A Rádio Noar, de Viseu, deixou de emitir aos fins-de-semana. A notícia vem no Diário de Notícias e dá conta de que tal se deveu ao despedimento de dois jornalistas. O jornal fala também de críticas feitas à rádio pelo presidente da câmara.
A notícia está aqui.
quarta-feira, setembro 30, 2009
segunda-feira, setembro 28, 2009
As imagens da rádio na noite eleitoral
Destaco duas iniciativas levadas a cabo pela rádio na cobertura da noite eleitoral e ambas nos sites das emissoras.
A Antena 1, em conjunto com a RTP, voltou a apostar no Mobile Journalism (Mojo), desta vez envolvendo um maior número de recursos, depois de uma primeira experiência realizada nas europeias pelos jornalistas Rita Colaço e Paulo Nuno Vicente.
A Antena 1 faz um balanço extremamente positivo da iniciativa revelando que a página foi visitada por mais de um milhão e meio de visitantes.
Por outro lado, merece referência a iniciativa da Renascença que, prosseguindo o seu objectivo de transformar o site numa webtv, resolveu fazer um directo "televisivo" da noite eleitoral.
São duas boas iniciativas que podem apontar caminhos para algumas ferramentas e práticas que o jornalismo virá, eventualmente, a utilizar com maior frequência numa plataforma online.
É claro que nesta fase estamos apenas a falar de experiências interessantes, pois há que aperfeiçoar métodos.
Por exemplo, no site da Renascença o que se viu foi verdadeiramente um directo de um programa de rádio. Ou seja, as câmaras estavam lá, mas os protagonistas (jornalistas e convidados em estúdio) fizeram de conta que elas efectivamente não estavam presentes (jornalistas que passam à frente da câmara, convidados que se despedem dos jornalistas em frente à câmara, etc). Mas valeu pela iniciativa.
No caso do mobile journalism da Antena 1 os problemas tiveram mais a ver com a qualidade (ou falta dela) de algumas imagens e sons. Questões que, julgo eu, de momento a tecnologia disponível não resolve.
Valeram as experiências
A Antena 1, em conjunto com a RTP, voltou a apostar no Mobile Journalism (Mojo), desta vez envolvendo um maior número de recursos, depois de uma primeira experiência realizada nas europeias pelos jornalistas Rita Colaço e Paulo Nuno Vicente.
A Antena 1 faz um balanço extremamente positivo da iniciativa revelando que a página foi visitada por mais de um milhão e meio de visitantes.
Por outro lado, merece referência a iniciativa da Renascença que, prosseguindo o seu objectivo de transformar o site numa webtv, resolveu fazer um directo "televisivo" da noite eleitoral.
São duas boas iniciativas que podem apontar caminhos para algumas ferramentas e práticas que o jornalismo virá, eventualmente, a utilizar com maior frequência numa plataforma online.
É claro que nesta fase estamos apenas a falar de experiências interessantes, pois há que aperfeiçoar métodos.
Por exemplo, no site da Renascença o que se viu foi verdadeiramente um directo de um programa de rádio. Ou seja, as câmaras estavam lá, mas os protagonistas (jornalistas e convidados em estúdio) fizeram de conta que elas efectivamente não estavam presentes (jornalistas que passam à frente da câmara, convidados que se despedem dos jornalistas em frente à câmara, etc). Mas valeu pela iniciativa.
No caso do mobile journalism da Antena 1 os problemas tiveram mais a ver com a qualidade (ou falta dela) de algumas imagens e sons. Questões que, julgo eu, de momento a tecnologia disponível não resolve.
Valeram as experiências
sexta-feira, setembro 25, 2009
Coisas interessantes da campanha na rádio
Na rádio:
Os Jornais de Campanha da Antena 1 com Maria Flôr Pedroso.
Os Fóruns da TSF com os líderes dos principais partidos.
O Bloco de Notas da Renascença.
Nos sites:
A visão histórica dos resultados das legislativas desde 1975 que a RTP/RDP disponibiliza.
A ideia do MOJO (Mobile Journalism) experimentada nas Europeias e agora levada novamente à prática.
A cobertura multiplataforma da Antena 1 (rádio hertziana, site, MOJO, Twitter, blogues)
A reiterada aposta numa linguagem multimédia nas peças da Renascença (presença de texto, som, fotografia e vídeo).
A campanha em imagens da Renascença.
Os Jornais de Campanha da Antena 1 com Maria Flôr Pedroso.
Os Fóruns da TSF com os líderes dos principais partidos.
O Bloco de Notas da Renascença.
Nos sites:
A visão histórica dos resultados das legislativas desde 1975 que a RTP/RDP disponibiliza.
A ideia do MOJO (Mobile Journalism) experimentada nas Europeias e agora levada novamente à prática.
A cobertura multiplataforma da Antena 1 (rádio hertziana, site, MOJO, Twitter, blogues)
A reiterada aposta numa linguagem multimédia nas peças da Renascença (presença de texto, som, fotografia e vídeo).
A campanha em imagens da Renascença.
quinta-feira, setembro 24, 2009
Pequenos e grandes
A questão volta sempre à ordem do dia em altura de campanha eleitoral. Que cobertura noticiosa é (deve) dada aos chamados pequenos partidos?
Um olhar pela rádio, constatamos duas situações: a primeira que os pequenos partidos são tratados sobretudo com o recurso à entrevista, que tem fundamentalmente o objectivo de dar a conhecer as principais ideias sobre alguns temas. A segunda, que os pequenos partidos aparecem nas notícias apenas quando quebram a rotina.
Em relação a este segundo aspecto, vale a pena recordar o que nos dizem Harvey Molotoch e Marilyn Lester sobre o acesso aos media. Os autores estabelecem três níveis de acesso aos meios de comunicação social.
Recordo dois deles:
“Habitual” quando as práticas de um indivíduo, ou grupo, que ocupa determinada posição coincidem com a produção dos media, conduzindo a que as suas práticas sejam frequentemente noticiadas e “Disruptivo”, quando indivíduos ou grupos para verem as suas realizações nos media, necessitam de perturbar a ordem gerando a surpresa, agitação ou choque.
Ou seja, ou os pequenos partidos irrompem com acções sensacionais, inéditas ou pouco esperadas ou não são notícia. Deste ponto de vista, há que admitir alguma razão aos partidos com menor expressão quando se queixam do tratamento que os media lhes dão, pois na realidade a presença de noticias sobre os seus actos de campanha nos principais espaços informativos da rádio é pouco menos que nula.
Aliás, não deixa de ser curioso verificar que uma das poucas vezes que um pequeno partido (neste caso movimento) apareceu nos principais noticiários da rádio portuguesa foi justamente a propósito das várias acções de contestação levadas a cabo pelo MMS devido, no entendimento do movimento, à falta de equidade no tratamento noticioso.
Tudo o resto que se tem ouvido é atirado, normalmente, para os tais espaços de entrevista (que é pela sua natureza, pontual) ou para os jornais de campanha da rádio, emitidos fora do horário nobre.
Há aqui uma certa, e inevitável, comparação (provocatória, admito). É que, o jornalismo político (pelo menos aquele que se faz em altura de campanha) está mais parecido com o “jornalismo de futebol”. No mundo da bola, por mais que um pequeno clube tenha bons jogadores, ganhe jogos, etc, só será notícia se jogar contra um grande ou se houver salários em atraso. Já no caso dos grandes clubes, bastará um treino bem “esgalhado” para abrir noticiários.
O problema é que o jogo da política não é o mesmo do futebol e deste ponto de vista seria preciso que o jornalismo procurasse uma intervenção mais abrangente e plural, começando, por exemplo, pela multiplicidade de plataformas de que dispõe para o fazer.
Se olharmos para os sites das rádios portuguesas não nos restarão dúvidas de que a diferença, em relação à rádio, do tratamento noticioso nesta matéria se resume à diversidade do uso de ferramentas expressivas que, naturalmente, não existem na rádio dita tradicional (vídeos, fotos, infografias, etc).
O conteúdo dos sites é, com honrosas e raras excepções, o mesmo da rádio e por isso quem aparece nas notícias da versão digital já apareceu ou vai aparecer na hertziana e ainda por cima a dizer as mesmas coisas.
Um olhar pela rádio, constatamos duas situações: a primeira que os pequenos partidos são tratados sobretudo com o recurso à entrevista, que tem fundamentalmente o objectivo de dar a conhecer as principais ideias sobre alguns temas. A segunda, que os pequenos partidos aparecem nas notícias apenas quando quebram a rotina.
Em relação a este segundo aspecto, vale a pena recordar o que nos dizem Harvey Molotoch e Marilyn Lester sobre o acesso aos media. Os autores estabelecem três níveis de acesso aos meios de comunicação social.
Recordo dois deles:
“Habitual” quando as práticas de um indivíduo, ou grupo, que ocupa determinada posição coincidem com a produção dos media, conduzindo a que as suas práticas sejam frequentemente noticiadas e “Disruptivo”, quando indivíduos ou grupos para verem as suas realizações nos media, necessitam de perturbar a ordem gerando a surpresa, agitação ou choque.
Ou seja, ou os pequenos partidos irrompem com acções sensacionais, inéditas ou pouco esperadas ou não são notícia. Deste ponto de vista, há que admitir alguma razão aos partidos com menor expressão quando se queixam do tratamento que os media lhes dão, pois na realidade a presença de noticias sobre os seus actos de campanha nos principais espaços informativos da rádio é pouco menos que nula.
Aliás, não deixa de ser curioso verificar que uma das poucas vezes que um pequeno partido (neste caso movimento) apareceu nos principais noticiários da rádio portuguesa foi justamente a propósito das várias acções de contestação levadas a cabo pelo MMS devido, no entendimento do movimento, à falta de equidade no tratamento noticioso.
Tudo o resto que se tem ouvido é atirado, normalmente, para os tais espaços de entrevista (que é pela sua natureza, pontual) ou para os jornais de campanha da rádio, emitidos fora do horário nobre.
Há aqui uma certa, e inevitável, comparação (provocatória, admito). É que, o jornalismo político (pelo menos aquele que se faz em altura de campanha) está mais parecido com o “jornalismo de futebol”. No mundo da bola, por mais que um pequeno clube tenha bons jogadores, ganhe jogos, etc, só será notícia se jogar contra um grande ou se houver salários em atraso. Já no caso dos grandes clubes, bastará um treino bem “esgalhado” para abrir noticiários.
O problema é que o jogo da política não é o mesmo do futebol e deste ponto de vista seria preciso que o jornalismo procurasse uma intervenção mais abrangente e plural, começando, por exemplo, pela multiplicidade de plataformas de que dispõe para o fazer.
Se olharmos para os sites das rádios portuguesas não nos restarão dúvidas de que a diferença, em relação à rádio, do tratamento noticioso nesta matéria se resume à diversidade do uso de ferramentas expressivas que, naturalmente, não existem na rádio dita tradicional (vídeos, fotos, infografias, etc).
O conteúdo dos sites é, com honrosas e raras excepções, o mesmo da rádio e por isso quem aparece nas notícias da versão digital já apareceu ou vai aparecer na hertziana e ainda por cima a dizer as mesmas coisas.
terça-feira, setembro 22, 2009
Super FM já emite
A Super FM começou ontem a emitir em 104.8, regressando assim à Grande Lisboa.
E sobre as notícias (ouvi a síntese das 12h25)? Não sendo o objectivo da rádio, seria de esperar (e confirmou-se) peças curtas, sobre a agenda do dia, sem grandes novidades e sem informação local. Mas não será para ouvir notícias que se sintoniza a Super.
Uma visita ao site permite tirar duas (precipitadas) conclusões: que a aposta nas redes sociais é um forte investimento da rádio e que este é apenas um projecto de um futuro site a sério.
Mais sobre a Super FM . E também aqui.
E sobre as notícias (ouvi a síntese das 12h25)? Não sendo o objectivo da rádio, seria de esperar (e confirmou-se) peças curtas, sobre a agenda do dia, sem grandes novidades e sem informação local. Mas não será para ouvir notícias que se sintoniza a Super.
Uma visita ao site permite tirar duas (precipitadas) conclusões: que a aposta nas redes sociais é um forte investimento da rádio e que este é apenas um projecto de um futuro site a sério.
Mais sobre a Super FM . E também aqui.
domingo, setembro 20, 2009
Mais um prémio para o jornalismo radiofónico
A reportagem radiofónica recebeu mais um prémio. Desta vez foi o trabalho de José Milheiro intitulado "Ideias de futuro".
Registo o facto da reportagem de rádio continuar a ser o principal veiculo de promoção do jornalismo radiofónico com a obtenção de vários prémios. Neste campo, a TSF tem-se destacado, mas é também justo sublinhar o esforço que a Antena 1 tem feito nos últimos tempos para a realização de mais trabalhos de fundo.
A reportagem agora premiada pode ser escutada aqui.
Registo o facto da reportagem de rádio continuar a ser o principal veiculo de promoção do jornalismo radiofónico com a obtenção de vários prémios. Neste campo, a TSF tem-se destacado, mas é também justo sublinhar o esforço que a Antena 1 tem feito nos últimos tempos para a realização de mais trabalhos de fundo.
A reportagem agora premiada pode ser escutada aqui.
Gerações e os media online
Paula Cordeiro levou a cabo um estudo intitulado "Gerações e os media online". No seu blogue deixou algumas das conclusões a que chegou.
Para ver aqui.
Para ver aqui.
Propostas de programas para a Zero
A webradio Zero está a aceitar propostas de programas.
No comunicado que recebi lê-se o seguinte:
A Rádio Zero abriu a época de recepção de maquetes para a escolha de novos programas para a grelha de programação. Qualquer ideia é válida, qualquer programa pode ser feito.
A Rádio Zero é uma rádio baseada em Lisboa, com emissão via web e é uma das fundadoras da rede internacional de rádios RADIA. Tem como objectivos divulgar e promover a exploração do suporte rádio enquanto conteúdo, forma e/ou tecnologia, privilegiando abordagens não ortodoxas e de autor.
Valorizamos o experimentalismo, a originalidade e, acima de tudo, o livre pensamento!
Se tens ideias para montar um programa de rádio, faz da Zero a tua oficina!
As propostas devem ser enviadas para o seguinte mail: programacao@radiozero.pt
No comunicado que recebi lê-se o seguinte:
A Rádio Zero abriu a época de recepção de maquetes para a escolha de novos programas para a grelha de programação. Qualquer ideia é válida, qualquer programa pode ser feito.
A Rádio Zero é uma rádio baseada em Lisboa, com emissão via web e é uma das fundadoras da rede internacional de rádios RADIA. Tem como objectivos divulgar e promover a exploração do suporte rádio enquanto conteúdo, forma e/ou tecnologia, privilegiando abordagens não ortodoxas e de autor.
Valorizamos o experimentalismo, a originalidade e, acima de tudo, o livre pensamento!
Se tens ideias para montar um programa de rádio, faz da Zero a tua oficina!
As propostas devem ser enviadas para o seguinte mail: programacao@radiozero.pt
terça-feira, setembro 08, 2009
tsf.pt com mais utilizadores
O site da TSF foi o mais visitado no primeiro semestre de 2009, de acordo com a Marktest.
O estudo Netpanel revela-nos que o sítio online da rádio informativa foi o que naquele período registou mais utilizadores únicos e mais tempo despendido na consulta do site. Por sua vez, o site da RFM foi aquele em que se registou o maior número de páginas consultadas.
Entre os sites de rádios com maior aposta na informação, sublinho o site da Renascença (3º com mais utilizadores únicos) e o Rádio Clube (o 8º com mais utilizadores únicos).
Em termos globais o número de utilizadores únicos de sites de rádios portugueses oscilou entre os 604000 de Maio e os 710000 de Abril.
segunda-feira, setembro 07, 2009
20 Anos de Rádios Locais: O argumento da informação (V)
As rádios locais portuguesas começaram a emitir há 20 anos, em 1989, na sequência de um processo legislativo concluído no final de 1988. A liberalização do sector da rádio em Portugal modificou por completo a paisagem radiofónica portuguesa. O Rádio e Jornalismo está a publicar um conjunto de posts sobre a radiodifusão local, com especial enfoque na realidade portuguesa.
As rádios piratas portuguesas, sobretudo pela sua expressão quantitativa, modificaram o jornalismo radiofónico português a vários níveis.
Em primeiro lugar contribuíram, pelo menos no início, para o exercício de um jornalismo de proximidade, trazendo para o cenário radiofónico um olhar sobre os pequenos problemas locais das populações, bem como novos protagonistas que eram frequentemente esquecidos pelas principais rádios do país.
Em segundo lugar, foi no seio das rádios piratas que nasceram bons projectos de jornalismo radiofónico, dos quais se destaca naturalmente a TSF.
As rádios locais constituíram-se como verdadeiras escolas práticas de jornalismo radiofónico espalhadas por todo o país. Foi nas rádios locais que nasceram para a profissão vários jornalistas que mais tarde integrariam as redacções das principais emissoras nacionais.
As emissoras locais utilizaram a informação como um argumento importante para se afirmarem no cenário da radiodifusão portuguesa. Aliás, por várias vezes a prática de um jornalismo de proximidade foi o argumento invocado para pressionar o governo no sentido de obter a desejada legalização.
As rádios piratas seguiram, desde o início, a ideia de que teriam de oferecer serviços de informação local sobre as comunidades onde se inseriam. Mas, apesar da boa vontade, a verdade é que a maior parte das rádios locais portuguesas no período da clandestinidade não apresentava as condições mínimas para o exercício do jornalismo. Poucos são os exemplos de emissoras que colocavam regularmente no ar noticiários. Não o faziam, normalmente, devido à falta de recursos humanos.
Em 1987, das 126 rádios locais referenciadas no estudo do jornal Expresso, 20 não tinham redacção, 59 possuíam, mas não eram compostas por jornalistas profissionais e só 47 redacções de emissoras locais eram coordenadas por jornalistas.
Um dos sectores da informação que mais sobressaiu com o aparecimento das rádios locais foi o desporto local. Foi notório o investimento nesta área, pois tratava-se de um campo pelo qual dificilmente as emissoras nacionais se interessariam. Muitas estações locais passaram a cobrir com regularidade os acontecimentos desportivos da sua área.
De principal argumento quando foi preciso obter a legalização, a informação nas rádios locais portuguesas passou para um plano secundário e nalguns casos (infelizmente não tão raros) deixou pura e simplesmente de existir.
As rádios piratas portuguesas, sobretudo pela sua expressão quantitativa, modificaram o jornalismo radiofónico português a vários níveis.
Em primeiro lugar contribuíram, pelo menos no início, para o exercício de um jornalismo de proximidade, trazendo para o cenário radiofónico um olhar sobre os pequenos problemas locais das populações, bem como novos protagonistas que eram frequentemente esquecidos pelas principais rádios do país.
Em segundo lugar, foi no seio das rádios piratas que nasceram bons projectos de jornalismo radiofónico, dos quais se destaca naturalmente a TSF.
As rádios locais constituíram-se como verdadeiras escolas práticas de jornalismo radiofónico espalhadas por todo o país. Foi nas rádios locais que nasceram para a profissão vários jornalistas que mais tarde integrariam as redacções das principais emissoras nacionais.
As emissoras locais utilizaram a informação como um argumento importante para se afirmarem no cenário da radiodifusão portuguesa. Aliás, por várias vezes a prática de um jornalismo de proximidade foi o argumento invocado para pressionar o governo no sentido de obter a desejada legalização.
As rádios piratas seguiram, desde o início, a ideia de que teriam de oferecer serviços de informação local sobre as comunidades onde se inseriam. Mas, apesar da boa vontade, a verdade é que a maior parte das rádios locais portuguesas no período da clandestinidade não apresentava as condições mínimas para o exercício do jornalismo. Poucos são os exemplos de emissoras que colocavam regularmente no ar noticiários. Não o faziam, normalmente, devido à falta de recursos humanos.
Em 1987, das 126 rádios locais referenciadas no estudo do jornal Expresso, 20 não tinham redacção, 59 possuíam, mas não eram compostas por jornalistas profissionais e só 47 redacções de emissoras locais eram coordenadas por jornalistas.
Um dos sectores da informação que mais sobressaiu com o aparecimento das rádios locais foi o desporto local. Foi notório o investimento nesta área, pois tratava-se de um campo pelo qual dificilmente as emissoras nacionais se interessariam. Muitas estações locais passaram a cobrir com regularidade os acontecimentos desportivos da sua área.
De principal argumento quando foi preciso obter a legalização, a informação nas rádios locais portuguesas passou para um plano secundário e nalguns casos (infelizmente não tão raros) deixou pura e simplesmente de existir.
quinta-feira, setembro 03, 2009
O prontuário sonoro da RDP
É sem dúvida uma ideia que merece o meu aplauso: a RDP está a aplicar um Prontuário Sonoro.
A iniciativa, que de momento é acessível apenas aos jornalistas da RDP através da intranet, partiu do fundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, José Mário Costa e está a ser colocada em prática por João Alferes Gonçalves e Eduardo Oliveira e Silva. Adelino Gomes, provedor do Ouvinte, dedicará o programa de amanhã Em Nome do Ouvinte ao tema.
Trata-se, efectivamente, de uma excelente ideia que permitirá, espera-se, uniformizar a forma como se pronunciam determinadas palavras na rádio pública.
De facto, há algo que me tem feito alguma confusão na rádio portuguesa: são raros os documentos contendo regras internas como estatutos editoriais, livros de estilo, formas próprias de construção das notícias, entre outros. Também por isso, este Prontuário é muito bem vindo.
A iniciativa, que de momento é acessível apenas aos jornalistas da RDP através da intranet, partiu do fundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, José Mário Costa e está a ser colocada em prática por João Alferes Gonçalves e Eduardo Oliveira e Silva. Adelino Gomes, provedor do Ouvinte, dedicará o programa de amanhã Em Nome do Ouvinte ao tema.
Trata-se, efectivamente, de uma excelente ideia que permitirá, espera-se, uniformizar a forma como se pronunciam determinadas palavras na rádio pública.
De facto, há algo que me tem feito alguma confusão na rádio portuguesa: são raros os documentos contendo regras internas como estatutos editoriais, livros de estilo, formas próprias de construção das notícias, entre outros. Também por isso, este Prontuário é muito bem vindo.
quarta-feira, setembro 02, 2009
Rádio Futura
A Rádio Futura é uma iniciativa que a Rádio Zero levará a cabo entre 14 e 17 de Outubro no Festival Future Places, no Porto.
Lê-se no site da iniciativa:
O estilo de rádio criativo, independente e aberto tem maioritariamente estado ausente de Portugal desde a explosão das rádios piratas nos anos 80. A Radio Futura não é no entanto um exercício de revivalismo, mas quer antes mostrar essa rádio ausente, um meio a ser explorado e usado para fins artísticos e culturais, um instrumento de proximidade e aproximação.
Para isso, os organizadores aceitaram propostas de programas de rádio que deverão ser emitidos durante a iniciativa através do stream da Rádio Zero e, eventualmente, de uma frequência temporária em FM.
Lê-se no site da iniciativa:
O estilo de rádio criativo, independente e aberto tem maioritariamente estado ausente de Portugal desde a explosão das rádios piratas nos anos 80. A Radio Futura não é no entanto um exercício de revivalismo, mas quer antes mostrar essa rádio ausente, um meio a ser explorado e usado para fins artísticos e culturais, um instrumento de proximidade e aproximação.
Para isso, os organizadores aceitaram propostas de programas de rádio que deverão ser emitidos durante a iniciativa através do stream da Rádio Zero e, eventualmente, de uma frequência temporária em FM.
terça-feira, setembro 01, 2009
A gripe A e a II guerra mundial
Duas boas iniciativas da rádio de hoje:
A Conferência Internacional «Gripe A: Informar para Agir» que a TSF promove em conjunto com a Direcção Geral de Saúde. Emissão de "serviço público" como Manuel Vilas-Boas fez questão de iniciar a sua intervenção no noticiário das 10 da manhã.
E o destaque que a Renascença está a dar à efeméride que assinala os 70 anos do início da II Guerra Mundial. No site da emissora católica estão dois trabalhos ( texto e em vídeo) que interessa ver e que pretendem lançar um olhar sobre a rádio naquele conflito.
A Conferência Internacional «Gripe A: Informar para Agir» que a TSF promove em conjunto com a Direcção Geral de Saúde. Emissão de "serviço público" como Manuel Vilas-Boas fez questão de iniciar a sua intervenção no noticiário das 10 da manhã.
E o destaque que a Renascença está a dar à efeméride que assinala os 70 anos do início da II Guerra Mundial. No site da emissora católica estão dois trabalhos ( texto e em vídeo) que interessa ver e que pretendem lançar um olhar sobre a rádio naquele conflito.
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