest analisou durante o mês de Março
, a propósito dos 82 anos de emissões regulares em Portugal, a audiência da rádio portuguesa. Sublinho algumas ideias retiradas dos quatro artigos disponibilizados:

1- Os portugueses ouvem mais rádio em comparação com 1994, altura em que surgiu o Bareme Rádio.
A diferença não é muito significativa, ( é de apenas 0,3). Há 13 anos a audiência acumulada de véspera situava-se nos 56,1 e em 2006 foi de 56,3.

2 - Já me parece mais significativo o facto de se ouvir cada vez mais rádio no carro e menos em casa. Do mesmo modo, a escuta de rádio na Internet está igualmente a crescer, embora represente uma pequena parcela da escuta global de rádio em Portugal. Mas regista-se a tendência.

3 - O tempo médio de escuta diária de rádio é de três horas, mas quando é feita no trabalho é muito superior, mais de seis horas.

4 - Para a Markest, o facto do tempo médio de escuta de rádio ser manter nas 3 horas desde 1997, é sinónimo da forte relação entre a rádio e os ouvintes.

Os quatro artigos:

Os Portugueses estão a mudar os seus hábitos de audiência de Rádio

Os Portugueses e a Rádio – evolução e alteração de comportamentos

Portugueses ouvem mais rádio no carro


4,7 milhões de Portugueses ouvem mais de 3 horas de rádio todos os dias



terça-feira, abril 03, 2007

M80 já emite

Ainda não ouvi, mas segundo o Diário Digital a rádio M80, a nova estação da Media Capital Rádios, destinada aos ouvintes com idade entre os 35 e os 55 anos, começou esta segunda-feira a emitir para Lisboa e Porto. Na capital, a M80 pode ser ouvida na frequência 96,6 (substitui a Best Rock FM) e no Porto a frequência é 89,5.

segunda-feira, abril 02, 2007

RUC de parabéns

Soube via Rádio Critica do Francisco Mateus: A Rádio Universitária de Coimbra comemora 21 anos e tem um vasto programa para assinalar a data.

Parabéns.