Dois trabalhos para ouvir (e ver) no site da Renascença que perspectivam como vai ser 2007. Aqui e aqui.
E como foi 2006 no site da Cadena Ser. Resumen del Año
Um Bom Ano para todos.
sexta-feira, dezembro 29, 2006
sábado, dezembro 23, 2006
terça-feira, dezembro 19, 2006
Rádio grafias
Ora aqui está uma iniciativa interessante. António Silva, autor do blogue "A Minha Rádio" está a promover um concurso no qual pede aos cibernautas que lhe enviem material relacionado com a rádio. Há até um júri e prémios para os melhores.
Lê-se no regulamento do concurso:
Os artigos podem ser textos, imagens, vídeos e áudio, podendo estes últimos ser documentos sonoros ou trabalhos para disponibilização em podcasting.
Podem ser trabalhos de investigação, opinião ou fantasia, sobre a rádio em qualquer das suas vertentes e poderão enquadrar-se em qualquer das áreas do site.
Lê-se no regulamento do concurso:
Os artigos podem ser textos, imagens, vídeos e áudio, podendo estes últimos ser documentos sonoros ou trabalhos para disponibilização em podcasting.
Podem ser trabalhos de investigação, opinião ou fantasia, sobre a rádio em qualquer das suas vertentes e poderão enquadrar-se em qualquer das áreas do site.
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Outros tempos ...
Chegou-me às mãos (Obrigado Sarah) uma das edições do dia 2 de Maio de 1945 do britânico Daily Mail. O jornal fala da morte de Hitler e o que salta à vista são as frequentes referências à forma como a rádio deu a conhecer ao mundo aquele facto, demonstrando que se tratava, na época, do principal meio de comunicação de massas.
Num artigo intitulado "Wagnerian concert of Death - 90 minutes of radio suspense" é feito o relato de como a rádio alemã deu a notícia ao Mundo.
"While the world waited in suspense, the solemn music of Wagner rolled out from the last stations of the Reich". A Rádio alemã esteve das 21 às 22h25 a adiar a notícia, lê-se no Daily Mail. Entre os frequentes avisos, "Achtung, achtung !", a rádio ia passando Wagner.
Depois noticiou: "(...) our Führer has fallen this afternoon in his command post in the Reich Chancellery fighting to his last breath against Bolshevism".
Num artigo intitulado "Wagnerian concert of Death - 90 minutes of radio suspense" é feito o relato de como a rádio alemã deu a notícia ao Mundo.
"While the world waited in suspense, the solemn music of Wagner rolled out from the last stations of the Reich". A Rádio alemã esteve das 21 às 22h25 a adiar a notícia, lê-se no Daily Mail. Entre os frequentes avisos, "Achtung, achtung !", a rádio ia passando Wagner.
Depois noticiou: "(...) our Führer has fallen this afternoon in his command post in the Reich Chancellery fighting to his last breath against Bolshevism".
segunda-feira, dezembro 11, 2006
Que papel para a rádio informativa ?
A opinião é unânime: "É na televisão que as pessoas têm o seu primeiro contacto com a informação, porque lêem poucos jornais". A conclusão é dos próprios directores da área informativa da RTP e da SIC.
Se é assim, que papel cabe à rádio informativa, tendo em conta que:
“La rádio será, pues, la primeira en suministrar la «primera notícia» de un acontecimento y ésta es una de las principales características del periodismo radiofónico” (Prado, 1985: 23).
“Rádio news is everywhere – in the car, at home, in offices, on the street, in restaurants and stores – everywhere” (Bartlett, 1995:30).
Conceitos de rádio desactualizados ?
Se é assim, que papel cabe à rádio informativa, tendo em conta que:
“La rádio será, pues, la primeira en suministrar la «primera notícia» de un acontecimento y ésta es una de las principales características del periodismo radiofónico” (Prado, 1985: 23).
“Rádio news is everywhere – in the car, at home, in offices, on the street, in restaurants and stores – everywhere” (Bartlett, 1995:30).
Conceitos de rádio desactualizados ?
quinta-feira, dezembro 07, 2006
Mais sobre o novo RCP
A conta gotas vamos conhecendo mais alguns pormenores acerca do projecto do novo Rádio Clube.
No programa Clube de Jornalistas, Luís Osório, director da estação, para além de ter adiantado o nome do pivot das manhãs informativas, João Adelino Faria, que será também director-adjunto, anunciou que já foi contratado outro jornalista para as noites, que Osório pretende que sejam "um espaço nobre e de culto na rádio em Portugal".
Outra informação que me parece relevante é o facto do Rádio Clube passar a desdobrar as suas emissões em programas locais a emitir, entre as 12 e as 17h, em cada uma das emissoras locais pertencentes ao RCP.
De acordo com o jornal Público, as manhãs informativas do Rádio Clube vão estender-se até às 12h, quando o mais comum é terminarem depois do noticiário das 10h.
Julgo, contudo, que o mais importante é verificar o que o Rádio Clube fará na prática com tantas ideias e em relação a um aspecto em particular: as potencialidades do meio Rádio para marcar a agenda do dia.
Ribeiro Cardoso, o pivot deste programa do Clube de Jornalistas, introduziu o tema: As rádios abrem noticiários com as manchetes dos jornais. Osório concordou: "A rádio deixou de ter notícias próprias. A agenda da rádio é a agenda das agendas".
É injusto generalizar, mas em boa parte isso sucede e, por isso, a verdadeira pedrada no charco na informação radiofónica em Portugal, julgo, deverá passar por inverter esse cenário.
No programa Clube de Jornalistas, Luís Osório, director da estação, para além de ter adiantado o nome do pivot das manhãs informativas, João Adelino Faria, que será também director-adjunto, anunciou que já foi contratado outro jornalista para as noites, que Osório pretende que sejam "um espaço nobre e de culto na rádio em Portugal".
Outra informação que me parece relevante é o facto do Rádio Clube passar a desdobrar as suas emissões em programas locais a emitir, entre as 12 e as 17h, em cada uma das emissoras locais pertencentes ao RCP.
De acordo com o jornal Público, as manhãs informativas do Rádio Clube vão estender-se até às 12h, quando o mais comum é terminarem depois do noticiário das 10h.
Julgo, contudo, que o mais importante é verificar o que o Rádio Clube fará na prática com tantas ideias e em relação a um aspecto em particular: as potencialidades do meio Rádio para marcar a agenda do dia.
Ribeiro Cardoso, o pivot deste programa do Clube de Jornalistas, introduziu o tema: As rádios abrem noticiários com as manchetes dos jornais. Osório concordou: "A rádio deixou de ter notícias próprias. A agenda da rádio é a agenda das agendas".
É injusto generalizar, mas em boa parte isso sucede e, por isso, a verdadeira pedrada no charco na informação radiofónica em Portugal, julgo, deverá passar por inverter esse cenário.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
João Adelino Faria no RCP
A informação está no site do Clube de Jornalistas. A tal figura de referência do jornalismo português a contratar para as manhãs do Rádio Clube é João Adelino Faria.
O programa do Clube de Jornalistas de hoje é dedicado à importância da informação na rádio. Foi na gravação do programa que Luís Osório revelou que JAF seria o pivot das manhãs do Rádio Clube. O programa começa, mais ou menos, às 23h30.
O programa do Clube de Jornalistas de hoje é dedicado à importância da informação na rádio. Foi na gravação do programa que Luís Osório revelou que JAF seria o pivot das manhãs do Rádio Clube. O programa começa, mais ou menos, às 23h30.
Leituras
Duas comunicações sobre podcasting apresentadas no III Congresso Online do Observatorio para la Cibersociedad que terminou no passado dia 3 de Dezembro.
Podcasting: origem, tendências e influência em uma comunicação mais livre da autoria de José António Gelado, considerado o primeiro podcaster espanhol.
Podcasting:uma nova forma de transmitir a informação da autoria de Joan Frígola Reig.
Podcasting: origem, tendências e influência em uma comunicação mais livre da autoria de José António Gelado, considerado o primeiro podcaster espanhol.
Podcasting:uma nova forma de transmitir a informação da autoria de Joan Frígola Reig.
terça-feira, dezembro 05, 2006
RTP cria conteúdos para cegos
É uma iniciativa que se saúda. O site da RTP passou a incluir uma versão áudio de alguns dos seus conteúdos para pessoas com necessidades especiais.
A notícia vem na newsletter do Meios e Publicidade:
De acordo com as informações avançadas pelo operador de serviço público, o serviço ontem estreado, e que não requer qualquer tipo de instalação, “consiste na vocalização dos conteúdos apresentados no normal formato de texto, referindo-se portanto a notícias, programações de televisão e rádio e outros conteúdos“.
Os conteúdos estão aqui.
A notícia vem na newsletter do Meios e Publicidade:
De acordo com as informações avançadas pelo operador de serviço público, o serviço ontem estreado, e que não requer qualquer tipo de instalação, “consiste na vocalização dos conteúdos apresentados no normal formato de texto, referindo-se portanto a notícias, programações de televisão e rádio e outros conteúdos“.
Os conteúdos estão aqui.
domingo, dezembro 03, 2006
O primeiro ano
Assinalo hoje o primeiro ano de vida deste blogue. Agradeço a todos os que por aqui têm passado.
sábado, dezembro 02, 2006
A Renascença, o aborto e o jornalismo
Seria de esperar que um tema como o referendo ao aborto suscitasse uma série de debates paralelos relativamente à matéria principal. E um desses debates será (e já está a ser) a forma como os media fazem a sua cobertura noticiosa.
A Rádio Renascença optou por assumir publicamente a sua posição que é próxima à da Igreja Católica, o que naturalmente (digo eu) não surpreende. A posição tomada numa nota que está disponível no site da emissora suscitou algumas reacções que julgo poderem dividir-se em duas visões:
A primeira tem a ver com o tornar claro aos olhos da opinião pública as mensagens difundidas, neste caso, pela Rádio Renascença. Ou seja, se a emissora assume uma determinada posição numa questão, então as mensagens por ela difundidas passam a ser melhor percepcionadas pelos ouvintes em face desse posicionamento. E quem não gosta muda de canal.
A segunda tem mais a ver com a preservação de um conjunto de valores (alguns deles considerados sagrados) da classe jornalística. Quer isto significar que os meios de comunicação social existem para informar e não para tomar posições acerca das matérias.
A Renascença quer estar nos dois lados da questão. Ou seja, por um lado assume-se como defensora do Não, mas por outro refere que Nos seus espaços informativos, a Renascença actuará com a objectividade própria dos meios de comunicação social. Saberá, por isso, ouvindo as diversas partes, distinguir factos e propaganda; notícia e opinião.
Será isto possível?
A cobertura que a RR tem feito ao acontecimento em termos informativos sugere-me três tendências:
1 – o tratamento seguindo uma perspectiva religiosa do tema divulgando com frequência a posição da Igreja Católica. Dois exemplos:
Primeiro , Segundo .
2- reforço da perspectiva do Não, por exemplo no dia da aprovação da proposta de referendo no parlamento, no noticiário das 18h ouviram-se declarações de deputados do PS que votaram contra e de seguida a RR deu conta de uma nota de D. José Policarpo;
3- posição favorável ao Não manifestada, em espaços de opinião, por jornalistas com responsabilidades editoriais. Por exemplo a opinião da editora de política, Angela Silva.
Deve-se, contudo, fazer notar que a cobertura noticiosa que a Renascença fez no passado dia 29 durante o noticiário das 20h, em que acompanhou a comunicação do Presidente da República, em nada ficou a dever à da TSF e Antena 1. Directo da comunicação de Cavaco Silva e depois uma ronda pelas principais reacções, do Sim ao Não e da esquerda à direita.
Para acompanhar esta matéria aqui, aqui e aqui .
A Rádio Renascença optou por assumir publicamente a sua posição que é próxima à da Igreja Católica, o que naturalmente (digo eu) não surpreende. A posição tomada numa nota que está disponível no site da emissora suscitou algumas reacções que julgo poderem dividir-se em duas visões:
A primeira tem a ver com o tornar claro aos olhos da opinião pública as mensagens difundidas, neste caso, pela Rádio Renascença. Ou seja, se a emissora assume uma determinada posição numa questão, então as mensagens por ela difundidas passam a ser melhor percepcionadas pelos ouvintes em face desse posicionamento. E quem não gosta muda de canal.
A segunda tem mais a ver com a preservação de um conjunto de valores (alguns deles considerados sagrados) da classe jornalística. Quer isto significar que os meios de comunicação social existem para informar e não para tomar posições acerca das matérias.
A Renascença quer estar nos dois lados da questão. Ou seja, por um lado assume-se como defensora do Não, mas por outro refere que Nos seus espaços informativos, a Renascença actuará com a objectividade própria dos meios de comunicação social. Saberá, por isso, ouvindo as diversas partes, distinguir factos e propaganda; notícia e opinião.
Será isto possível?
A cobertura que a RR tem feito ao acontecimento em termos informativos sugere-me três tendências:
1 – o tratamento seguindo uma perspectiva religiosa do tema divulgando com frequência a posição da Igreja Católica. Dois exemplos:
Primeiro , Segundo .
2- reforço da perspectiva do Não, por exemplo no dia da aprovação da proposta de referendo no parlamento, no noticiário das 18h ouviram-se declarações de deputados do PS que votaram contra e de seguida a RR deu conta de uma nota de D. José Policarpo;
3- posição favorável ao Não manifestada, em espaços de opinião, por jornalistas com responsabilidades editoriais. Por exemplo a opinião da editora de política, Angela Silva.
Deve-se, contudo, fazer notar que a cobertura noticiosa que a Renascença fez no passado dia 29 durante o noticiário das 20h, em que acompanhou a comunicação do Presidente da República, em nada ficou a dever à da TSF e Antena 1. Directo da comunicação de Cavaco Silva e depois uma ronda pelas principais reacções, do Sim ao Não e da esquerda à direita.
Para acompanhar esta matéria aqui, aqui e aqui .
domingo, novembro 26, 2006
Jornalistas portugueses no podcasting
Para além de Sena Santos, há mais jornalistas no universo do podcasting nacional. Paulo Nuno Vicente e Rita Colaço, jornalistas da Antena 1, editam desde o início do mês o Pó de FM
Escrevem os autores na apresentação do podcast:
"(...)o que fica no ouvido depois de assentar o pó das notícias. Podcast dos jornalistas da Antena 1, Paulo Nuno Vicente e Rita Colaço. A rádio que vive na margem dos dias".
Quem conhece mais podcasts criados por jornalistas portugueses ?
Escrevem os autores na apresentação do podcast:
"(...)o que fica no ouvido depois de assentar o pó das notícias. Podcast dos jornalistas da Antena 1, Paulo Nuno Vicente e Rita Colaço. A rádio que vive na margem dos dias".
Quem conhece mais podcasts criados por jornalistas portugueses ?
quarta-feira, novembro 22, 2006
Rádio Clube comemora 75 anos
O Rádio Clube Português completa hoje 75 anos de vida. A emissora está a realizar uma longa emissão comemorativa da data.
Numa primeira audição, nas primeiras horas da manhã, retive as seguintes notas divulgadas pelo director da estação, Luís Osório sobre o novo formato do Rádio Clube que estará no ar, segundo Osório, a partir de Janeiro.
O director começou por reforçar a ideia de que o Rádio Clube será uma rádio "generalista, mas com muita informação". A estação terá a partir do início do próximo ano, "um grande programa da manhã" que Osório classificou como sendo "um programa jornalístico, com debate e polémica".
No decorrer do programa comemorativo dos 75 anos de vida do RCP, o director da estação não quis, contudo, avançar com o nome de quem vai ser o coordenador das manhãs da estação. "Será uma figura de referência no jornalismo".
Luís Osório manifestou ainda a intenção de fazer uma rádio que crie a sua própria agenda, afastada da agenda mediática que propõe sistematicamente os mesmos temas.
A emissão comemorativa inclui uma série de depoimentos de personalidades nacionais, como Cavaco Silva ou Jorge Sampaio e entrevistas a antigos profissionais da estação. Recupera sons históricos que, só por essa razão, vale a pena sintonizar a estação durante o dia de hoje.
O Público e o DN publicam hoje textos sobre os 75 anos do Rádio Clube.
Incontornável é também a leitura do livro de Rogério Santos, "As Vozes da Rádio", onde o autor aborda os pioneiros da radiodifusão portuguesa. A obra possui um interessante capítulo sobre o Rádio Clube Português.
Numa primeira audição, nas primeiras horas da manhã, retive as seguintes notas divulgadas pelo director da estação, Luís Osório sobre o novo formato do Rádio Clube que estará no ar, segundo Osório, a partir de Janeiro.
O director começou por reforçar a ideia de que o Rádio Clube será uma rádio "generalista, mas com muita informação". A estação terá a partir do início do próximo ano, "um grande programa da manhã" que Osório classificou como sendo "um programa jornalístico, com debate e polémica".
No decorrer do programa comemorativo dos 75 anos de vida do RCP, o director da estação não quis, contudo, avançar com o nome de quem vai ser o coordenador das manhãs da estação. "Será uma figura de referência no jornalismo".
Luís Osório manifestou ainda a intenção de fazer uma rádio que crie a sua própria agenda, afastada da agenda mediática que propõe sistematicamente os mesmos temas.
A emissão comemorativa inclui uma série de depoimentos de personalidades nacionais, como Cavaco Silva ou Jorge Sampaio e entrevistas a antigos profissionais da estação. Recupera sons históricos que, só por essa razão, vale a pena sintonizar a estação durante o dia de hoje.
O Público e o DN publicam hoje textos sobre os 75 anos do Rádio Clube.
Incontornável é também a leitura do livro de Rogério Santos, "As Vozes da Rádio", onde o autor aborda os pioneiros da radiodifusão portuguesa. A obra possui um interessante capítulo sobre o Rádio Clube Português.
sábado, novembro 18, 2006
Colóquio do IREN
Paula Cordeiro faz um resumo do que se discutiu no último colóquio do Internacional Radio Research Network (IREN) que se realizou em Bruxelas entre os dias 8 e 10 de Novembro.
quarta-feira, novembro 15, 2006
Seminário de Jornalismo e actos de democracia
Decorreu no início da semana o II seminário Internacional de Jornalismo e Actos de Democracia, promovido pelo Centro de Investigação Media e Jornalismo.
Das inúmeras comunicações ali apresentadas retiro a conclusão (talvez arriscada dada a diversidade de perspectivas ali postas a discussão) de um aligeiramento do tratamento jornalístico de actos de democracia como campanhas eleitorais, congressos partidários ou fins de mandato, próximo do registo do entretenimento, enfatizando o espectáculo e a dramatização do discurso.
Os campos da mediatização da política ali analisados situaram-se sobretudo na imprensa e na televisão. A rádio, de que se fala neste blogue, foi pouco abordada. Eu apresentei uma comunicação com o título Os sons da campanha presidencial de 2006 – Uma análise ao discurso jornalístico da cobertura radiofónica cujas ideias principais colocarei num dos próximos posts.
Sugiro ainda a leitura do artigo de Mágda Rodrigues Cunha intitulado Campanhas políticas e tecnologias digitais publicado na revista Comunicação e Cultura nº2 da Universidade Católica e que foi apresentada numa das sessões do seminário. A autora refere-se com frequência ao papel da rádio na comunicação política.
Dada a escassez de rádio no encontro, o blogueiro fica-se por aqui, mas sugere o blogue Indústrias Culturais, no qual Rogério Santos (que apresentou uma excelente comunicação sobre a cobertura de congressos partidários) disponibiliza uma série de vídeos sobre o seminário.
Das inúmeras comunicações ali apresentadas retiro a conclusão (talvez arriscada dada a diversidade de perspectivas ali postas a discussão) de um aligeiramento do tratamento jornalístico de actos de democracia como campanhas eleitorais, congressos partidários ou fins de mandato, próximo do registo do entretenimento, enfatizando o espectáculo e a dramatização do discurso.
Os campos da mediatização da política ali analisados situaram-se sobretudo na imprensa e na televisão. A rádio, de que se fala neste blogue, foi pouco abordada. Eu apresentei uma comunicação com o título Os sons da campanha presidencial de 2006 – Uma análise ao discurso jornalístico da cobertura radiofónica cujas ideias principais colocarei num dos próximos posts.
Sugiro ainda a leitura do artigo de Mágda Rodrigues Cunha intitulado Campanhas políticas e tecnologias digitais publicado na revista Comunicação e Cultura nº2 da Universidade Católica e que foi apresentada numa das sessões do seminário. A autora refere-se com frequência ao papel da rádio na comunicação política.
Dada a escassez de rádio no encontro, o blogueiro fica-se por aqui, mas sugere o blogue Indústrias Culturais, no qual Rogério Santos (que apresentou uma excelente comunicação sobre a cobertura de congressos partidários) disponibiliza uma série de vídeos sobre o seminário.
sexta-feira, novembro 10, 2006
Mega FM Sintra já emite
Segundo o Meios e Publicidade, a Mega FM Sintra já iniciou as suas emissões. A rádio pode ser ouvida em 88.0.
Lê-se na notícia:
De acordo com o grupo, esta emissora conta com “200 mil potenciais jovens ouvintes”, sendo que a emissão da Mega FM Sintra vai ter “uma importante componente local, focando o património, a vida, os locais e os ambientes” da região.
Lê-se na notícia:
De acordo com o grupo, esta emissora conta com “200 mil potenciais jovens ouvintes”, sendo que a emissão da Mega FM Sintra vai ter “uma importante componente local, focando o património, a vida, os locais e os ambientes” da região.
domingo, novembro 05, 2006
NPR de novo com provedor
A National Public Radio tem um novo provedor. Chama-se Bill Marimow e vai ocupar a vaga deixada por Jeffrey Dvorkin, o anterior ombudsman da rádio pública norte-americana que terminou funções em Junho depois de as ter desempenhado durante seis anos.
Bill Marimow é um ex-jornalista e resume assim o seu perfil para o desempenho das funções:
What qualifies me to be NPR's ombudsman? I've been a reporter and editor for 37 years, most of the time toiling in the newsroom trenches of The Philadelphia Inquirer, The Baltimore Sun and NPR. I've covered business and economics, labor, City Council and the mayor in Philadelphia, federal courts, state courts and the FBI. While covering those beats, I also produced a stream of investigative stories, designed to shine the bright spotlight of a news organization on issues of public importance and to inspire public officials to do the right thing..
Bill Marimow é um ex-jornalista e resume assim o seu perfil para o desempenho das funções:
What qualifies me to be NPR's ombudsman? I've been a reporter and editor for 37 years, most of the time toiling in the newsroom trenches of The Philadelphia Inquirer, The Baltimore Sun and NPR. I've covered business and economics, labor, City Council and the mayor in Philadelphia, federal courts, state courts and the FBI. While covering those beats, I also produced a stream of investigative stories, designed to shine the bright spotlight of a news organization on issues of public importance and to inspire public officials to do the right thing..
sábado, novembro 04, 2006
O ensino do jornalismo visto pelos estudantes
O ensino do jornalismo e o acesso à profissão são temas recorrentes e que têm estado na agenda de professores, estudantes e jornalistas. No início, a questão centralizava-se em saber qual a melhor formação para os jornalistas: A tarimba ? ou a formação superior ? Agora questionam-se sobretudo duas coisas: que cursos superiores de jornalismo? e que oferta de emprego para as centenas de jovens que anualmente ingressam nos cerca de 30 cursos existentes em Portugal ?
Perto de uma centena de estudantes de jornalismo e comunicação estão reunidos em Leiria para discutir estas e outras questões relacionadas com a sua formação e futuro profissional.
No painel “O ensino da comunicação em Portugal: Que cursos? Que profissionais? Que futuro?”, no qual participei, retive as seguintes notas que emergiram do profícuo debate ali produzido.
Os alunos de jornalismo e comunicação manifestaram a sua preocupação com a aplicação do processo de Bolonha que inevitavelmente trará consequências para a sua formação. Questionaram, sobretudo, se o sistema que os co-responsabilizará no desenho do seu currículo formativo é o mais adequado. Fará sentido que o aluno tenha uma formação geral principal na área da comunicação e outra, de menor relevância, noutra área científica oferecida pela instituição de ensino? Questionou uma estudante da Universidade do Algarve.
Das várias questões levantadas pelos estudantes destaco estas:
Qual a importância de possuir um curso superior de comunicação para o exercício do jornalismo? Qual a razão para a desadequação dos cursos face à realidade, tendo em conta o grande peso da teoria quando comparada com a prática? E por fim, qual a área da comunicação com mais oferta de emprego?
Mas a principal inquietação dos estudantes teve a ver com os estágios, nomeadamente a forma como os alunos são recebidos nas redacções ou gabinetes de comunicação, o aproveitamento que é feito do “trabalho gratuito” e a falta de formação dos jornalistas ou profissionais da comunicação para acolher e perceber a especificidade de um estágio curricular. Foi até proposta a criação de um ranking público de empresas como forma de clarificar quais os melhores e os piores locais de estágio.
O encontro decorre até domingo na Escola Superior de Educação de Leiria.
Perto de uma centena de estudantes de jornalismo e comunicação estão reunidos em Leiria para discutir estas e outras questões relacionadas com a sua formação e futuro profissional.
No painel “O ensino da comunicação em Portugal: Que cursos? Que profissionais? Que futuro?”, no qual participei, retive as seguintes notas que emergiram do profícuo debate ali produzido.
Os alunos de jornalismo e comunicação manifestaram a sua preocupação com a aplicação do processo de Bolonha que inevitavelmente trará consequências para a sua formação. Questionaram, sobretudo, se o sistema que os co-responsabilizará no desenho do seu currículo formativo é o mais adequado. Fará sentido que o aluno tenha uma formação geral principal na área da comunicação e outra, de menor relevância, noutra área científica oferecida pela instituição de ensino? Questionou uma estudante da Universidade do Algarve.
Das várias questões levantadas pelos estudantes destaco estas:
Qual a importância de possuir um curso superior de comunicação para o exercício do jornalismo? Qual a razão para a desadequação dos cursos face à realidade, tendo em conta o grande peso da teoria quando comparada com a prática? E por fim, qual a área da comunicação com mais oferta de emprego?
Mas a principal inquietação dos estudantes teve a ver com os estágios, nomeadamente a forma como os alunos são recebidos nas redacções ou gabinetes de comunicação, o aproveitamento que é feito do “trabalho gratuito” e a falta de formação dos jornalistas ou profissionais da comunicação para acolher e perceber a especificidade de um estágio curricular. Foi até proposta a criação de um ranking público de empresas como forma de clarificar quais os melhores e os piores locais de estágio.
O encontro decorre até domingo na Escola Superior de Educação de Leiria.
sexta-feira, novembro 03, 2006
Sena Santos
Aqui há semanas Eduardo Prado Coelho escrevia no Público como considerava importante o regresso de Sena Santos à rádio. "A uma qualquer rádio", escreveu Prado Coelho.
Sena Santos regressou, anunciou o blogue Chão de Papel. Regressou a uma qualquer "rádio". À nova rádio (será ?) Sena Santos pode ser ouvido em podcast.
Assim vai o Mundo são crónicas nas quais Sena Santos nos diz a actualidade num estilo inconfundível. A não perder.
Sena Santos regressou, anunciou o blogue Chão de Papel. Regressou a uma qualquer "rádio". À nova rádio (será ?) Sena Santos pode ser ouvido em podcast.
Assim vai o Mundo são crónicas nas quais Sena Santos nos diz a actualidade num estilo inconfundível. A não perder.
quinta-feira, novembro 02, 2006
Mais ouvintes para a rádio ...
Continuam os altos e baixos dos números da rádio portuguesa. A Marktest anuncia que entre Julho e Setembro de 2006, a rádio ganhou 13 mil ouvintes em relação ao período homólogo de 2005.
Entre as mais ouvidas não há grandes novidades: o grupo Renascença assume-se como o líder com a RFM e o Canal 1 nos dois primeiros lugares.
O Público e o Meios e Publicidade têm os detalhes.
Entre as mais ouvidas não há grandes novidades: o grupo Renascença assume-se como o líder com a RFM e o Canal 1 nos dois primeiros lugares.
O Público e o Meios e Publicidade têm os detalhes.
domingo, outubro 29, 2006
Como no Cinema
A série de programas "Como no Cinema" de autoria do Francisco Mateus está agora disponível em podcast.
Anuncia assim o autor:
Está disponível em formato podcast, para audição e download desde a passada sexta-feira, a primeira emissão de grande parte da série de programas «Como no Cinema» que realizei na TSF nos anos 2000 e 2001. A série «Como no Cinema» teve 57 edições temáticas, e entendi disponibilizar – à razão de uma por semana – um conjunto de 39 por serem emissões completamente intemporais, com excepção de uma ou outra.
Vale a pena passar por lá.
Anuncia assim o autor:
Está disponível em formato podcast, para audição e download desde a passada sexta-feira, a primeira emissão de grande parte da série de programas «Como no Cinema» que realizei na TSF nos anos 2000 e 2001. A série «Como no Cinema» teve 57 edições temáticas, e entendi disponibilizar – à razão de uma por semana – um conjunto de 39 por serem emissões completamente intemporais, com excepção de uma ou outra.
Vale a pena passar por lá.
sábado, outubro 28, 2006
sexta-feira, outubro 27, 2006
quinta-feira, outubro 26, 2006
Podcomer nomeado para BOB
O blogue do podcast Podcomer de Andréia Alonso está entre os nomeados para o Best of the Blogs Awards promovido anualmente pela rádio Deutche Welle. A notícia vem hoje no Público.
O blogue serve de suporte ao Podcast que foi um dos primeiros a aparecer no cenário português e até à data, o único de culinária. Andréia Alonso esteve num encontro de podcasting realizado na Escola Superior de Educação de Portalegre. Parte da sua intevenção pode ser ouvida aqui.
Para além deste blogue, está também nomeado o Diário de um Quiosque de Pedro Silva.
Os resultados serão divulgados no dia 11 de Novembro, mas desde já os parabéns para ambos os autores.
O blogue serve de suporte ao Podcast que foi um dos primeiros a aparecer no cenário português e até à data, o único de culinária. Andréia Alonso esteve num encontro de podcasting realizado na Escola Superior de Educação de Portalegre. Parte da sua intevenção pode ser ouvida aqui.
Para além deste blogue, está também nomeado o Diário de um Quiosque de Pedro Silva.
Os resultados serão divulgados no dia 11 de Novembro, mas desde já os parabéns para ambos os autores.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Leituras
O artigo sobre podcasts na educação que resulta da comunicação apresentada por Adelina Moura e Ana Amélia Carvalho no 3º Encontro de Weblogs que recentemente decorreu no Porto. O texto está publicado na revista Prisma.com e tem por título: Podcast: Potencialidades na Educação.
O artigo que Paula Cordeiro assina na revista Media XXI. O texto não está online, mas a autora colocou-o no blogue Netfm. O artigo faz referência ao surgimento da rádio Quimica FM.
O artigo do Correio da Manhã em que se fala dos provedores da rádio e da televisão pública e das remotas possibilidades do sector privado vir a adoptar ombudsmen num futuro próximo.
Privadas: estações de TV e Rádio descartam cargo
Não aos provedores
O artigo que Paula Cordeiro assina na revista Media XXI. O texto não está online, mas a autora colocou-o no blogue Netfm. O artigo faz referência ao surgimento da rádio Quimica FM.
O artigo do Correio da Manhã em que se fala dos provedores da rádio e da televisão pública e das remotas possibilidades do sector privado vir a adoptar ombudsmen num futuro próximo.
Privadas: estações de TV e Rádio descartam cargo
Não aos provedores
domingo, outubro 15, 2006
Podcasts no Público de hoje
O jornal Público publica hoje um trabalho de Joana Gorjão Henriques sobre os podcasts. Retiro dois excertos que caracterizam o fenómeno nos Estados Unidos e em Portugal:
A Apple não fornece dados sobre os downloads de podcasts, mas a Nielsen, empresa de estudos de mercado, divulgou que 6,6 por cento da população adulta da net nos Estados Unidos (9,2 milhões de utilizadores) descarregou um podcast de áudio e 4 por cento podcast vídeo. Os números equiparam-se aos dos bloggers, refere o estudo - sendo que os podcasts surgiram no final de 2004. "Podemos esperar que aumente a popularidade à medida que os aparelhos portáteis aumentam", disse o analista da Nielsen Michael Lanz.
Em Portugal já começam a crescer: "Há cada vez mais podcasts institucionais", diz Carlos Jorge Andrade, 30 anos, técnico de informática e autor do site Lusocast, um agregador de podcasts em português. Quando abriu o site há um ano, "contavam-se pelos dedos das mãos" mas hoje a sua lista de nacionais chega quase aos 200.
A autora do trabalho convidou-me também a caracterizar o fenómeno: A maior parte é de divulgação de música, dos dotes artísticos de quem os faz. Nem os políticos nem o cidadão que quer afirmar uma posição política chegaram aos podcasts.
A Apple não fornece dados sobre os downloads de podcasts, mas a Nielsen, empresa de estudos de mercado, divulgou que 6,6 por cento da população adulta da net nos Estados Unidos (9,2 milhões de utilizadores) descarregou um podcast de áudio e 4 por cento podcast vídeo. Os números equiparam-se aos dos bloggers, refere o estudo - sendo que os podcasts surgiram no final de 2004. "Podemos esperar que aumente a popularidade à medida que os aparelhos portáteis aumentam", disse o analista da Nielsen Michael Lanz.
Em Portugal já começam a crescer: "Há cada vez mais podcasts institucionais", diz Carlos Jorge Andrade, 30 anos, técnico de informática e autor do site Lusocast, um agregador de podcasts em português. Quando abriu o site há um ano, "contavam-se pelos dedos das mãos" mas hoje a sua lista de nacionais chega quase aos 200.
A autora do trabalho convidou-me também a caracterizar o fenómeno: A maior parte é de divulgação de música, dos dotes artísticos de quem os faz. Nem os políticos nem o cidadão que quer afirmar uma posição política chegaram aos podcasts.
sexta-feira, outubro 13, 2006
Mega Sintra
Interessantes os comentários ao post em que falo da nova Rádio da Renascença, a Mega Sintra. Parece-me interessante sublinhar que ainda há quem queira defender a sua rádio local. Julgava que isso já tinha acabado !!!
De facto também tenho dúvidas acerca do conceito a seguir: a programação da actual Mega com informação local fará mesmo sentido tendo em conta o público a que se destina ?
Para ouvir, em breve...
De facto também tenho dúvidas acerca do conceito a seguir: a programação da actual Mega com informação local fará mesmo sentido tendo em conta o público a que se destina ?
Para ouvir, em breve...
segunda-feira, outubro 09, 2006
Também eu lá estarei a ouvir
Passou-me ao lado durante a leitura rápida dos jornais da manhã, mas o blogue Jornalismo e Comunicação deu a correcta atenção ao artigo desta segunda-feira de Eduardo Prado Coelho, no Público.
Escreve o professor universitário a propósito de Sena Santos:
Passaram já alguns anos, Sena Santos desapareceu de circulação e a verdade é que muitos já nem se lembram dele. (...) Creio que é altura de termos de novo Sena Santos no programa da manhã de uma qualquer rádio - eu lá estarei a ouvir.
Escreve o professor universitário a propósito de Sena Santos:
Passaram já alguns anos, Sena Santos desapareceu de circulação e a verdade é que muitos já nem se lembram dele. (...) Creio que é altura de termos de novo Sena Santos no programa da manhã de uma qualquer rádio - eu lá estarei a ouvir.
sexta-feira, outubro 06, 2006
Act. - Cinco novidades e duas confirmações... e uma nova rádio no ar dentro de três semanas
O final de Setembro e o início de Outubro têm trazido novidades para a rádio portuguesa.
Novidade Um - A renovação da Rádio Renascença com o objectivo de captar novos ouvintes na faixa etária entre os 35 e os 54 anos. Daquilo que já ouvi, noto alterações na programação musical que me parece mais próxima de outras rádios e no excesso de personalização da locução (própria das rádios dirigidas a um público mais jovem). Se é audiências que a RR quer, pode ser que cumpra os objectivos, pois a aposta é num formato padronizado. Esbatem-se as diferenças entre rádios. Cada vez mais.
Novidade Dois - A TSF apresentou a nova grelha de programação. Mais comentário (embora com as vozes de sempre), um novo programa de entrevistas e um outro com o título sugestivo: "Mais cedo ou mais tarde - poderia ser notícia" com apresentação de João Paulo Menezes. Já ouvi e achei interessante. A renovação do discurso é, do meu ponto de vista, sempre positivo. Na verdade JPM leva à antena temas e vozes que nunca seriam notícia. É bom que apareçam.
Já agora João Paulo, o Rádio.com volta ou não volta ?
Novidade Três (ou a confirmação UM) - O Rádio Clube Português vai ser uma rádio de informação. A partir de Janeiro. O projecto, conta o JN, será apresentado no dia 22 de Novembro. O mesmo jornal adianta que já estão a ser contratados jornalistas. Já se esperava. Vamos ver no que dá, mas para quem gosta de informação na rádio, a notícia é positiva.
Novidade Quatro (ou a confirmação Dois) - Sintra perdeu mesmo a sua rádio local. De acordo com o Meios e Publicidade, a Rádio Ocidente “vai ser uma rádio rejuvenescida e inserida no projecto da Mega FM”. O que é que isto quer dizer ?
Act. Quer dizer, segundo o Jornal Público e o Diário Digital, que se trata da Rádio Mega Sintra e que deverá estar no ar dentro de três semanas. Terá uma vertente de informação local virada para o concelho de Sintra.
Novidade Cinco - A Rádio Renascença está a ponderar a criação de um quarto canal destinado a um público sénior.
Novidade Um - A renovação da Rádio Renascença com o objectivo de captar novos ouvintes na faixa etária entre os 35 e os 54 anos. Daquilo que já ouvi, noto alterações na programação musical que me parece mais próxima de outras rádios e no excesso de personalização da locução (própria das rádios dirigidas a um público mais jovem). Se é audiências que a RR quer, pode ser que cumpra os objectivos, pois a aposta é num formato padronizado. Esbatem-se as diferenças entre rádios. Cada vez mais.
Novidade Dois - A TSF apresentou a nova grelha de programação. Mais comentário (embora com as vozes de sempre), um novo programa de entrevistas e um outro com o título sugestivo: "Mais cedo ou mais tarde - poderia ser notícia" com apresentação de João Paulo Menezes. Já ouvi e achei interessante. A renovação do discurso é, do meu ponto de vista, sempre positivo. Na verdade JPM leva à antena temas e vozes que nunca seriam notícia. É bom que apareçam.
Já agora João Paulo, o Rádio.com volta ou não volta ?
Novidade Três (ou a confirmação UM) - O Rádio Clube Português vai ser uma rádio de informação. A partir de Janeiro. O projecto, conta o JN, será apresentado no dia 22 de Novembro. O mesmo jornal adianta que já estão a ser contratados jornalistas. Já se esperava. Vamos ver no que dá, mas para quem gosta de informação na rádio, a notícia é positiva.
Novidade Quatro (ou a confirmação Dois) - Sintra perdeu mesmo a sua rádio local. De acordo com o Meios e Publicidade, a Rádio Ocidente “vai ser uma rádio rejuvenescida e inserida no projecto da Mega FM”. O que é que isto quer dizer ?
Act. Quer dizer, segundo o Jornal Público e o Diário Digital, que se trata da Rádio Mega Sintra e que deverá estar no ar dentro de três semanas. Terá uma vertente de informação local virada para o concelho de Sintra.
Novidade Cinco - A Rádio Renascença está a ponderar a criação de um quarto canal destinado a um público sénior.
segunda-feira, outubro 02, 2006
As rádios piratas na imprensa nacional III
Depois de muita discussão, avanços e recuos, a lei que legaliza a radiodifusão local foi finalmente aprovada. Mas, as emissoras locais não começaram a emitir sem uma nova polémica. É que, enquanto decorresse o concurso público para a atribuição de frequências, as rádios piratas teriam de deixar de emitir. Alegava o governo que a medida servia, essencialmente, para não perturbar o processo de avaliação das candidaturas.
A medida foi recebida com insatisfação pelos responsáveis das rádios que se queixavam dos prejuízos decorrentes de uma pausa, que verdadeiramente, ninguém saberia quanto tempo iria durar. As rádios tiveram mesmo que suspender as emissões no dia 24 de Dezembro de 1988.
O artigo do Diário de Lisboa de Março de 1989 noticia o regresso das rádios locais, agora devidamente enquadradas na lei.
O «presente de Natal» foi o seu encerramento; o «ovo da Páscoa» traz dentro a reabertura. As «ondas» de Lisboa vão ficar mais alegres com o regresso das «Rádios Locais». A «Correio-da-Manhã-Rádio» já está a emitir. Na próxima semana chegarão a TSF e a«Rádiogeste».
Com a legalização das emissoras locais, o país conheceu um cenário radiofónico assimétrico. No litoral faltaram frequências para o número de candidaturas e no interior, emissoras houve que nunca chegaram a emitir por falta de condições. Algumas dessas frequências continuam ainda hoje por ocupar.
quinta-feira, setembro 28, 2006
O provedor do ouvinte no CJ
Algumas ideias do provedor do ouvinte deixadas ontem no programa Clube de Jornalistas.
- 1/4 das queixas recebidas dizem respeito à Antena 1.
- O horário do programa "Em Nome do Ouvinte", que vai para o ar ao Sábado na Antena 1 depois da uma da tarde, não é do agrado de José Nuno Martins.
- José Nuno Martins considerou grave o facto de 5% das queixas recebidas terem a ver com o uso da língua portuguesa
- O Provedor entende que existe na Antena 1 um excesso de desporto e em particular de futebol.
- 13% das queixas recebidas reportam-se às escolhas musicais da RDP.
- A maior parte das queixas recebidas não se referem a questões do foro ético ou deontológico dos jornalistas, mas sim a modelos de programação da rádio pública.
- José Nuno Martins considera que os profissionais de rádio estão pouco habituados à crítica aludindo ao facto de haver mais contribuições académicas e discussão pública sobre a televisão do que sobre a rádio.
- José Nuno Martins considerou, por fim, que a adopção do modelo de dois provedores para a rádio (um para o jornalismo e outro para a programação) não é o adequado e só contribuiria para "defender os interesses corporativos dos jornalsitas".
A propósito deste último ponto, já aqui defendi precisamente o contrário.
- 1/4 das queixas recebidas dizem respeito à Antena 1.
- O horário do programa "Em Nome do Ouvinte", que vai para o ar ao Sábado na Antena 1 depois da uma da tarde, não é do agrado de José Nuno Martins.
- José Nuno Martins considerou grave o facto de 5% das queixas recebidas terem a ver com o uso da língua portuguesa
- O Provedor entende que existe na Antena 1 um excesso de desporto e em particular de futebol.
- 13% das queixas recebidas reportam-se às escolhas musicais da RDP.
- A maior parte das queixas recebidas não se referem a questões do foro ético ou deontológico dos jornalistas, mas sim a modelos de programação da rádio pública.
- José Nuno Martins considera que os profissionais de rádio estão pouco habituados à crítica aludindo ao facto de haver mais contribuições académicas e discussão pública sobre a televisão do que sobre a rádio.
- José Nuno Martins considerou, por fim, que a adopção do modelo de dois provedores para a rádio (um para o jornalismo e outro para a programação) não é o adequado e só contribuiria para "defender os interesses corporativos dos jornalsitas".
A propósito deste último ponto, já aqui defendi precisamente o contrário.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Mais um relato a partir do estúdio ?
Quem ouviu o relato do Spartak de Moscovo- Sporting na TSF ter-se-á apercebido do pouco ritmo, do pouco entusiasmo, da pouca emoção da narração. Os golos foram gritados cinco ou seis segundos depois de acontecerem!!!
Mais um relato via televsão? Se assim foi, gostaria de ter recebido essa informação. Não a ouvi na antena da rádio.
Mais um relato via televsão? Se assim foi, gostaria de ter recebido essa informação. Não a ouvi na antena da rádio.
segunda-feira, setembro 25, 2006
A renovação da Renascença
O Público e o Correio da Manhã publicam hoje notícias que dão conta da renovação da Rádio Renascença.
O Correio da Manhã escreve que:
A nova onda, que estará no ar a partir de amanhã, define-se em poucas palavras: nova sonoridade e mais e melhor Informação, enquadrando-se, por exemplo, neste vector o debate que reunirá Jorge Sampaio, D. José Policarpo e uma terceira figura, ligada ao PSD
No Público (só para assinantes) pode ler-se: A Rádio Renascença estreia hoje uma nova filosofia de sonoridades - como jingles, separadores, genéricos de programas - e algumas pequenas rubricas de humor ao longo do dia, integradas no processo de reestruturação da emissão.
Uma escuta rápida da RR já permitiu ouvir hoje os novos sons da Renascença.
O Correio da Manhã escreve que:
A nova onda, que estará no ar a partir de amanhã, define-se em poucas palavras: nova sonoridade e mais e melhor Informação, enquadrando-se, por exemplo, neste vector o debate que reunirá Jorge Sampaio, D. José Policarpo e uma terceira figura, ligada ao PSD
No Público (só para assinantes) pode ler-se: A Rádio Renascença estreia hoje uma nova filosofia de sonoridades - como jingles, separadores, genéricos de programas - e algumas pequenas rubricas de humor ao longo do dia, integradas no processo de reestruturação da emissão.
Uma escuta rápida da RR já permitiu ouvir hoje os novos sons da Renascença.
Apontamentos sobre o provedor do ouvinte (algumas notas prematuras)
O programa Em nome do Ouvinte do provedor da rádio pública portuguesa vai já na sua terceira edição e, embora reconheça ser prematuro, deixo aqui algumas notas que me parecem constituir-se como uma tendência da acção de José Nuno Martins:
1º O programa está, quanto a mim, bem elaborado: a alternância de vozes (a feminina é excepcional) e a introdução de jingles empresta um ritmo interessante ao espaço radiofónico com pouco mais de 15 minutos.
2º Em cada programa, José Nuno Martins analisa duas queixas (na última edição analisou apenas uma) e fá-lo com o recurso a uma série de instrumentos próprios da figura do provedor.
Expõe o caso, recorrendo à carta ou mail do ouvinte, utilizando para tal um dos colaboradores do programa. Recupera sons que estão na base da queixa, enquadrando os ouvintes no tema em análise. Ouve os responsáveis pela estação visados na queixa, mas julgo que seria importante ouvir também os autores das peças. Por exemplo, no último programa JNM fala da «incauta repórter» e da «inocência que a repórter revelou». Seria interessante saber a opinião da repórter no caso em apreço, até pelo facto de se tratar de um directo.
E por fim, decide, por vezes recorrendo à teoria, como sucedeu no programa inaugural ou à legislação, no caso da edição do último fim-de-semana.
É igualmente frequente, os provedores recorrerem a peritos em determinadas matérias de forma a sustentarem a sua decisão ou a instrumentos do foro deontológico da profissão de jornalista ou do órgão de comunicação social.
3º Interessante é a tentativa que é feita no sentido de passar “de viva voz” no programa a queixa dos ouvintes. Potencia a rádio enquanto meio de comunicação social, mas o risco é grande pois tal prática ainda só foi conseguida no primeiro programa. Nos restantes, José Nuno Martins limitou-se a dizer que não foi possível recolher as ditas declarações. A exposição é maior se se ouvir a voz do que simplesmente escrever uma carta. Os ouvintes “queixosos” percebem isso.
4º Das cinco queixas já analisadas no programa, três dizem respeito ao conteúdo radiofónico (duas jornalísticas e outra de programação), uma às condições técnicas (recepção de sinal) e uma última relacionada com o próprio provedor enquanto profissional de rádio. É uma tendência que me parece ir ao encontro da acção de outros provedores de rádio. A estas acrescento outro tema recorrente noutros ombudsmen: o uso da língua.
5º O Provedor adoptou um sistema misto de acção: Programa radiofónico e resposta aos ouvintes via mail ou correspondência. Acresce ainda a possibilidade que nos dá de ouvir o programa em arquivo ou subscrevê-lo no formato podcast através da página do provedor. Provavelmente ainda é cedo para isso, mas a criação de um blogue seria extremamente interessante. Neste capítulo, José Nuno Martins e o seu gabinete, têm estado a fazer um excelente trabalho. Outros ombudsmen de rádio não nos facultam todas estas formas complementares à versão hertziana.
6º Julgo que, nesta fase embrionária do programa, José Nuno Martins tem conseguido ser um mediador entre os ouvintes e a Rádio, pedagógico e crítico apontando erros e práticas que considera incorrectas nos profissionais da estação, por vezes de forma bastante directa como neste exemplo em que se refere à Antena 2: «E também existem razões de sobra para que alguns ouvintes se manifestem cansados com os tiques de algumas figuras de antena ou com as cliques lisboetas dos amigos repetidamente trazidos às emissões nacionais da Antena 2».
1º O programa está, quanto a mim, bem elaborado: a alternância de vozes (a feminina é excepcional) e a introdução de jingles empresta um ritmo interessante ao espaço radiofónico com pouco mais de 15 minutos.
2º Em cada programa, José Nuno Martins analisa duas queixas (na última edição analisou apenas uma) e fá-lo com o recurso a uma série de instrumentos próprios da figura do provedor.
Expõe o caso, recorrendo à carta ou mail do ouvinte, utilizando para tal um dos colaboradores do programa. Recupera sons que estão na base da queixa, enquadrando os ouvintes no tema em análise. Ouve os responsáveis pela estação visados na queixa, mas julgo que seria importante ouvir também os autores das peças. Por exemplo, no último programa JNM fala da «incauta repórter» e da «inocência que a repórter revelou». Seria interessante saber a opinião da repórter no caso em apreço, até pelo facto de se tratar de um directo.
E por fim, decide, por vezes recorrendo à teoria, como sucedeu no programa inaugural ou à legislação, no caso da edição do último fim-de-semana.
É igualmente frequente, os provedores recorrerem a peritos em determinadas matérias de forma a sustentarem a sua decisão ou a instrumentos do foro deontológico da profissão de jornalista ou do órgão de comunicação social.
3º Interessante é a tentativa que é feita no sentido de passar “de viva voz” no programa a queixa dos ouvintes. Potencia a rádio enquanto meio de comunicação social, mas o risco é grande pois tal prática ainda só foi conseguida no primeiro programa. Nos restantes, José Nuno Martins limitou-se a dizer que não foi possível recolher as ditas declarações. A exposição é maior se se ouvir a voz do que simplesmente escrever uma carta. Os ouvintes “queixosos” percebem isso.
4º Das cinco queixas já analisadas no programa, três dizem respeito ao conteúdo radiofónico (duas jornalísticas e outra de programação), uma às condições técnicas (recepção de sinal) e uma última relacionada com o próprio provedor enquanto profissional de rádio. É uma tendência que me parece ir ao encontro da acção de outros provedores de rádio. A estas acrescento outro tema recorrente noutros ombudsmen: o uso da língua.
5º O Provedor adoptou um sistema misto de acção: Programa radiofónico e resposta aos ouvintes via mail ou correspondência. Acresce ainda a possibilidade que nos dá de ouvir o programa em arquivo ou subscrevê-lo no formato podcast através da página do provedor. Provavelmente ainda é cedo para isso, mas a criação de um blogue seria extremamente interessante. Neste capítulo, José Nuno Martins e o seu gabinete, têm estado a fazer um excelente trabalho. Outros ombudsmen de rádio não nos facultam todas estas formas complementares à versão hertziana.
6º Julgo que, nesta fase embrionária do programa, José Nuno Martins tem conseguido ser um mediador entre os ouvintes e a Rádio, pedagógico e crítico apontando erros e práticas que considera incorrectas nos profissionais da estação, por vezes de forma bastante directa como neste exemplo em que se refere à Antena 2: «E também existem razões de sobra para que alguns ouvintes se manifestem cansados com os tiques de algumas figuras de antena ou com as cliques lisboetas dos amigos repetidamente trazidos às emissões nacionais da Antena 2».
domingo, setembro 24, 2006
A rádio e a Internet
Consulta obrigatória: As rádios portuguesas e o desafio do (on) line. Trata-se de um estudo do Obercom realizado por Gustavo Cardoso, Rita Espanha e Sandra Amaral que analisa a forma e o conteúdo das páginas da rádio portuguesa na Internet.
O estudo insere-se num trabalho mais vasto que pretende analisar o “O Impacto da Internet nos Mass Media Portugueses”. Neste working Report, os investigadores concluiram que:
- existe hoje uma cultura organizacional favorável ao uso da Internet no contexto radiofónico português.
- A rádio é hoje o media que em Portugal melhor explorou as potencialidades da Internet.
- A rádio é um exemplo de como o surgir de uma nova tecnologia, neste caso a Internet (mas também o telemóvel e os sms), pode ser apropriado com o intuito de rejuvenescer um media ao mesmo tempo que potencia algumas das suas características mais singulares.
Um documento a importante a não perder.
O estudo insere-se num trabalho mais vasto que pretende analisar o “O Impacto da Internet nos Mass Media Portugueses”. Neste working Report, os investigadores concluiram que:
- existe hoje uma cultura organizacional favorável ao uso da Internet no contexto radiofónico português.
- A rádio é hoje o media que em Portugal melhor explorou as potencialidades da Internet.
- A rádio é um exemplo de como o surgir de uma nova tecnologia, neste caso a Internet (mas também o telemóvel e os sms), pode ser apropriado com o intuito de rejuvenescer um media ao mesmo tempo que potencia algumas das suas características mais singulares.
Um documento a importante a não perder.
quinta-feira, setembro 21, 2006
As rádios piratas na imprensa nacional II
O aparecimento das rádios piratas em Portugal pode ser dividido em dois períodos distintos. O primeiro, situado entre 1977 e 1984, caracteriza-se pelo surgimento de pequenas emissoras sem grande expressão e com o objectivo principal de marcar um território. Afirmavam-se como uma nova forma de expressão.
Imperava o gosto pela rádio, sem outras ambições (com raras excepções) e com projectos de “vão de escada”. O Jornal “O Ponto”, em 1981, reproduz um diálogo curioso que, inadvertidamente, saiu pelo microfone e que demonstra a forma como as rádios emitiam.
Voz de mulher – Vai apagar o lume
Voz de homem (que conduzia o programa) – Agora não, estou no ar.
No segundo período, que situaria entre 1985 e 1989, encontramos já emissoras com outras pretensões, muitas delas com investimentos consideráveis, como foram os casos do Correio da Manhã Rádio ou da Rádio Geste.
A Revista do Expresso fez, em 1987, uma viagem ao mundo das rádios livres e encontrou 419 emissoras. No artigo, assinado por Fernanda Barão, traça-se o seguinte cenário em relação aos que, na altura, davam voz aos programas das rádios piratas:
“(…) do padeiro ao barman, do polícia ao magistrado, do militar ao funcionário municipal, do teólogo ao filósofo, passando pelo químico, pelo fotógrafo, pelo cabeleireiro”.
terça-feira, setembro 19, 2006
As rádios piratas na imprensa nacional
Da Europa chegavam notícias que davam conta da velocidade com que as rádios livres se expandiam em países como a Itália ou França. Em Portugal, desde o final dos anos 70, que alguns pioneiros tinham começado a emitir programas de rádio de cobertura local.
A Rádio Juventude, surgida em 1977 na Grande Lisboa, terá sido a primeira rádio pirata portuguesa. Apesar da enorme simpatia com que boa parte da população, associações locais e alguns autarcas viam o surgimento do fenómeno, a verdade é que o processo que conduziu à legalização das rádios locais em Portugal foi demorado e complexo.
A isso faz referência este artigo publicado no Jornal de Notícias em 1983. As intenções de descentralização do discurso radiofónico contrastavam com as dificuldades sentidas no plano legal para a implementação destas pequenas emissoras.
Nesta altura, discutia-se também o conceito que deveria enquadrar as rádios que começavam a aparecer um pouco por todo o país.
No artigo do JN pode ler-se: “(…) nem todas as rádios livres se consideram estritamente «locais». Há quem tenha um entendimento diferente do fenómeno Rádio (livre?), quem sonhe (?) com a liberalização das ondas do espectro radioeléctrico para instalar não um posto emissor, mas uma cadeia de emissores, numa dada região do território nacional”.
quinta-feira, setembro 14, 2006
Revisão da matéria !!!
No regresso à blogosfera sublinho três notas que me parecem importantes:
1ª - A questão que João Paulo Meneses levanta no seu blogue sobre os relatos de futebol feitos a partir do estúdio . São os constrangimentos financeiros a ditar as regras. Depois da imprensa, que também faz "reportagens" a partir da Lusa, agora a rádio. Perdem os relatos, naquilo que possuem de espontâneo e emoção, mas pior é o facto do ouvinte não ser previamente informado do facto.
2º - O interessante post que Luís Santos colocou no blogue Atrium com o sugestivo e tranquilizador título "O fim da rádio não é para já". De facto tenho a ideia que a rádio deve ser o meio de comunicação ao qual fizeram mais funerais !!! A avaliar pelo texto a que Luís Santos se refere ainda não é desta. E ainda bem. A não perder. Aqui .
3º Por fim, saúdo o início do programa do provedor de rádio "Em Nome do Ouvinte". Na primeira edição, que foi para o ar no dia 9 de Setembro José Nuno Martins apresentou o programa e as funções do Provedor. Fez referência ao facto de já ter recebido 160 queixas e destas escolheu duas para comentar no programa de estreia.
A primeira decisão do provedor da rádio portuguesa teve como enfoque a reportagem "A Guerra pela Paz" da autoria de Paulo Nuno Vicente sobre o hezbollah. Uma ouvinte considerou que a Antena 1 tem tido, no conflito Israelo-libanês, uma atitude parcial, a favor da posição libanesa. O provedor lembrou-nos excertos da reportagem, citou a teoria (Eduardo Meditsch e Walter Benjamin), ouviu o director de informação e decidiu a favor do trabalho jornalístico. Interessante foi o facto do provedor ter recorrido ao som da própria ouvinte que expôs a queixa. No meio radiofónico o som é fundamental por isso, pareceu-me interessante ouvir a própria ouvinte em vez de ser um jornalista a ler a queixa que chegou por escrito.
O provedor respondeu, por fim, aos ouvintes que questionaram as suas intervenções enquanto participante do programa "Artistas da Bola". Este Sábado há mais.
1ª - A questão que João Paulo Meneses levanta no seu blogue sobre os relatos de futebol feitos a partir do estúdio . São os constrangimentos financeiros a ditar as regras. Depois da imprensa, que também faz "reportagens" a partir da Lusa, agora a rádio. Perdem os relatos, naquilo que possuem de espontâneo e emoção, mas pior é o facto do ouvinte não ser previamente informado do facto.
2º - O interessante post que Luís Santos colocou no blogue Atrium com o sugestivo e tranquilizador título "O fim da rádio não é para já". De facto tenho a ideia que a rádio deve ser o meio de comunicação ao qual fizeram mais funerais !!! A avaliar pelo texto a que Luís Santos se refere ainda não é desta. E ainda bem. A não perder. Aqui .
3º Por fim, saúdo o início do programa do provedor de rádio "Em Nome do Ouvinte". Na primeira edição, que foi para o ar no dia 9 de Setembro José Nuno Martins apresentou o programa e as funções do Provedor. Fez referência ao facto de já ter recebido 160 queixas e destas escolheu duas para comentar no programa de estreia.
A primeira decisão do provedor da rádio portuguesa teve como enfoque a reportagem "A Guerra pela Paz" da autoria de Paulo Nuno Vicente sobre o hezbollah. Uma ouvinte considerou que a Antena 1 tem tido, no conflito Israelo-libanês, uma atitude parcial, a favor da posição libanesa. O provedor lembrou-nos excertos da reportagem, citou a teoria (Eduardo Meditsch e Walter Benjamin), ouviu o director de informação e decidiu a favor do trabalho jornalístico. Interessante foi o facto do provedor ter recorrido ao som da própria ouvinte que expôs a queixa. No meio radiofónico o som é fundamental por isso, pareceu-me interessante ouvir a própria ouvinte em vez de ser um jornalista a ler a queixa que chegou por escrito.
O provedor respondeu, por fim, aos ouvintes que questionaram as suas intervenções enquanto participante do programa "Artistas da Bola". Este Sábado há mais.
quarta-feira, agosto 16, 2006
segunda-feira, agosto 14, 2006
As normas do provedor de rádio
No site da RDP já estão disponíveis as normas para a elaboração de textos a dirigir ao provedor de rádio.
Ou seja, para que o Ouvinte veja a sua mensagem tratada (porventura, até apresentada no Programa do Provedor do Ouvinte ), será obrigatório preencher os campos de identificação, tanto em mensagens enviadas por Fax como por Correio Postal, indicando o Nome, o Telefone, o Endereço de Fax / Correio Postal, tal como é identicamente exigido no contacto por e-mail.
Outras normas: o provedor não aceitará textos manuscritos com mais de uma página, nem mails com mais de 2200 caracteres.
Pede-se, por isso, poder de síntese aos ouvintes da rádio pública ! E alguma paciência mais, uma vez que o provedor ainda não tem reunidas as "condições logísticas para tratar todas as mensagens recebidas".
No mesmo site, é dito, contudo, que a estreia do programa do Provedor do Ouvinte deverá ter lugar no dia 9 de Setembro depois da uma da tarde.
Ou seja, para que o Ouvinte veja a sua mensagem tratada (porventura, até apresentada no Programa do Provedor do Ouvinte ), será obrigatório preencher os campos de identificação, tanto em mensagens enviadas por Fax como por Correio Postal, indicando o Nome, o Telefone, o Endereço de Fax / Correio Postal, tal como é identicamente exigido no contacto por e-mail.
Outras normas: o provedor não aceitará textos manuscritos com mais de uma página, nem mails com mais de 2200 caracteres.
Pede-se, por isso, poder de síntese aos ouvintes da rádio pública ! E alguma paciência mais, uma vez que o provedor ainda não tem reunidas as "condições logísticas para tratar todas as mensagens recebidas".
No mesmo site, é dito, contudo, que a estreia do programa do Provedor do Ouvinte deverá ter lugar no dia 9 de Setembro depois da uma da tarde.
sexta-feira, agosto 11, 2006
Audiências de rádio
Vale a pena passar por um conjunto de textos acerca da mediação de audiências de rádio. Todos eles críticos face ao modelo ainda adoptado em Portugal e que, de facto, levanta algumas questões.
Maria Fernanda Lima, do blogue A Nossa Rádio , deixou um comentário ao post anterior (também pode ser lido no seu blogue) no qual questiona a validade dos actuais estudos de audiência.
Vai no mesmo sentido o post de Jorge Guimarães Silva.
João Paulo Meneses questiona a ausência de reflexo da cobertura do Mundial de futebol em particular na Antena 1 e considera que é preciso alterar o método.
Rogério Santos parte do post de Maria Fernanda Lima e sublinha as limitações inerentes ao método actualmente utilizado pela Marktest, que não analisa o universo representado pelos ouvintes com telemóvel ou com outras redes fixas de telefone.
Maria Fernanda Lima, do blogue A Nossa Rádio , deixou um comentário ao post anterior (também pode ser lido no seu blogue) no qual questiona a validade dos actuais estudos de audiência.
Vai no mesmo sentido o post de Jorge Guimarães Silva.
João Paulo Meneses questiona a ausência de reflexo da cobertura do Mundial de futebol em particular na Antena 1 e considera que é preciso alterar o método.
Rogério Santos parte do post de Maria Fernanda Lima e sublinha as limitações inerentes ao método actualmente utilizado pela Marktest, que não analisa o universo representado pelos ouvintes com telemóvel ou com outras redes fixas de telefone.
quinta-feira, agosto 03, 2006
Portugueses ouvem menos rádio
De acordo com o Bareme Rádio da Marktest, os portugueses estão a ouvir menos rádio. Segundo o estudo a Audiência Acumulada de Véspera no segundo trimestre de 2006 caiu 6,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Onde não há novidades é em relação à rádio mais ouvida em Portugal que continua a ser a RFM com 12,7% de AAV, apesar da queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2005. No segundo posto continua a Renascença (9,6%), depois a Comercial (7,6%), a Cidade FM (5,2%), a TSF (4,8%)e a Antena 1 com 4,5% de AAV. De referir ainda o Rádio Clube Português que registou a maior quebra (36,1%) - apesar das alterações verificadas na sua programação - em relação ao mesmo período do ano passado, situando-se agora nos 2,3% de AAV.
Regista-se, claro está, a quebra de ouvintes na rádio em Portugal.
Onde não há novidades é em relação à rádio mais ouvida em Portugal que continua a ser a RFM com 12,7% de AAV, apesar da queda de 2,3% em relação ao mesmo período de 2005. No segundo posto continua a Renascença (9,6%), depois a Comercial (7,6%), a Cidade FM (5,2%), a TSF (4,8%)e a Antena 1 com 4,5% de AAV. De referir ainda o Rádio Clube Português que registou a maior quebra (36,1%) - apesar das alterações verificadas na sua programação - em relação ao mesmo período do ano passado, situando-se agora nos 2,3% de AAV.
Regista-se, claro está, a quebra de ouvintes na rádio em Portugal.
quarta-feira, agosto 02, 2006
Os públicos na rádio, segundo o Obercom
Chegou-me ao mail a newsletter de Agosto do Obercom. É feita uma referência ao estudo daquele Observatório intitulado “Públicos e Consumos Media: Imprensa e Rádio – Working Report”.
Os dados referentes à rádio podem ser consultados aqui.
Os dados referentes à rádio podem ser consultados aqui.
sexta-feira, julho 28, 2006
Programas de antena aberta, uma vez mais
A revista Visão publica na edição desta semana um interessante artigo sobre os programas de antena aberta da Rádio portuguesa. No texto, assinado por Paulo Pena, são referidas várias "estórias" dos bastidores deste tipo de programas.
Visões, várias, de apresentadores, directores e participantes nos programas. A peça tem como título "A Voz do Povo" e no superlead pode ler-se: "Os fóruns da rádio e da televisão estão cheios de cidadãos com opinião. A Visão foi conhecer os bastidores destes «programas de cidadania»".
Merece também uma atenção o artigo de opinião de José Carlos de Vasconcelos, na mesma revista. O texto não é sobre estes programas, mas o autor refere-se a eles por terem sido palco para uma série de opiniões sobre as notícias que davam conta da reforma que Manuel Alegre recebe da RDP.
Diz José Carlos de Vasconcelos:
"Alegre foi o «bombo da festa» em numerosas intervenções nos habituais «fóruns» radiofónicos da TSF e da Antena 1 (um tipo de programa, (...) com muito de positivo, mas também algo de negativo, misturando num formato que creio necessitar de ajustamentos, em especial para não haver opiniões emitidas a partir de pressupostos errados e para proteger a honra de «inocentes»)".
Os programas de antena aberta serão, provavelmente, daqueles que mais complexidade encerram na rádio moderna, pelo menos naquelas emissoras que ainda cultivam o discurso e a palavra. O desafio é encontrar o equilíbrio entre um espaço que possibilite o acesso dos ouvintes ao debate, contribuindo com opiniões válidas, e o controlo do próprio programa mantendo a elevação do discurso e garantindo o rigor possível na discussão.
O blogue NetFM fez recentemente alusão a um fórum sem moderador (!!!) Seria, do meu ponto de vista, pior a emenda ...
Também neste blogue já se escreveu sobre o assunto. Relembro esta experiência.
Visões, várias, de apresentadores, directores e participantes nos programas. A peça tem como título "A Voz do Povo" e no superlead pode ler-se: "Os fóruns da rádio e da televisão estão cheios de cidadãos com opinião. A Visão foi conhecer os bastidores destes «programas de cidadania»".
Merece também uma atenção o artigo de opinião de José Carlos de Vasconcelos, na mesma revista. O texto não é sobre estes programas, mas o autor refere-se a eles por terem sido palco para uma série de opiniões sobre as notícias que davam conta da reforma que Manuel Alegre recebe da RDP.
Diz José Carlos de Vasconcelos:
"Alegre foi o «bombo da festa» em numerosas intervenções nos habituais «fóruns» radiofónicos da TSF e da Antena 1 (um tipo de programa, (...) com muito de positivo, mas também algo de negativo, misturando num formato que creio necessitar de ajustamentos, em especial para não haver opiniões emitidas a partir de pressupostos errados e para proteger a honra de «inocentes»)".
Os programas de antena aberta serão, provavelmente, daqueles que mais complexidade encerram na rádio moderna, pelo menos naquelas emissoras que ainda cultivam o discurso e a palavra. O desafio é encontrar o equilíbrio entre um espaço que possibilite o acesso dos ouvintes ao debate, contribuindo com opiniões válidas, e o controlo do próprio programa mantendo a elevação do discurso e garantindo o rigor possível na discussão.
O blogue NetFM fez recentemente alusão a um fórum sem moderador (!!!) Seria, do meu ponto de vista, pior a emenda ...
Também neste blogue já se escreveu sobre o assunto. Relembro esta experiência.
segunda-feira, julho 24, 2006
Dois blogues sobre rádio
Interessante o caso do Alentejo com dois blogues temáticos de rádio. E parece haver assunto que chegue !!!
A Rádio no Alentejo
A Rádio em Elvas
A Rádio no Alentejo
A Rádio em Elvas
quinta-feira, julho 20, 2006
O jornalismo hoje, segundo o Obercom
A Newsletter do Obercom (renovada e muito mais atractiva) destaca o estudo "Jornalismo Hoje. Análise de 14 redacções de Jornais, Rádio e Televisão". Sob a coordenação científica de Gustavo Cardoso, com este trabalho pretende-se "compreender as transformações suscitadas na actividade regular dos media após a integração e utilização da internet pelos jornalistas nas redacções de rádio, televisão e jornais generalistas e desportivos. Foram inquiridos neste estudo 340 jornalistas durante o ano de 2005".
Através dos dados divulgados na newsletter, verifica-se que 44,74% dos jornalistas de rádio das redacções da TSF, RDP e Rádio Renascença consideram que "face ao jornalismo praticado há cinco anos, o jornalismo actual está "Um pouco melhor". Curiosamnete, a mesma percentagem de profissionais considera que está "Um pouco pior".
Na totalidade dos três meios de comunicação, verifica-se que a maior parte dos jornalistas respondentes (43,31%) considera que o jornalismo está "Um pouco pior".
Os mais cépticos são mesmo os da rádio. Os mais optismistas são os da televisão.
51,35% dos jornalistas das emissoras estudadas, consideram ainda que "Com a Internet, o número de peças de minha autoria utilizadas" manteve-se, enquanto que 48,65% acha que aumentou.
Através dos dados divulgados na newsletter, verifica-se que 44,74% dos jornalistas de rádio das redacções da TSF, RDP e Rádio Renascença consideram que "face ao jornalismo praticado há cinco anos, o jornalismo actual está "Um pouco melhor". Curiosamnete, a mesma percentagem de profissionais considera que está "Um pouco pior".
Na totalidade dos três meios de comunicação, verifica-se que a maior parte dos jornalistas respondentes (43,31%) considera que o jornalismo está "Um pouco pior".
Os mais cépticos são mesmo os da rádio. Os mais optismistas são os da televisão.
51,35% dos jornalistas das emissoras estudadas, consideram ainda que "Com a Internet, o número de peças de minha autoria utilizadas" manteve-se, enquanto que 48,65% acha que aumentou.
sexta-feira, julho 14, 2006
Uma carta ao provedor do ouvinte
Julgo ser interessante acompanhar a actividade do primeiro provedor do ouvinte em Portugal. Não sei se é a primeira carta que lhe é dirigida, mas aqui está um exemplo daquilo que José Nuno Martins irá receber no seu mail nos próximos tempos.
Vamos aguardar pela resposta.
Uma nota: Esta carta chegou até ao provedor ? É que no site da RDP ainda não está disponível a prometida informação que lhe permitirá o envio das suas mensagens de críticas, dúvidas, sugestões ou de satisfação. Estava prometido para o início de Julho.
(via A Nossa Rádio)
Vamos aguardar pela resposta.
Uma nota: Esta carta chegou até ao provedor ? É que no site da RDP ainda não está disponível a prometida informação que lhe permitirá o envio das suas mensagens de críticas, dúvidas, sugestões ou de satisfação. Estava prometido para o início de Julho.
(via A Nossa Rádio)
quinta-feira, julho 13, 2006
Rádios locais no CJ e no CM
Não é muito comum, mas ontem as rádios locais estiveram, em dois momentos, em discussão nos media nacionais. No programa Clube de Jornalistas e no Correio da Manhã que publicou uma notícia com base em declarações de José Faustino, presidente da Associação Portuguesa de Radiodifusão.
A perspectiva de Faustino é a de que as rádios locais enfrentam hoje problemas económicos graves que colocam em causa a autonomia destas estações radiofónicas.
Lê-se no Correio da Manhã:
O dirigente afirma que, “desde o licenciamento das rádios locais, há 20 anos, apenas foram criadas situações desfavoráveis”. Segundo Faustino, a taxa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é uma delas: “É um mau precedente. A lei já prevê que recebam um valor por serviço prestado. Portanto, não se percebe o porquê de pagar uma taxa de regulação quando não se recebe nada em contrapartida.
Para José Faustino, o novo Estatuto dos Jornalistas vai colocar ainda mais problemas às emissoras locais nomeadamente por prever que os jornalistas devem ter formação superior. Esta ideia foi aliás referida também por Faustino no programa Clube de Jornalistas.
Não concordo com a posição do presidente da APR, e muito menos com os argumentos, em particular quando afirma que "Quem está fora, não vai para o Interior com os ordenados que se pagam.”
Não é essa a realidade que conheço. No interior também há cursos superiores de comunicação social e por isso há licenciados dispostos a trabalhar. Os ordenados pagos a jornalistas nas rádios locais do interior são semelhantes aos que são pagos em rádios (ainda locais) do litoral.
No programa Clube de Jornalistas, António Faustino, jornalista da Rádio NO AR, de Viseu, deixou a ideia de que existem muitas rádios locais em Portugal. Demasiadas acrescento eu, tendo em conta o mercado publicitário existente e os objectivos das rádios locais que muitas delas, aliás, não cumprem. As condições para a perda de autonomia das Rádios Locais são, em primeiro lugar estas, e não outras.
A perspectiva de Faustino é a de que as rádios locais enfrentam hoje problemas económicos graves que colocam em causa a autonomia destas estações radiofónicas.
Lê-se no Correio da Manhã:
O dirigente afirma que, “desde o licenciamento das rádios locais, há 20 anos, apenas foram criadas situações desfavoráveis”. Segundo Faustino, a taxa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social é uma delas: “É um mau precedente. A lei já prevê que recebam um valor por serviço prestado. Portanto, não se percebe o porquê de pagar uma taxa de regulação quando não se recebe nada em contrapartida.
Para José Faustino, o novo Estatuto dos Jornalistas vai colocar ainda mais problemas às emissoras locais nomeadamente por prever que os jornalistas devem ter formação superior. Esta ideia foi aliás referida também por Faustino no programa Clube de Jornalistas.
Não concordo com a posição do presidente da APR, e muito menos com os argumentos, em particular quando afirma que "Quem está fora, não vai para o Interior com os ordenados que se pagam.”
Não é essa a realidade que conheço. No interior também há cursos superiores de comunicação social e por isso há licenciados dispostos a trabalhar. Os ordenados pagos a jornalistas nas rádios locais do interior são semelhantes aos que são pagos em rádios (ainda locais) do litoral.
No programa Clube de Jornalistas, António Faustino, jornalista da Rádio NO AR, de Viseu, deixou a ideia de que existem muitas rádios locais em Portugal. Demasiadas acrescento eu, tendo em conta o mercado publicitário existente e os objectivos das rádios locais que muitas delas, aliás, não cumprem. As condições para a perda de autonomia das Rádios Locais são, em primeiro lugar estas, e não outras.
domingo, julho 09, 2006
Leituras
Sobre a rádio portuguesa sugiro dois artigos publicados recentemente no livro coordenado por Gustavo Cardoso e Rita Espanha (Edição Campo das Letras).
O primeiro chama-se "A rádio porta-estandarte: a TSF e o pós-referendo em Timor Leste", e é da autoria de Luís Proença.
O segundo tem por título "Time-setting: estudo de caso sobre a TSF Rádio-Notícias" de Artur Cassiano.
Tratam-se de dois excelentes contributos que nos ajudam a perceber como a rádio portuguesa, em particular a TSF, faz a cobertura noticiosa dos acontecimentos, seja em espaços regulares de informação ou através da abertura da emissão aos chamados "especiais".
O primeiro chama-se "A rádio porta-estandarte: a TSF e o pós-referendo em Timor Leste", e é da autoria de Luís Proença.
O segundo tem por título "Time-setting: estudo de caso sobre a TSF Rádio-Notícias" de Artur Cassiano.
Tratam-se de dois excelentes contributos que nos ajudam a perceber como a rádio portuguesa, em particular a TSF, faz a cobertura noticiosa dos acontecimentos, seja em espaços regulares de informação ou através da abertura da emissão aos chamados "especiais".
terça-feira, julho 04, 2006
O Mundial na Bandeirantes
É curioso constatar o tipo de comentários dos ouvintes brasileiros em relação à cobertura do Mundial de Futebol realizada pela Rádio Bandeirantes.
Enquanto que por cá se fala do exagero dos jornalistas no tratamento da selecção portuguesa, querendo isto significar, uma fronteira ténue entre jornalista e adepto, no Brasil, pelo menos de acordo com as críticas que chegaram à provedora do ouvinte, as questões têm mais a ver com a emissão online ou a passagem em excesso de anúncios publicitários ou "comerciais".
Enquanto que por cá se fala do exagero dos jornalistas no tratamento da selecção portuguesa, querendo isto significar, uma fronteira ténue entre jornalista e adepto, no Brasil, pelo menos de acordo com as críticas que chegaram à provedora do ouvinte, as questões têm mais a ver com a emissão online ou a passagem em excesso de anúncios publicitários ou "comerciais".
sexta-feira, junho 30, 2006
Provedor de rádio já tem espaço no site da RDP
Já aqui fiz referência à inexistência de informações sobre o provedor do ouvinte da rádio pública portuguesa. Parecia-me estranho que depois de ter tomado posse, com alguma visibilidade mediática, ter ficado um vazio sobre questões fundamentais como por exemplo o que deve um ouvinte fazer para contactar com José Nuno Martins.
Pois bem, o ombudsman da rádio pública portuguesa tem finalmente um espaço no site da RDP. Contém informações sobre José Nuno Martins, o estatuto do provedor, o programa a emitir e os propósitos do provedor.
Pena é que ainda não seja possível aos ouvintes colocar questões a José Nuno Martins. Também no site podemos ficar a saber que: Logo que estejamos em condições logísticas para tratar todas as mensagens recebidas indicaremos nas emissões do Serviço Público de Rádio e nesta Página, os modos de contacto - Fax ou Correio Postal – sendo também então activado o modelo de contacto por e-mail.
Ficamos a aguardar
Pois bem, o ombudsman da rádio pública portuguesa tem finalmente um espaço no site da RDP. Contém informações sobre José Nuno Martins, o estatuto do provedor, o programa a emitir e os propósitos do provedor.
Pena é que ainda não seja possível aos ouvintes colocar questões a José Nuno Martins. Também no site podemos ficar a saber que: Logo que estejamos em condições logísticas para tratar todas as mensagens recebidas indicaremos nas emissões do Serviço Público de Rádio e nesta Página, os modos de contacto - Fax ou Correio Postal – sendo também então activado o modelo de contacto por e-mail.
Ficamos a aguardar
segunda-feira, junho 26, 2006
Referências
Um fim de semana alargado (para mim) e perde-se uma série de "novas" na blogosfera. Com atraso, mas com sinceridade aqui vão os parabéns ao blogouve-se de João paulo Meneses e ao A Rádio em Portugal de Jorge Guimarães Silva.
Os meus parabéns ainda ao JPM pela excelente ideia de compilar os seus posts produzidos nos três anos de existência do blogue.
Os meus parabéns ainda ao JPM pela excelente ideia de compilar os seus posts produzidos nos três anos de existência do blogue.
quarta-feira, junho 21, 2006
Jeffrey A. Dvorkin termina funções de provedor da NPR
A última coluna do provedor de rádio da National Public Radio. Aqui.
Ainda o Mundial de futebol
O International Journalist's Network está a promover uma discussão em torno da forma como está a ser feita a cobertura jornalística do Mundial de futebol. Vale a pena espreitar e já agora participar.
Via jornalismo e Comunicação.
Via jornalismo e Comunicação.
terça-feira, junho 20, 2006
Relatos de futebol e comunidades estrangeiras
Ainda sobre a cobertura que a rádio portuguesa está a fazer ao Mundial de futebol e em particular à selecção nacional.
No blogouve-se, João Paulo Meneses coloca a questão de saber se a transmissão dos relatos de futebol da selecção brasileira (e Angolana) pela Antena 1 pode ser classificado como serviço público de radiodifusão.
JPM considera que não. Do meu ponto de vista, o principal canal da rádio do Estado português não pode ocupar duas (mais?) horas da sua emissão com o relato de um jogo do Brasil - não é adversário de Portugal, não é a meia final, não é a final.
Julgo que a rádio portuguesa, na sua generalidade, tal como o país, enfrenta uma nova realidade, consubstanciada no facto de Portugal se ter tornado num país acolhedor de estrangeiros. É por isso normal, que no leque de novos ouvintes da rádio portuguesa se encontrem muitos brasileiros, tal como já há algum tempo encontramos angolanos, moçambicanos etc.
Entre as funções do serviço público de radiodifusão destaco estas duas:
Difundir uma programação agregadora, acessível a toda a população, tendo em conta os seus estratos etários, ocupações e interesses;
d) Difundir uma programação que exprima a diversidade social e cultural nacional, combatendo todas as formas de exclusão ou discriminação, e que responda aos interesses minoritários das diferentes categorias do público;
Transmitir os relatos daquelas selecções é uma forma que a Antena 1 encontrou para integrar aquelas comunidades. Se não for a Antena 1 quem o fará?
Ser a rádio pública portuguesa a transmitir os relatos das selecções do Brasil ou de Angola é uma consequência do alheamento que a Lei da Rádio em Portugal insiste em cultivar, ao não prever uma série de formas alternativas de comunicação que a rádio poderia disponibilizar.
Uma delas é a criação da figura de Rádio Comunitária. Não existe em Portugal. Se existisse poderia proporcionar aos emigrantes do Brasil, de Angola da Ucrânia (e por aí fora), os relatos e a informação das respectivas selecções.
"Nem comerciais nem estatais, estas rádios e as televisões de natureza idêntica (...) constituem um elemento novo e um contributo original para a radiodifusão pública. Sensíveis às necessidades das comunidades que servem, os media comunitários favorecem o acesso dos cidadãos ao sistema de radiodifusão e a sua participação na vida pública" (Unesco: Televisão qualidade e serviço público, in Observatório (2002), 6: 51-66.
Com tantas rádios locais por este país fora, que hoje apenas servem de meros retransmissores, e que por essa razão não cumprem a sua função, constatamos que se perdeu mais uma oportunidade para regulamentar o sector no âmbito das alterações recentes produzidas à Lei da Rádio.
No blogouve-se, João Paulo Meneses coloca a questão de saber se a transmissão dos relatos de futebol da selecção brasileira (e Angolana) pela Antena 1 pode ser classificado como serviço público de radiodifusão.
JPM considera que não. Do meu ponto de vista, o principal canal da rádio do Estado português não pode ocupar duas (mais?) horas da sua emissão com o relato de um jogo do Brasil - não é adversário de Portugal, não é a meia final, não é a final.
Julgo que a rádio portuguesa, na sua generalidade, tal como o país, enfrenta uma nova realidade, consubstanciada no facto de Portugal se ter tornado num país acolhedor de estrangeiros. É por isso normal, que no leque de novos ouvintes da rádio portuguesa se encontrem muitos brasileiros, tal como já há algum tempo encontramos angolanos, moçambicanos etc.
Entre as funções do serviço público de radiodifusão destaco estas duas:
Difundir uma programação agregadora, acessível a toda a população, tendo em conta os seus estratos etários, ocupações e interesses;
d) Difundir uma programação que exprima a diversidade social e cultural nacional, combatendo todas as formas de exclusão ou discriminação, e que responda aos interesses minoritários das diferentes categorias do público;
Transmitir os relatos daquelas selecções é uma forma que a Antena 1 encontrou para integrar aquelas comunidades. Se não for a Antena 1 quem o fará?
Ser a rádio pública portuguesa a transmitir os relatos das selecções do Brasil ou de Angola é uma consequência do alheamento que a Lei da Rádio em Portugal insiste em cultivar, ao não prever uma série de formas alternativas de comunicação que a rádio poderia disponibilizar.
Uma delas é a criação da figura de Rádio Comunitária. Não existe em Portugal. Se existisse poderia proporcionar aos emigrantes do Brasil, de Angola da Ucrânia (e por aí fora), os relatos e a informação das respectivas selecções.
"Nem comerciais nem estatais, estas rádios e as televisões de natureza idêntica (...) constituem um elemento novo e um contributo original para a radiodifusão pública. Sensíveis às necessidades das comunidades que servem, os media comunitários favorecem o acesso dos cidadãos ao sistema de radiodifusão e a sua participação na vida pública" (Unesco: Televisão qualidade e serviço público, in Observatório (2002), 6: 51-66.
Com tantas rádios locais por este país fora, que hoje apenas servem de meros retransmissores, e que por essa razão não cumprem a sua função, constatamos que se perdeu mais uma oportunidade para regulamentar o sector no âmbito das alterações recentes produzidas à Lei da Rádio.
sábado, junho 17, 2006
David Borges e o provedor de rádio (e não só)
David Borges assina um artigo disponível no site do Clube de Jornalistas no qual faz uma análise sobre a sua passagem enquanto ombudsman do jornal Record e lança alguns dasafios ao provedor do ouvinte da RDP (sublinhado meu: a propósito por onde anda José Nuno Martins? Os ouvintes já podem interpelá-lo ? Há alguma indicação para isso na emissão, no site da estação ? É que já passou algum tempo desde a sua tomada de posse.
Diz David Borges: (...)a Antena 1 é um canal de rádio para portugueses bacteriologiamente puros, ou para a representação de uma sociedade global, de que uma fatia importante é constituída por imigrantes luso-falantes, brasileiros e africanos? Se é para todos, onde está, então, a representação de uma música que traduza, por exemplo, o conceito de serviço público no quadro da chamada CPLP, ou no quadro da tão proclamarada lusofonia no principal canal de rádio da empresa pública de rádio e televisão?
Diz David Borges: (...)a Antena 1 é um canal de rádio para portugueses bacteriologiamente puros, ou para a representação de uma sociedade global, de que uma fatia importante é constituída por imigrantes luso-falantes, brasileiros e africanos? Se é para todos, onde está, então, a representação de uma música que traduza, por exemplo, o conceito de serviço público no quadro da chamada CPLP, ou no quadro da tão proclamarada lusofonia no principal canal de rádio da empresa pública de rádio e televisão?
quarta-feira, junho 14, 2006
Relatos e imparcialidade. É possível ?
Os acontecimentos desportivos, em particular o futebol, representam bons momentos de reflexão sobre a prática dos jornalistas, em concreto aqueles que se dedicam à informação desportiva.
Com o Mundial de futebol a decorrer emerge a questão - já antiga - de saber como deve o jornalista agir no tratamento noticioso da selecção nacional do seu país, neste caso a Portuguesa.
Uma visão apaixonada, reverente do estilo brasileiro ou uma perspectiva mais distante, próxima dos valores jornalísticos de objectividade e imparcialidade.
Se falamos em relatos, a questão é outra. E os argumentos também. A emoção, o directo, o ambiente do estádio condicionam o "português" que também é jornalista. Talvez isso possa justificar a frequência de expressões como "Vamos lá Portugal", "A nossa selecção" etc. Mesmo tratando-se de um jogo de Portugal contra Angola. Mesmo tendo em conta que em Portugal residem vários angolanos que também ouvem rádio. Quantos deles suportaram um relato assim ?!!!
Se falamos em noticiários, mesmo os temáticos, a emoção deveria ter um peso menor. A distância e o rigor jornalístico seriam mais importantes. Ou nem por isso?
Como explicar então, que se ouçam coisas como esta: "Esperemos que o Irão não voe tão alto contra Portugal".
O jornalismo desportivo será mesmo um caso à parte ?
Com o Mundial de futebol a decorrer emerge a questão - já antiga - de saber como deve o jornalista agir no tratamento noticioso da selecção nacional do seu país, neste caso a Portuguesa.
Uma visão apaixonada, reverente do estilo brasileiro ou uma perspectiva mais distante, próxima dos valores jornalísticos de objectividade e imparcialidade.
Se falamos em relatos, a questão é outra. E os argumentos também. A emoção, o directo, o ambiente do estádio condicionam o "português" que também é jornalista. Talvez isso possa justificar a frequência de expressões como "Vamos lá Portugal", "A nossa selecção" etc. Mesmo tratando-se de um jogo de Portugal contra Angola. Mesmo tendo em conta que em Portugal residem vários angolanos que também ouvem rádio. Quantos deles suportaram um relato assim ?!!!
Se falamos em noticiários, mesmo os temáticos, a emoção deveria ter um peso menor. A distância e o rigor jornalístico seriam mais importantes. Ou nem por isso?
Como explicar então, que se ouçam coisas como esta: "Esperemos que o Irão não voe tão alto contra Portugal".
O jornalismo desportivo será mesmo um caso à parte ?
quinta-feira, junho 08, 2006
Blogue da Radar
A Rádio Radar tem, desde o final de Maio, um blogue onde apresenta posts sobre programas da estação e informações sobre concertos. O blogue da rádio representa ainda um espaço de interacção com os ouvintes.
quinta-feira, junho 01, 2006
Encontro de podcasting
As vantagens do podcasting, a sua aplicação aos campos da comunicação, da educação e da publicidade foram os principais temas abordados no encontro de podcasters que decorreu hoje na Escola Superior de Educação de Portalegre, com a presença de Edgard Costa, autor do podcast Gavez Dois, Andreia Alonso do Podcomer e David Rodrigues do Sixhat-agridoce. Eu apresentei os dados do inquérito que realizei junto dos podcasters nacionais.
O tema mais discutido foi as potencialidades do podcasting como ferramenta pedagógica que poderá passar por duas situações distintas: a colocação integral das aulas teóricas em podcast (e assim serem subscritas pelos alunos) ou por um suporte complementar às sessões leccionadas pelos professores, por exemplo através da disponibilização de tópicos para a realização de trabalhos.
A utilização do podcasting na educação poderia auxiliar os alunos em diversas situações. São os exemplos dos estudantes em Erasmus que assim poderiam continuar a ter acesso a alguns conteúdos leccionados na sua escola de origem, ou dos trabalhadores estudantes quando necessitam faltar às aulas.
Um dos aspectos referidos, e que está a ser desenvolvido na Escola Superior de Educação de Portalegre por um grupo de alunas, é a possibilidade do podcasting poder representar uma ferramenta pedagógica facilitando a inclusão de alunos invisuais, que assim poderiam ter acesso à totalidade ou a parte dos conteúdos das aulas.
Edgard Costa referiu ainda a possibilidade do podcasting poder representar um espaço para que os ex-alunos continuem ligados à escola onde se formaram.
Andreia Alonso considera que "não é fácil implementar o podcasting em educação pois os professores são muito fechados às novas tecnologias".
Quanto ao futuro cenário do podcasting nacional, o autor do podcast GavezDois, considera que não haverá o domínio de um podcast sobre os restantes como sucede com os blogues e considera normal que pessoas com "voz nos media tradicionais se sintam atraídos por esta ferramenta"
"As pessoas dos media tradicionais vêm para o podcasting porque isso lhes proporciona uma liberdade que os seus media não lhes possibilita", disse Edgard Costa. A mesma ideia foi sublinhada por David Rodrigues: "com o aumento dos ouvintes, certamente que vão aparecer outras pessoas mais conhecidas".
A relação entre o podcasting e a rádio foi também abordada. Para Edgard Costa "o podcasting só poderá ser uma ameaça à rádio se houver disputa da fatia de publicidade. Neste momento já há alguma deslocação de investimento de publicidade da rádio para a Internet", referiu o podcaster que acrescentou: "Já houve agências de publicidade que nos contactaram pedindo informações sobre o podcasting". Um sinal de que é provável, num futuro próximo, vir a ser incluida publicidade nos podcasts portugueses.
O encontro de hoje fez parte de um conjunto de sessões que os podcasters nacionais estão a realizar pelo país. Este, contudo, integrou um projecto realizado por alunas do curso de Jornalismo e Comunicação da ESE de Portalegre. O próximo encontro de podcasters será no dia 6 de Junho no Porto na Fnac de Santa Catarina, pelas 17 horas.
O tema mais discutido foi as potencialidades do podcasting como ferramenta pedagógica que poderá passar por duas situações distintas: a colocação integral das aulas teóricas em podcast (e assim serem subscritas pelos alunos) ou por um suporte complementar às sessões leccionadas pelos professores, por exemplo através da disponibilização de tópicos para a realização de trabalhos.
A utilização do podcasting na educação poderia auxiliar os alunos em diversas situações. São os exemplos dos estudantes em Erasmus que assim poderiam continuar a ter acesso a alguns conteúdos leccionados na sua escola de origem, ou dos trabalhadores estudantes quando necessitam faltar às aulas.
Um dos aspectos referidos, e que está a ser desenvolvido na Escola Superior de Educação de Portalegre por um grupo de alunas, é a possibilidade do podcasting poder representar uma ferramenta pedagógica facilitando a inclusão de alunos invisuais, que assim poderiam ter acesso à totalidade ou a parte dos conteúdos das aulas.
Edgard Costa referiu ainda a possibilidade do podcasting poder representar um espaço para que os ex-alunos continuem ligados à escola onde se formaram.
Andreia Alonso considera que "não é fácil implementar o podcasting em educação pois os professores são muito fechados às novas tecnologias".
Quanto ao futuro cenário do podcasting nacional, o autor do podcast GavezDois, considera que não haverá o domínio de um podcast sobre os restantes como sucede com os blogues e considera normal que pessoas com "voz nos media tradicionais se sintam atraídos por esta ferramenta"
"As pessoas dos media tradicionais vêm para o podcasting porque isso lhes proporciona uma liberdade que os seus media não lhes possibilita", disse Edgard Costa. A mesma ideia foi sublinhada por David Rodrigues: "com o aumento dos ouvintes, certamente que vão aparecer outras pessoas mais conhecidas".
A relação entre o podcasting e a rádio foi também abordada. Para Edgard Costa "o podcasting só poderá ser uma ameaça à rádio se houver disputa da fatia de publicidade. Neste momento já há alguma deslocação de investimento de publicidade da rádio para a Internet", referiu o podcaster que acrescentou: "Já houve agências de publicidade que nos contactaram pedindo informações sobre o podcasting". Um sinal de que é provável, num futuro próximo, vir a ser incluida publicidade nos podcasts portugueses.
O encontro de hoje fez parte de um conjunto de sessões que os podcasters nacionais estão a realizar pelo país. Este, contudo, integrou um projecto realizado por alunas do curso de Jornalismo e Comunicação da ESE de Portalegre. O próximo encontro de podcasters será no dia 6 de Junho no Porto na Fnac de Santa Catarina, pelas 17 horas.
quarta-feira, maio 31, 2006
A rádio, a selecção e as transferências
A rádio na imprensa de hoje:
1º O DN tem hoje um texto que ilustra, uma vez mais, a forma como as rádios se têm associado ao evento Mundial de Futebol. Para além da alteração do nome dos espaços desportivos das emissoras e da transmissão em directo das conferências de imprensa, apesar de raramente haver novidades, no jornal escreve-se hoje acerca dos hinos de apoio à selecção. O primeiro foi o da TSF e agora o da Antena 1. Pelo menos na TSF o hino até serve de indicativo para o Diário do Mundial.
2º Na newsletter Meios&Publicidade há ainda uma notícia sobre a rádio e o Mundial. No caso faz-se referência aos 100 mil euros que a rádio do Estado vai gastar na operação mundial.
3º O Diário Digital fala-nos de mais uma transferência de jornalistas da TSF para a RDP. Trata-se de Paulo Alves Guerra que transita para a Antena 2. É caso para perguntar quem é que estava a fazer serviço público de radiodifusão. Da TSF já saíram para a rádio do Estado nomes como Tiago Alves, Eduarda Maio, Maria Flor Pedroso, Maria de São José, Teófilo Fernando ...
1º O DN tem hoje um texto que ilustra, uma vez mais, a forma como as rádios se têm associado ao evento Mundial de Futebol. Para além da alteração do nome dos espaços desportivos das emissoras e da transmissão em directo das conferências de imprensa, apesar de raramente haver novidades, no jornal escreve-se hoje acerca dos hinos de apoio à selecção. O primeiro foi o da TSF e agora o da Antena 1. Pelo menos na TSF o hino até serve de indicativo para o Diário do Mundial.
2º Na newsletter Meios&Publicidade há ainda uma notícia sobre a rádio e o Mundial. No caso faz-se referência aos 100 mil euros que a rádio do Estado vai gastar na operação mundial.
3º O Diário Digital fala-nos de mais uma transferência de jornalistas da TSF para a RDP. Trata-se de Paulo Alves Guerra que transita para a Antena 2. É caso para perguntar quem é que estava a fazer serviço público de radiodifusão. Da TSF já saíram para a rádio do Estado nomes como Tiago Alves, Eduarda Maio, Maria Flor Pedroso, Maria de São José, Teófilo Fernando ...
terça-feira, maio 23, 2006
A Bandeirantes e os incidentes em São Paulo
A provedora do ouvinte da Rádio Bandeirantes abordou, no seu último programa, a cobertura que a emissora fez dos incidentes em São Paulo. Fica aqui um resumo escrito. É pena o som não estar disponível.
A selecção da rádio
No plano desportivo as rádios viraram-se para a participação das selecções nacionais de futebol nos campeonatos Europeu de sub-21 e Mundial na Alemanha. Mudaram os títulos dos espaços temáticos de informação desportiva de forma a estabelecerem uma associação com aqueles eventos futebolísticos. Jornal de Desporto antes, agora Diário das Selecções, Diário do Mundial, Diário do Europeu etc. Na verdade, mudou o nome e o tempo dedicado às selecções em cada um daqueles espaços informativos, pois continuam a incluir notícias dos clubes de futebol, das transferências de jogadores que não estão nas selecções etc.
A participação da selecção nacional de futebol é um daqueles eventos que eclipsam outros acontecimentos passíveis de cobertura jornalística. As redacções mobilizam-se, os jornalistas preparam-se ...
Desde 2004 que a principal selecção de futebol tem sido acompanhada diariamente de forma exaustiva. Um dos exemplos é a transmissão em directo das conferências de imprensa. Esta prática representa pouco mais que a associação dos meios noticiosos - neste caso a rádio - ao próprio evento.
Numa selecção que privilegia a coesão do grupo - o que é normal - a opção dos seus responsáveis passa por não abordarem qualquer outro assunto que não seja a selecção ou o campeonato do Mundo. Não se fala de transferências, não se fala dos jogadores que não foram convocados. O objectivo é não "desestabilizar".
O que é que sabemos então das conferências de imprensa que a rádio tem transmitido em directo ? Que "o grupo está motivado", que "estou aqui é para ajudar a selecção", que "o mister Scolari é que vai decidir quem joga" que "respeitamos as outras selecções" etc, etc, etc.
Não há novidade. A rádio está presente, mas na verdadeira definição do termo, não está a informar.
Transmitir em directo conferências de imprensa com o conteúdo daquelas que se têm ouvido é uma forma da rádio dizer "Presente" e de se associar a um evento simpático para a opinião pública. Mas, mesmo conscientes disso, as rádios não abdicariam dessa transmissão. Poderia ser um tiro no pé, caso eventualmente, saísse dali novidade.
É o triunfo da actualidade sobre a informação.
Uma nota de rodapé
A participação da selecção nacional de futebol é um daqueles eventos que eclipsam outros acontecimentos passíveis de cobertura jornalística. As redacções mobilizam-se, os jornalistas preparam-se ...
Desde 2004 que a principal selecção de futebol tem sido acompanhada diariamente de forma exaustiva. Um dos exemplos é a transmissão em directo das conferências de imprensa. Esta prática representa pouco mais que a associação dos meios noticiosos - neste caso a rádio - ao próprio evento.
Numa selecção que privilegia a coesão do grupo - o que é normal - a opção dos seus responsáveis passa por não abordarem qualquer outro assunto que não seja a selecção ou o campeonato do Mundo. Não se fala de transferências, não se fala dos jogadores que não foram convocados. O objectivo é não "desestabilizar".
O que é que sabemos então das conferências de imprensa que a rádio tem transmitido em directo ? Que "o grupo está motivado", que "estou aqui é para ajudar a selecção", que "o mister Scolari é que vai decidir quem joga" que "respeitamos as outras selecções" etc, etc, etc.
Não há novidade. A rádio está presente, mas na verdadeira definição do termo, não está a informar.
Transmitir em directo conferências de imprensa com o conteúdo daquelas que se têm ouvido é uma forma da rádio dizer "Presente" e de se associar a um evento simpático para a opinião pública. Mas, mesmo conscientes disso, as rádios não abdicariam dessa transmissão. Poderia ser um tiro no pé, caso eventualmente, saísse dali novidade.
É o triunfo da actualidade sobre a informação.
Uma nota de rodapé
quarta-feira, maio 17, 2006
RDP em podcast
A RDP tem finalmente disponível em podcast um conjunto de espaços radiofónicos das rádios Antena 1, 2 e 3.
Agora é possível descarregar conteúdos áudio tão distintos como entrevistas, crónicas ou programas que foram emitidos originalmente na Rádio de serviço público.
Há Vida em Markl, Conselho Superior ou Dias do Avesso são alguns dos espaços agora disponíveis em podcast.
Depois das rádios da Media Capital, da TSF e da RUC chegou agora a vez da RDP entrar no mundo do podcasting.
Agora é possível descarregar conteúdos áudio tão distintos como entrevistas, crónicas ou programas que foram emitidos originalmente na Rádio de serviço público.
Há Vida em Markl, Conselho Superior ou Dias do Avesso são alguns dos espaços agora disponíveis em podcast.
Depois das rádios da Media Capital, da TSF e da RUC chegou agora a vez da RDP entrar no mundo do podcasting.
sexta-feira, maio 12, 2006
Um olhar sobre o podcasting português
O programa da TSF, Rádio.com, desta semana teve como tema principal os resultados de um inquérito que apliquei junto dos podcasters portugueses. Agradeço o interesse da TSF e em particular do João Paulo Meneses.
Aqui ficam alguns resultados do inquérito e que, julgo, poderão contribuir para perceber quem são os pioneiros do podcasting português.
Metodologia:
Foram tidos em conta para este trabalho os podcasts portugueses registados nos directórios Lusocast e Cotonete entre os dias 1 e 14 de Março de 2006 e que nessa altura tivessem sido actualizados pelo menos uma vez nos últimos dois meses. Foram excluídos os podcasts cuja autoria fosse de empresas de comunicação social.
Foram encontrados 31 podcasts nestas condições. Para eles foi enviado, via mail, um questionário que tinha como objectivo recolher dados sobre o fenómeno em Portugal, o que dele pensam os seus protagonistas e qual a relação com a rádio.
Responderam autores de 17 podcasts correspondendo a uma taxa de retorno de 54,84%
Como os questionários foram enviados para o podcast e não para cada autor individualmente, com a obtenção das respostas foi possível identificar 4 podcasts colectivos (duas ou mais pessoas) totalizando 23 podcasters.
Foram ainda identificadas quatro instituições autoras de podcasts.
Um perfil do podcaster português
O autor é homem (73%), tem menos de 30 anos (76,19%), tem formação superior (78%), iniciou-se nesta actividade pelo “Gosto pelas novas tecnologias” e pelo “Gosto pela rádio” e criou o seu podcast entre Dezembro de 2005 e Março de 2006 (47%).
Um perfil do podcast nacional
Os podcasts nacionais são maioritariamente produzidos por uma única pessoa (52%). O cenário do podcasting nacional inclui ainda podcasts de instituições religiosas, culturais e comerciais e podcasts colectivos, ou seja produzidos por duas ou mais pessoas.
O podcast nacional é, de acordo com os respondentes, informativo, actualizado semanalmente (64%), tem convidados no programa e utiliza entrevistas a amigos e conhecidos do podcaster. 94% dos respondentes afirmou receber retorno dos seus ouvintes. Recebem sobretudo comentários aos programas que chegam, em 87,5% dos casos, via mail. A totalidade dos podcasts nacionais associa o seu podcast a um blogue (35,29%), a um site (29,41%) ou a ambos (29,41%).
O que pensam os podcasters
Os podcasters nacionais consideram que o podcasting representa uma nova forma de expressão (76,47%) e uma oportunidade para a rádio uma vez permite levar a rádio mais longe, a mais gente e funciona como uma nova forma de disponibilizar outros conteúdos que não se enquadram nas “formatações” das rádios... às vezes, com bastante sucesso e até lucro!
Outros podcasters nacionais consideram que A rádio é para o podcasting o mesmo que o VHS é para o DVD ou a cassete para o CD. É passado.
A portabilidade, a diversidade de conteúdos e maior liberdade na escuta, que deixa de depender do espaço e do tempo, foram as principais vantagens do podcasting invocadas pelos respondentes.
O programa pode ser ouvido aqui.
Aqui ficam alguns resultados do inquérito e que, julgo, poderão contribuir para perceber quem são os pioneiros do podcasting português.
Metodologia:
Foram tidos em conta para este trabalho os podcasts portugueses registados nos directórios Lusocast e Cotonete entre os dias 1 e 14 de Março de 2006 e que nessa altura tivessem sido actualizados pelo menos uma vez nos últimos dois meses. Foram excluídos os podcasts cuja autoria fosse de empresas de comunicação social.
Foram encontrados 31 podcasts nestas condições. Para eles foi enviado, via mail, um questionário que tinha como objectivo recolher dados sobre o fenómeno em Portugal, o que dele pensam os seus protagonistas e qual a relação com a rádio.
Responderam autores de 17 podcasts correspondendo a uma taxa de retorno de 54,84%
Como os questionários foram enviados para o podcast e não para cada autor individualmente, com a obtenção das respostas foi possível identificar 4 podcasts colectivos (duas ou mais pessoas) totalizando 23 podcasters.
Foram ainda identificadas quatro instituições autoras de podcasts.
Um perfil do podcaster português
O autor é homem (73%), tem menos de 30 anos (76,19%), tem formação superior (78%), iniciou-se nesta actividade pelo “Gosto pelas novas tecnologias” e pelo “Gosto pela rádio” e criou o seu podcast entre Dezembro de 2005 e Março de 2006 (47%).
Um perfil do podcast nacional
Os podcasts nacionais são maioritariamente produzidos por uma única pessoa (52%). O cenário do podcasting nacional inclui ainda podcasts de instituições religiosas, culturais e comerciais e podcasts colectivos, ou seja produzidos por duas ou mais pessoas.
O podcast nacional é, de acordo com os respondentes, informativo, actualizado semanalmente (64%), tem convidados no programa e utiliza entrevistas a amigos e conhecidos do podcaster. 94% dos respondentes afirmou receber retorno dos seus ouvintes. Recebem sobretudo comentários aos programas que chegam, em 87,5% dos casos, via mail. A totalidade dos podcasts nacionais associa o seu podcast a um blogue (35,29%), a um site (29,41%) ou a ambos (29,41%).
O que pensam os podcasters
Os podcasters nacionais consideram que o podcasting representa uma nova forma de expressão (76,47%) e uma oportunidade para a rádio uma vez permite levar a rádio mais longe, a mais gente e funciona como uma nova forma de disponibilizar outros conteúdos que não se enquadram nas “formatações” das rádios... às vezes, com bastante sucesso e até lucro!
Outros podcasters nacionais consideram que A rádio é para o podcasting o mesmo que o VHS é para o DVD ou a cassete para o CD. É passado.
A portabilidade, a diversidade de conteúdos e maior liberdade na escuta, que deixa de depender do espaço e do tempo, foram as principais vantagens do podcasting invocadas pelos respondentes.
O programa pode ser ouvido aqui.
Ainda os programas com participação de ouvintes
O DN publica hoje um artigo que relança o debate sobre os programas em directo com participação dos ouvintes ou telespectadores. O texto é motivado por um episódio ocorrido recentemente durante o programa "Opinião Pública" na SIC Notícias, quando um dos participantes insultou a apresentadora daquele espaço.
Estes programas encerram em si mesmo um perigo evidente que decorre do facto de serem em directo e de convocarem uma série de opiniões, sensibilidades, culturas etc. Mais uma vez a questão do equilíbrio entre possibilitar um espaço para o debate público e os perigos que daí advêm faz todo o sentido.
Num dos posts recentes neste espaço fiz referência à opção que a National Public Radio tomou relativamente ao programa Talk of the Nation. A rádio publica norte-americana tem um sistema de atraso entre o telefonema do ouvinte e a sua entrada no ar que permite à equipa do programa filtrar as participações em função de determinados critérios - aliás discutíveis do ponto de vista dos ouvintes.
Este método retira espontaneidade ao programa e atribui maior poder aos jornalistas na condução do espaço, mas talvez possa contribuir para evitar que surjam situações menos agradáveis em directo.
Ouvidos pelo DN, os responsáveis da TSF e Antena 1, que emitem programas de antena aberta, optam pelo pragmatismo.
José Fragoso (TSF): "Se o ouvinte viola o espaço que lhe é dado, tiramo-lo do ar e arrumamos a questão. Tão simples como isso."
João Barreiros (Antena 1): "Acabar com eles [com os programas] por medo do imprevisto seria profundamente negativo".
Também me parece que acabar com este tipo de programas seria uma má escolha, uma vez que, apesar de alguns momentos menos felizes protagonizados por alguns ouvintes, a verdade é que o Fórum da TSF, a Antena Aberta e outros espaços semelhantes que existem nalgumas rádios locais portuguesas são dos poucos exemplos da abertura dos meios de comunicação social à participação do público. E isso não deve ser menosprezado.
Paula Cordeiro, no seu blogue Netfm também fala desta questão.
Estes programas encerram em si mesmo um perigo evidente que decorre do facto de serem em directo e de convocarem uma série de opiniões, sensibilidades, culturas etc. Mais uma vez a questão do equilíbrio entre possibilitar um espaço para o debate público e os perigos que daí advêm faz todo o sentido.
Num dos posts recentes neste espaço fiz referência à opção que a National Public Radio tomou relativamente ao programa Talk of the Nation. A rádio publica norte-americana tem um sistema de atraso entre o telefonema do ouvinte e a sua entrada no ar que permite à equipa do programa filtrar as participações em função de determinados critérios - aliás discutíveis do ponto de vista dos ouvintes.
Este método retira espontaneidade ao programa e atribui maior poder aos jornalistas na condução do espaço, mas talvez possa contribuir para evitar que surjam situações menos agradáveis em directo.
Ouvidos pelo DN, os responsáveis da TSF e Antena 1, que emitem programas de antena aberta, optam pelo pragmatismo.
José Fragoso (TSF): "Se o ouvinte viola o espaço que lhe é dado, tiramo-lo do ar e arrumamos a questão. Tão simples como isso."
João Barreiros (Antena 1): "Acabar com eles [com os programas] por medo do imprevisto seria profundamente negativo".
Também me parece que acabar com este tipo de programas seria uma má escolha, uma vez que, apesar de alguns momentos menos felizes protagonizados por alguns ouvintes, a verdade é que o Fórum da TSF, a Antena Aberta e outros espaços semelhantes que existem nalgumas rádios locais portuguesas são dos poucos exemplos da abertura dos meios de comunicação social à participação do público. E isso não deve ser menosprezado.
Paula Cordeiro, no seu blogue Netfm também fala desta questão.
quarta-feira, maio 10, 2006
A rádio portuguesa e o podcasting
De destacar duas notícias desta semana sobre o podcasting em Portugal. A do DN que nos informa que são os programas de entrevistas da TSF os podcasts mais descarregados daquela emissora. Os programas são "Pessoal e Transmissível" e "Contas de Cabeça".
A outra notícia é do Diário Digital e diz-nos que a rádio pública vai finalmente lançar programas das rádios Antena 1, 2 e 3 em podcast. Só não se sabe quais são os programas que vão estar disponíveis.
De referir, contudo, que o programa O Ouvido de Maxwell emitido na Antena 2 já está em podcast.
Sinal que as rádios começam a perceber as vantagens que o podcasting pode representar para elas. Ainda estamos na fase do "arquivo digital" ou seja a colocação em podcast de programas emitidos originalmente na rádio hertziana. O tempo da criação de conteúdos próprios para podcast chegará.
Entre os chamados "amadores", o fenómeno continua a crescer. Em Março estavam registados nos directórios Lusocast e Cotonete pouco mais de 30 podcasts feitos por amadores, ou seja excluindo os das rádios, do cotonete, SIC e Expresso. No final de Abril contabilizei perto de 60.
A outra notícia é do Diário Digital e diz-nos que a rádio pública vai finalmente lançar programas das rádios Antena 1, 2 e 3 em podcast. Só não se sabe quais são os programas que vão estar disponíveis.
De referir, contudo, que o programa O Ouvido de Maxwell emitido na Antena 2 já está em podcast.
Sinal que as rádios começam a perceber as vantagens que o podcasting pode representar para elas. Ainda estamos na fase do "arquivo digital" ou seja a colocação em podcast de programas emitidos originalmente na rádio hertziana. O tempo da criação de conteúdos próprios para podcast chegará.
Entre os chamados "amadores", o fenómeno continua a crescer. Em Março estavam registados nos directórios Lusocast e Cotonete pouco mais de 30 podcasts feitos por amadores, ou seja excluindo os das rádios, do cotonete, SIC e Expresso. No final de Abril contabilizei perto de 60.
domingo, maio 07, 2006
Leituras
O blogue de Luís Santos, Atrium, faz referência a um dossier do The Economist sobre os novos media. Estão disponíveis vários artigos. Destaco este sobre podcasting.
Podcasting para vigiar jornalistas
O podcasting pode ser uma forma de vigiar o trabalho dos jornalistas?
O jornalista e investigador dos media, Carlos Castilho, faz referência, num artigo disponível no Observatório de Imprensa, a um projecto que visa testar a transparência jornalística combinando texto com áudio de forma a que o leitor possa confirmar se a citação que o jornalista faz corresponde exactamente ao que foi dito pelo entrevistado.
Os responsáveis pelo projeto acreditam que a iniciativa pode reduzir drasticamente os escândalos de falsificação de informações que sacudiram a imprensa mundial, especialmente a norte-americana, pois os repórteres e editores terão que ser fiéis à suas fontes e isto poderá ser checado a qualquer momento.
A relação entre o podcasting e a prática jornalística é uma das questões mais pertinentes e que interessará discutir nos próximos tempos. O artigo de Castilho explora as consequências que a utilização desta ferramenta poderá trazer para os próprios jornalistas se for utilizada para "avaliar" a transparência jornalística.
O artigo é de 2005, mas vale a pena passar por lá numa altura em que o jornal Expresso publicou uma manchete, pelo menos polémica, sobre uma entrevista concedida ao jornal. O Expresso é, recorde-se, o único jornal português que tem parte dos seus conteúdos em podcast, mas a entrevista a Freitas do Amaral não está.
O jornalista e investigador dos media, Carlos Castilho, faz referência, num artigo disponível no Observatório de Imprensa, a um projecto que visa testar a transparência jornalística combinando texto com áudio de forma a que o leitor possa confirmar se a citação que o jornalista faz corresponde exactamente ao que foi dito pelo entrevistado.
Os responsáveis pelo projeto acreditam que a iniciativa pode reduzir drasticamente os escândalos de falsificação de informações que sacudiram a imprensa mundial, especialmente a norte-americana, pois os repórteres e editores terão que ser fiéis à suas fontes e isto poderá ser checado a qualquer momento.
A relação entre o podcasting e a prática jornalística é uma das questões mais pertinentes e que interessará discutir nos próximos tempos. O artigo de Castilho explora as consequências que a utilização desta ferramenta poderá trazer para os próprios jornalistas se for utilizada para "avaliar" a transparência jornalística.
O artigo é de 2005, mas vale a pena passar por lá numa altura em que o jornal Expresso publicou uma manchete, pelo menos polémica, sobre uma entrevista concedida ao jornal. O Expresso é, recorde-se, o único jornal português que tem parte dos seus conteúdos em podcast, mas a entrevista a Freitas do Amaral não está.
quinta-feira, maio 04, 2006
Rádio é o quarto media com maior índice de confiança
De acordo com um estudo encomendado pela BBC, Reuters e Media Center os habitantes de dez países, entre os quais Estados Unidos, Reino Unido, ìndia ou Nigéria, confiam mais na comunicação social do que nos seus próprios governantes. A média de confiança nos meios de comunicação social é de 61% contra 52% nos governos. A excepção verifica-se nos Estados Unidos, Alemanha e no Reino Unido onde a confiança é maior nos governos. Ou seja, é nos países em vias de desenvolvimento que a confiança nos meios de comunicação social é maior.
O estudo mostra que a rádio é o quarto meio de comunicação com maior índice de confiança, a seguir à Televisão (82%), aos jornais nacionais e regionais (75%) e aos jornais locais (69%). A rádio pública tem uma média de confiança de 67%. Já a rádio comercial ocupa a 7ª posição com uma média de confiança de 55%.
Só na Alemanha a rádio é o medium que merece mais confiança por parte da população. Ao invés, no Brasil este meio de comunicação não aparece nas primeiras oito posições.
A televisão é também vista como a mais importante fonte de informação para os inquiridos. A rádio aparece em terceiro lugar em parceria com a Internet.
O estudo mostra que a rádio é o quarto meio de comunicação com maior índice de confiança, a seguir à Televisão (82%), aos jornais nacionais e regionais (75%) e aos jornais locais (69%). A rádio pública tem uma média de confiança de 67%. Já a rádio comercial ocupa a 7ª posição com uma média de confiança de 55%.
Só na Alemanha a rádio é o medium que merece mais confiança por parte da população. Ao invés, no Brasil este meio de comunicação não aparece nas primeiras oito posições.
A televisão é também vista como a mais importante fonte de informação para os inquiridos. A rádio aparece em terceiro lugar em parceria com a Internet.
quarta-feira, abril 26, 2006
O que deve valer num programa de antena aberta ?
No artigo How to Get on 'Talk of the Nation' o provedor do ouvinte da National Public Radio analisa a forma como funciona o programa "Talk of the Nation" que vive da participação em directo dos ouvintes.
Em directo ou quase... É que , tal como refere Jeffrey A. Dvorkin, existe um pequeno atraso entre o contacto telefónico e a entrada em emissão do ouvinte.
That gap is there in the event that the listener gets on but then wants to talk about something else -- or worse -- so the studio director must be able to terminate the call.
O artigo do provedor foi motivado por questões colocadas pelos ouvintes acerca dos critérios utilizados pelos responsáveis do programa para incluir ou excluir determinada intervenção.
Some exasperated listeners ask me, “What does it take to get on Talk of the Nation?” Their frustration? When they call NPR’s weekday, live national call-in program, their questions or comments are rejected. The studio producers or “screeners” tell them they are “off topic.” Callers are further upset when the screeners end the conversation in an apparently abrupt manner. And that’s when they contact me.
O que se passa no "Talk of the Nation" é que os ouvintes não entram todos em antena. Estão sujeitos a uma filtragem prévia onde é avaliada a pertinência da sua intervenção ou a qualidade da ligação telefónica.
O programa da NPR "Talk of the Nation" maximiza, desta forma, o poder de edição dos jornalistas responsáveis pela emissão, mesmo tratando-se de um directo. É, como o próprio Dvorkin admite, um cenário menos democrático, mas que cria condições para o aparecimento na emissão de contribuições mais válidas (ou pelo menos assim entendidas pelos responsáveis do programa).
A NPR dá prioridade ao que é dito e como é dito. Com esta prática inviabiliza que entrem em antena ouvintes com opiniões menos fundamentadas, que se afastem do tema em debate ou até cuja ligação telefónica não se encontre em boas condições. Todas estas razões são, para os responsáveis do "Talk of the Nation", suficientes para excluir um ouvinte de participar no programa.
Em Portugal, a prática não parece ser esta, pelo menos a avaliar pelas constantes interrupções que os pivots de programas do género são obrigados a fazer durante uma emissão.
No fundo, a questão emergente é a de saber o que deve ser valorizado num programa de informação com participação dos ouvintes: se o que dizem e como dizem ou o seu direito de participar no espaço público ?
Provavelmente ambas, o desafio é encontrar o equilíbrio.
Em directo ou quase... É que , tal como refere Jeffrey A. Dvorkin, existe um pequeno atraso entre o contacto telefónico e a entrada em emissão do ouvinte.
That gap is there in the event that the listener gets on but then wants to talk about something else -- or worse -- so the studio director must be able to terminate the call.
O artigo do provedor foi motivado por questões colocadas pelos ouvintes acerca dos critérios utilizados pelos responsáveis do programa para incluir ou excluir determinada intervenção.
Some exasperated listeners ask me, “What does it take to get on Talk of the Nation?” Their frustration? When they call NPR’s weekday, live national call-in program, their questions or comments are rejected. The studio producers or “screeners” tell them they are “off topic.” Callers are further upset when the screeners end the conversation in an apparently abrupt manner. And that’s when they contact me.
O que se passa no "Talk of the Nation" é que os ouvintes não entram todos em antena. Estão sujeitos a uma filtragem prévia onde é avaliada a pertinência da sua intervenção ou a qualidade da ligação telefónica.
O programa da NPR "Talk of the Nation" maximiza, desta forma, o poder de edição dos jornalistas responsáveis pela emissão, mesmo tratando-se de um directo. É, como o próprio Dvorkin admite, um cenário menos democrático, mas que cria condições para o aparecimento na emissão de contribuições mais válidas (ou pelo menos assim entendidas pelos responsáveis do programa).
A NPR dá prioridade ao que é dito e como é dito. Com esta prática inviabiliza que entrem em antena ouvintes com opiniões menos fundamentadas, que se afastem do tema em debate ou até cuja ligação telefónica não se encontre em boas condições. Todas estas razões são, para os responsáveis do "Talk of the Nation", suficientes para excluir um ouvinte de participar no programa.
Em Portugal, a prática não parece ser esta, pelo menos a avaliar pelas constantes interrupções que os pivots de programas do género são obrigados a fazer durante uma emissão.
No fundo, a questão emergente é a de saber o que deve ser valorizado num programa de informação com participação dos ouvintes: se o que dizem e como dizem ou o seu direito de participar no espaço público ?
Provavelmente ambas, o desafio é encontrar o equilíbrio.
domingo, abril 23, 2006
A rádio e a Internet
Carmen Saiz, num texto de 2002, caracterizava assim o estado da relação entre a Rádio e a Internet em Espanha:
"(...) son pocos los productos innovadores que se difunden por Internet, pues la gran mayoría de los programas son meras cópias de los ya existentes e incluso se simultanean los mismos programas por ambos medios".
Carmen Saiz entende que as emissoras espanholas não retiram da web as potencialidades que ela oferece, e que têm a ver com uma nova realidade imposta por um novo meio de comunicação. Para isso, acrescenta Saiz, "Es necesario contar con un equipo técnico y humano especializado que conoza los nuevos modos productivos del sistema interactivo, lo que supone un salto cualitativo en las rutinas productivas convencionales de la radio analógica".
O salto que a professora espanhola propõe implica que as rádios, no campo da informação, deixem de ver a web como um simples arquivo digital dos programas emitidos via hertziana, útil é certo, mas que ignora as capacidades de interacção e multimediáticas que a Internet possui.
Alguns sites das rádios nacionais, por exemplo, não permitem que o utilizador comente notícias ou contacte com os jornalistas. As notícias disponíveis no site são as mesmas que a rádio emitiu e nalguns casos só com texto (sem som, imagem, links).
Durante as eleições presidenciais de Janeiro, algumas rádios disponibilizaram nos seus sites informação sobre resultados de eleições anteriores. São muitos números que a emissão hertziana não poderia facultar. É um exemplo positivo.
Nos últimos dias, as notícias davam conta da entrada em funções nesta semana do provedor do ouvinte da RDP. À semelhança do que sucede com outros provedores de rádio, o site é uma excelente forma de esclarecer acerca das suas funções e de como os ouvintes podem entrar em contacto com aquela figura. No caso português ainda não encontrei qualquer referência ao facto...
"(...) son pocos los productos innovadores que se difunden por Internet, pues la gran mayoría de los programas son meras cópias de los ya existentes e incluso se simultanean los mismos programas por ambos medios".
Carmen Saiz entende que as emissoras espanholas não retiram da web as potencialidades que ela oferece, e que têm a ver com uma nova realidade imposta por um novo meio de comunicação. Para isso, acrescenta Saiz, "Es necesario contar con un equipo técnico y humano especializado que conoza los nuevos modos productivos del sistema interactivo, lo que supone un salto cualitativo en las rutinas productivas convencionales de la radio analógica".
O salto que a professora espanhola propõe implica que as rádios, no campo da informação, deixem de ver a web como um simples arquivo digital dos programas emitidos via hertziana, útil é certo, mas que ignora as capacidades de interacção e multimediáticas que a Internet possui.
Alguns sites das rádios nacionais, por exemplo, não permitem que o utilizador comente notícias ou contacte com os jornalistas. As notícias disponíveis no site são as mesmas que a rádio emitiu e nalguns casos só com texto (sem som, imagem, links).
Durante as eleições presidenciais de Janeiro, algumas rádios disponibilizaram nos seus sites informação sobre resultados de eleições anteriores. São muitos números que a emissão hertziana não poderia facultar. É um exemplo positivo.
Nos últimos dias, as notícias davam conta da entrada em funções nesta semana do provedor do ouvinte da RDP. À semelhança do que sucede com outros provedores de rádio, o site é uma excelente forma de esclarecer acerca das suas funções e de como os ouvintes podem entrar em contacto com aquela figura. No caso português ainda não encontrei qualquer referência ao facto...
sexta-feira, abril 21, 2006
Rádio portuguesa perdeu 300 mil ouvintes
Um sinal preocupante para a rádio portuguesa que perdeu em relação ao ano passado cerca de 300 mil ouvintes. A informação (via Indústrias Culturais) está disponível no blogue Media Network Weblog e tem como base os dados da Marktest que indicam uma perda de ouvintes de 6,1%, relativamente ao ano passado.
A quebra só não se verifica no caso da Rádio Comercial, cuja audiência cresceu 5,2%, e do renovado Rádio Clube que subiu 3,2%. A Antena 2 também registou uma subida.
O Grupo Renascença - apesar da quebra de 8,1% em relação a 2005 - continua a liderar as audiências de rádio em Portugal: a RFM mantem-se como a estação mais ouvida, com uma audiência acumulada de véspera de 12,4% e o Canal 1 da RR com 9,8%. Seguem-se a Rádio Comercial, Antena 1, TSF e Cidade FM.
Regista-se a perda de ouvintes, significativa, e que deve merecer um olhar mais atento no sentido de perceber as suas causas.
Outros indicadores mostram como a rádio tem deixado de representar para os ouvintes um meio de comunicação de proximidade - uma das suas principais características.
A quebra só não se verifica no caso da Rádio Comercial, cuja audiência cresceu 5,2%, e do renovado Rádio Clube que subiu 3,2%. A Antena 2 também registou uma subida.
O Grupo Renascença - apesar da quebra de 8,1% em relação a 2005 - continua a liderar as audiências de rádio em Portugal: a RFM mantem-se como a estação mais ouvida, com uma audiência acumulada de véspera de 12,4% e o Canal 1 da RR com 9,8%. Seguem-se a Rádio Comercial, Antena 1, TSF e Cidade FM.
Regista-se a perda de ouvintes, significativa, e que deve merecer um olhar mais atento no sentido de perceber as suas causas.
Outros indicadores mostram como a rádio tem deixado de representar para os ouvintes um meio de comunicação de proximidade - uma das suas principais características.
quarta-feira, abril 19, 2006
Provedor do ouvinte inicia funções
O primeiro ombudsman do ouvinte em Portugal assumiu ontem as funções, conjuntamente com Paquete de Oliveira, que assumirá idêntico cargo na RTP.
Durante a cerimónia de tomada de posse, José Nuno Martins deixou algumas ideias que vêm reproduzidas no Diário de Notícias:
"Agora a lei garante ao ouvinte o direito de ouvir bem a rádio pública"
"(...)por quanto tempo mais poderão os operadores privados de radiodifusão continuar a ignorar o cidadão?"
"Os provedores não adiantaram muito sobre o caminho que vão seguir, mas José Nuno Martins admitiu ter dúvidas sobre os "programas chamados interactivos, os fóruns".
Segundo o mesmo jornal, o ministro Augusto Santos Silva desafiou ainda os
"outros a adoptar estes mecanismos, sublinhando que os provedores são instrumentos de auto-regulação da comunicação social".
À consideração da TSF, RR, Rádio Clube ...
Durante a cerimónia de tomada de posse, José Nuno Martins deixou algumas ideias que vêm reproduzidas no Diário de Notícias:
"Agora a lei garante ao ouvinte o direito de ouvir bem a rádio pública"
"(...)por quanto tempo mais poderão os operadores privados de radiodifusão continuar a ignorar o cidadão?"
"Os provedores não adiantaram muito sobre o caminho que vão seguir, mas José Nuno Martins admitiu ter dúvidas sobre os "programas chamados interactivos, os fóruns".
Segundo o mesmo jornal, o ministro Augusto Santos Silva desafiou ainda os
"outros a adoptar estes mecanismos, sublinhando que os provedores são instrumentos de auto-regulação da comunicação social".
À consideração da TSF, RR, Rádio Clube ...
terça-feira, abril 18, 2006
O que será do Museu da Rádio ?
O Jornal Público dava conta, ontem, da mudança de instalações do Museu da Rádio. Não haverá grande problema se o que estiver em causa for apenas a mudança de local. Já parece mais preocupante outras informações que indicam que parte do seu riquíssimo acervo possa desaparecer (!!!) ou que a mudança se faça para um espaço mais reduzido, implicando isso uma área menor para a exposição do património existente.
Pela importância que o Museu da Rádio representa para a história deste meio de comunicação social em Portugal e para a cultura nacional justifica-se a preocupação face às informações que têm surgido, aliás igualmente manisfestadas noutros blogues: Indústrias Culturais, Netfm e A Rádio em Portugal .
No blogue Indústrias Culturais, Rogério Santos fala de uma petição disponível no blogue A Minha Rádio mas, pelo menos ontem, não consegui aceder a ela.
Pela importância que o Museu da Rádio representa para a história deste meio de comunicação social em Portugal e para a cultura nacional justifica-se a preocupação face às informações que têm surgido, aliás igualmente manisfestadas noutros blogues: Indústrias Culturais, Netfm e A Rádio em Portugal .
No blogue Indústrias Culturais, Rogério Santos fala de uma petição disponível no blogue A Minha Rádio mas, pelo menos ontem, não consegui aceder a ela.
sábado, abril 15, 2006
Provedor da RTVE
Nos últimos dias o post É preciso ser jornalista para ser provedor ? recebeu novos comentários. O tema é ainda actual quando se espera pelo início de actividade do provedor do ouvinte da rádio pública portuguesa.
Entretanto, vale a pena passar pelo site da RTVE e conhecer as comunicações e perfil do também recente provedor (iniciou funções em Fevereiro) da televisão e rádio públicas de Espanha. A opção recaiu sobre um único defensor para a televisão e para a rádio e para as áreas da programação e da informação.
Manuel Alonso Erausquin é um antigo jornalista, doutorado em Ciências da Informação e com experiência em várias áreas de trabalho na TVE.
O vídeo da apresentação do provedor pode ser visto aqui
Entretanto, vale a pena passar pelo site da RTVE e conhecer as comunicações e perfil do também recente provedor (iniciou funções em Fevereiro) da televisão e rádio públicas de Espanha. A opção recaiu sobre um único defensor para a televisão e para a rádio e para as áreas da programação e da informação.
Manuel Alonso Erausquin é um antigo jornalista, doutorado em Ciências da Informação e com experiência em várias áreas de trabalho na TVE.
O vídeo da apresentação do provedor pode ser visto aqui
quinta-feira, abril 13, 2006
Ainda há a rádio !!!
Até ao momento não vi na televisão nem li (em jornais ou na Internet) que a escuta de rádio, feita com moderação ou em excesso, pudesse disputar o tempo com a meditação ou oração.
Não sei se o Vaticano se esqueceu da Rádio ou se a rádio é neste particular um caso à parte !!!
Não há Televisão, jornais ou Internet... mas há rádio...Graças a Deus.
Não sei se o Vaticano se esqueceu da Rádio ou se a rádio é neste particular um caso à parte !!!
Não há Televisão, jornais ou Internet... mas há rádio...Graças a Deus.
quarta-feira, abril 12, 2006
Blogue para jornalistas da NPR
A National Public Radio criou um blogue onde os jornalistas da rádio pública norte-americana podem escrever as suas histórias, opiniões e reflexões que normalmente não chegam aos ouvintes.
O blogue chama-se Mixed Signals.
O provedor da emissora escreve esta semana sobre o assunto:
One of the most interesting and useful developments on NPR’s Web site is the arrival of the NPR blog.
This feature involves an NPR journalist who posts (as often as a dozen times a day) his or her impressions and opinions of what’s going on behind the scenes at NPR News. Included in this are responses, impressions and opinions of listeners to NPR programs and from visitors to the NPR Web site.
Jeffrey A. Dvorkin, o ombudsman da National Public Radio, explica no mesmo artigo porque decidiu rejeitar a criação de um blogue para as funções que desempenha, à semelhança do que sucede com outros provedores, por exemplo na RTVA e no jornal Público.
Vale a pena passar por lá.
O blogue chama-se Mixed Signals.
O provedor da emissora escreve esta semana sobre o assunto:
One of the most interesting and useful developments on NPR’s Web site is the arrival of the NPR blog.
This feature involves an NPR journalist who posts (as often as a dozen times a day) his or her impressions and opinions of what’s going on behind the scenes at NPR News. Included in this are responses, impressions and opinions of listeners to NPR programs and from visitors to the NPR Web site.
Jeffrey A. Dvorkin, o ombudsman da National Public Radio, explica no mesmo artigo porque decidiu rejeitar a criação de um blogue para as funções que desempenha, à semelhança do que sucede com outros provedores, por exemplo na RTVA e no jornal Público.
Vale a pena passar por lá.
terça-feira, abril 11, 2006
À atenção da rádio
Segundo o ofcom a rádio é o meio de comunicação onde o nível de interacção é mais reduzido, pelo menos na realidade britânica.
A notícia vem na newsletter do Obercom que refere que a principal forma de interacção com a rádio é feita através dos sites das estações emissoras.
Os programas de antena aberta, que muito contribuíram para a popularização da rádio, parecem estar a perder terreno, pois de acordo com o estudo da ofcom os contactos por telefone para a rádio aparecem em segundo ou em terceiro lugar, dependendo da faixa etária, quando os ouvintes pretendem interagir com a emissora.
Responder a uma questão ou participar num concurso são as principais razões para os ouvintes estabelecerem interacção digital com a rádio.
Os inquiridos neste estudo responderam ainda em relação aos conteúdos emitidos pela rádio. Neste caso as respostas devem representar um sério alerta para quem faz rádio nos dias de hoje:
As queixas registadas incidem essencialmente no tipo de linguagem utilizada (quer pelo locutor, quer nas letras dos temas), e na fraca qualidade dos conteúdos (intervalos publicitários muito longos, conteúdos liderados pela ditadura das audiências...).
Gráfico retirado do site do Obercom.
quinta-feira, abril 06, 2006
O peso do futebol na rádio
Os jogos de futebol entre o Benfica e o Barcelona centraram as atenções dos jornalistas das rádios TSF, Rádio Renascença e Antena 1 nos dias 28 de Março e 5 de Abril.
Para além das várias horas de emissão especial, nos noticiários o acontecimento serviu de fio condutor para conhecermos a Peña de Barcelona em Lisboa, perceber como vivem portugueses em Barcelona ou como naturais daquela cidade fazem vida na capital portuguesa. Não faltaram as habituais reportagens nas esplanadas ou à porta dos hóteis onde as equipas se encontravam. Comentários de jogadores, treinadores, escritores...
Percentagem de tempo ocupado com informação sobre os jogos entre o Benfica e o Barcelona pelas rádios TSF(36,47%), RR (18,84%) e Antena 1 (17,17%) nos dias 28 de Março e 5 de Abril nos noticiários das 9 e 17 horas:
Para além das várias horas de emissão especial, nos noticiários o acontecimento serviu de fio condutor para conhecermos a Peña de Barcelona em Lisboa, perceber como vivem portugueses em Barcelona ou como naturais daquela cidade fazem vida na capital portuguesa. Não faltaram as habituais reportagens nas esplanadas ou à porta dos hóteis onde as equipas se encontravam. Comentários de jogadores, treinadores, escritores...
Percentagem de tempo ocupado com informação sobre os jogos entre o Benfica e o Barcelona pelas rádios TSF(36,47%), RR (18,84%) e Antena 1 (17,17%) nos dias 28 de Março e 5 de Abril nos noticiários das 9 e 17 horas:
terça-feira, abril 04, 2006
Onda Livre há 27 anos
O fim do franquismo coincide com o início da luta pela liberalização das ondas em Espanha. O exercício da radiodifusão esteve sempre centralizada no Estado, protegido por leis que favoreciam um cenário de monopólio.
Tratava-se, como descreve Emili Prado (1982), de uma rádio que “entretinha embrutecendo” referindo-se à programação onde sobressaíam programas com música comercial e consultórios para o auditório feminino.
O governo espanhol acabaria por abrir algumas concessões à iniciativa privada, mas tratou-se de uma abertura limitada, uma vez que estas novas emissoras, que aceitaram sem reservas as regras do jogo, eram obrigadas a recorrer à Rádio Nacional de Espanha(RNE), que detinha a exclusividade da informação, para transmitir os noticiários.
Com a morte de Franco dá-se o boom da rádio em território espanhol. O primeiro passo foi dado em Outubro de 1977 com a liberalização da informação radiofónica. Nessa altura, as cadeias privadas passaram a ter liberdade para fazer os seus próprios noticiários sem a obrigação de recorrer à RNE.
Mas a liberalização das ondas em Espanha teve também argumentos de ordem política, nomeadamente pela necessidade de acatar os acordos internacionais de distribuição de frequências, uma medida essencial para Espanha, envolvida que estava no processo de integração europeia.
É neste contexto que aparecem por todo o país no final da década de 70, princípio de 80, várias emissoras livres.
A criação da Ona Lliure (onda Livre) significa um dos marcos decisivos para o florescimento das Rádios Livres em Espanha. A sua primeira emissão aconteceu no dia 4 de Abril de 1979, faz hoje precisamente 27 anos.
A Ona Lliure foi criada por um grupo constituído por estudantes de ciências da informação, ecologistas, homossexuais, feministas e tinha como principal objectivo fundar um movimento pela liberalização das rádios livres em Espanha.
Lia-se num comunicado da Ona Lliure:
"Frente al derecho a ser informados/as debemos plantear como eje central de la Comunicación Alternativa el derecho a informar con entera libertad de nuestra realidad. Las Radios Libres deben ser en ese sentido el instrumento a partir del cual desarrollar la capacidad y necesidad de informar por parte de todo el mundo, de todos los sectores en lucha, de todo el movimiento, potenciando la capacidad de emitir, transformar y criticar".
A primeira emissão foi para o ar no dia 4 de Abril de 1979. Quinze dias mais tarde a Ona Lliure foi mandada encerrar pelo Ministério da Cultura espanhol.
A Ona Lliure abriu as portas ao aparecimento das rádios livres em Espanha e acabou por ser também a alavanca para o aparecimento das Emissoras Municipais (Chaparro, 1995).
Tratava-se, como descreve Emili Prado (1982), de uma rádio que “entretinha embrutecendo” referindo-se à programação onde sobressaíam programas com música comercial e consultórios para o auditório feminino.
O governo espanhol acabaria por abrir algumas concessões à iniciativa privada, mas tratou-se de uma abertura limitada, uma vez que estas novas emissoras, que aceitaram sem reservas as regras do jogo, eram obrigadas a recorrer à Rádio Nacional de Espanha(RNE), que detinha a exclusividade da informação, para transmitir os noticiários.
Com a morte de Franco dá-se o boom da rádio em território espanhol. O primeiro passo foi dado em Outubro de 1977 com a liberalização da informação radiofónica. Nessa altura, as cadeias privadas passaram a ter liberdade para fazer os seus próprios noticiários sem a obrigação de recorrer à RNE.
Mas a liberalização das ondas em Espanha teve também argumentos de ordem política, nomeadamente pela necessidade de acatar os acordos internacionais de distribuição de frequências, uma medida essencial para Espanha, envolvida que estava no processo de integração europeia.
É neste contexto que aparecem por todo o país no final da década de 70, princípio de 80, várias emissoras livres.
A criação da Ona Lliure (onda Livre) significa um dos marcos decisivos para o florescimento das Rádios Livres em Espanha. A sua primeira emissão aconteceu no dia 4 de Abril de 1979, faz hoje precisamente 27 anos.
A Ona Lliure foi criada por um grupo constituído por estudantes de ciências da informação, ecologistas, homossexuais, feministas e tinha como principal objectivo fundar um movimento pela liberalização das rádios livres em Espanha.
Lia-se num comunicado da Ona Lliure:
"Frente al derecho a ser informados/as debemos plantear como eje central de la Comunicación Alternativa el derecho a informar con entera libertad de nuestra realidad. Las Radios Libres deben ser en ese sentido el instrumento a partir del cual desarrollar la capacidad y necesidad de informar por parte de todo el mundo, de todos los sectores en lucha, de todo el movimiento, potenciando la capacidad de emitir, transformar y criticar".
A primeira emissão foi para o ar no dia 4 de Abril de 1979. Quinze dias mais tarde a Ona Lliure foi mandada encerrar pelo Ministério da Cultura espanhol.
A Ona Lliure abriu as portas ao aparecimento das rádios livres em Espanha e acabou por ser também a alavanca para o aparecimento das Emissoras Municipais (Chaparro, 1995).
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